Vamos iniciar esse mês de julho trazendo algumas informações sobre esta campanha de extrema importância para a saúde de toda a população brasileira. O Julho Amarelo é uma campanha que foi instituída em 2019 e vem reforçar a vigilância em saúde, o combate e a prevenção das hepatites virais durante todo esse mês.
A hepatite é uma inflamação do fígado que pode ser causada por vírus ou pelo uso de alguns medicamentos, álcool e outras drogas, assim como por doenças autoimunes, metabólicas ou genéticas. No caso específico das hepatites virais, que são o objeto da campanha Julho Amarelo, são inflamações causadas por vírus classificados pelas letras do alfabeto em A, B, C, D (Delta) e E. Segundo Boletim Epidemiológico de Hepatites Virais 2022, as hepatites B e C respondem por cerca de 75% dos casos notificados de hepatites virais no país, portanto, sendo estas as variações mais comuns, é importante ressaltar que o diagnóstico pode ser realizado através de teste rápido disponível em qualquer Unidade Básica de Saúde do país. Além disso, como forma de prevenção há também a vacina para Hepatite B, também disponível em qualquer Unidade Básica de Saúde, para todas as idades.
Segundo o Ministério da Saúde, as hepatites virais podem ser transmitidas pelo contágio fecal-oral, especialmente em locais com condições precárias de saneamento básico e água, de higiene pessoal e dos alimentos; pela relação sexual desprotegida; pelo contato com sangue contaminado, através do compartilhamento de seringas, agulhas, lâminas de barbear, alicates de unha e outros objetos perfuro-cortantes; da mãe para o filho durante a gravidez (transmissão vertical), e por meio de transfusão de sangue ou hemoderivados. Portanto, a prevenção consiste na cautela com qualquer uma das formas de contágio citadas.
As hepatites virais geralmente são doenças silenciosas, os sintomas podem demorar bastante a surgir (cerca de décadas), e muitas vezes quando surgem já se manifesta em conjunto com alguma doença no fígado em estágio avançado. Na grande maioria dos casos, estes sintomas podem ser:
E o tratamento, fornecido pelo SUS, consiste basicamente no monitoramento dos sintomas, apenas os tipos B e C possuem medicação caso seja necessário. Portanto, a prevenção é sempre a melhor escolha.
Referências:
MINISTÉRIO DA SAÚDE (Brasil). Secretaria de Vigilância em Saúde. Boletim Epidemiológico de Hepatites Virais 2022. jun. 2022. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/boletins/epidemiologicos/especiais/2022/boletim-epidemiologico-de-hepatites-virais-2022-numero-especial/view. Acesso em: 27 jun. 2024.
MINISTÉRIO DA SAÚDE (Brasil). Biblioteca Virtual em Saúde. “Julho Amarelo”:: Mês de luta contra as hepatites virais. Biblioteca Virtual em Saúde. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/julho-amarelo-mes-de-luta-contra-as-hepatites-virais/. Acesso em: 27 jun. 2024.
Rogério Barboza é médico ortopedista, com área de atuação em trauma desportivo, ortopedia pediátrica, gestão em saúde e auditoria médica. Supervisor do programa de residência médica em ortopedia e professor especialista da disciplina de ortopedia do curso de medicina. Coordenador do Núcleo de Assistência do Pé Torto.