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07/10/2025 às 15h20

Entretenimento

Filmaê é lançado e reforça papel da inclusão social e da arte como política pública

Com produção de vídeos institucionais para o Governo de Alagoas, materiais foram produzidos por 24 jovens que participaram do projeto Digaê!, da ONU Habitat

Ator Leo Eira, morador da Vila Emater 2, desfilou no tapete vermelho no lançamento do Projeto Filmaê Thiago Sampaio/ Agência Alagoas

Com um clima digno de Oscar, que incluiu tapete vermelho e dezenas de flashes, 24 jovens foram recebidos como verdadeiras estrelas de cinema no lançamento do Filmaê. Essa iniciativa inovadora reuniu talentos de comunidades periféricas para a produção de vídeos institucionais para o Governo de Alagoas.

A “noite de gala” ocorreu na segunda-feira (6), no Cine Arte Pajuçara, em Maceió, marcando a estreia oficial dos trabalhos. A noite era de muita expectativa, tanto para as famílias que foram prestigiar o lançamento quanto para os gestores.

O secretário de Estado da Comunicação, Wendel Palhares, destacou que a comunicação pública vem mudando o protagonismo, que antes era do gestor e agora é da própria comunidade. “Hoje, temos o desafio, na área de comunicação, de aproximar o cidadão para que ele faça parte desse processo: conhecer o que o serviço público está ofertando para ele e, ao mesmo tempo, participar e aprender. Desde 2017, o Estado desenvolve um trabalho com a ONU-Habitat e, neste ano, iniciou foco em educação midiática”, disse o secretário.

“Muitas vezes, a publicidade parece algo distante do cidadão; hoje, porém, eles puderam ver como pesquisar o que o governo está fazendo, como produzir esse conteúdo e como valorizar a própria obra. E isso está acontecendo de forma inédita no mundo: o próprio cidadão realizando o VT do Estado”, completou Palhares.

O Filmaê é o conjunto de quatro vídeos que se transformaram em propagandas institucionais. São eles: “Grota é Cultura”, que aborda o Programa Vida Nova nas Grotas; “Turismo”, que aborda sobre o turismo em Alagoas; “Educação para Todos”, abordando o Cartão Escola 10 e o “Vem Que Dá Tempo”; e o próprio “Filmaê”, mostrando o processo de criação. Os vídeos produzidos serão veiculados nos canais abertos. Paula Zacarias, coordenadora do programa da ONU-Habitat, destacou as produções como exitosas. “Esse trabalho demonstra que, quando oferecemos formação, espaço e confiança, a juventude ocupa o centro da cena, conta suas próprias histórias e ajuda a construir um Estado mais próximo, plural e participativo”, pontua Paula.

Cidadania digital que transforma

Para produzir os conteúdos, os jovens participaram de oficinas de roteiro, direção, fotografia, edição e som, mostrando como a comunicação e a cidadania digital podem transformar realidades. A iniciativa dá continuidade ao Digaê! – Juventudes, Comunicação e Cidade, realizado pelo Governo de Alagoas e a ONU-Habitat nas grotas de Maceió.

O projeto ampliou oportunidades de formação e profissionalização para jovens das periferias, fortalecendo seus talentos e impulsionando transformações sociais. As equipes receberam oficinas técnicas e total liberdade criativa, sob supervisão da Nova Agência, da Staff e da Secretaria de Estado da Comunicação (Secom), e geraram os materiais audiovisuais lançados nesta segunda.

Experiências únicas que abrem as portas

Os protagonistas da noite não vieram de Hollywood, e sim das “quebradas” de Maceió. O tapete vermelho se estendeu para Leo Eira, morador da Vila Emater 2, que com traje de gala foi recebido com aplausos e gritos de alegria. Léo já pensava em ser ator, mas lançar um audiovisual para o Governo de Alagoas era algo que não passava pela sua cabeça. “No Digaê, toquei o audiovisual pela primeira vez: aprendi, gravei, produzi! No Filmaê, dei mais um passo e saí da bolha: ocupei outros espaços, ampliei meu olhar e vi meu nome nos créditos como produtor”, destacou Leo.

“Foi surpreendente viver isso antes do que eu imaginava. Levar o meu nome e o nome da minha periferia para o audiovisual é uma dádiva: dá esperança para outros jovens, mostra que a gente pode desviar dos caminhos que tentam impor para nós e construir futuros possíveis. Ver o governo acreditar na gente acende um brilho no olhar da periferia. Quando olham para nós sem preconceito, a gente enxerga mais longe, acredita no próprio potencial e entende que pode chegar a outros lugares”, completa Leo.

Já Cecília Guedes, moradora do Benedito Bentes, fez sua estreia já com a promessa de retornar e seguir a carreira do audiovisual. “No começo do Filmaê, eu não imaginava que seria tão grandioso. Mas, depois que fizemos os anúncios e tudo começou a tomar forma, pensei: “Poxa, vai ter tudo isso, e eu vou estar participando, fui eu quem fiz!. Foi uma experiência muito especial, grande mesmo.

Desde o Digaê eu já tinha curiosidade sobre o audiovisual: como é trabalhar por trás das câmeras? O Filmaê foi a oportunidade de entrar de verdade nesse mundo, me profissionalizar e montar um portfólio. Poxa, estou trabalhando com o governo! Agora quero me especializar e crescer nessa área”, conta Cecília.

Com direito a estatueta do Oscar

A referência do Oscar não foi apenas na recepção. No final do evento, os jovens foram premiados e levaram para casa uma “quase estatueta”, para que jamais se esqueçam da noite em que se tornaram estrelas. Representando os jovens do Filmaê, Arthur Vieira subiu ao palco e contou sobre como os jovens se sentem honrados em se tornarem protagonistas das políticas públicas.

“Eu poderia falar aqui por horas a fio sobre o projeto: relembrar que o 'Digaê' foi finalista em premiações internacionais, destacar o profissionalismo demonstrado por cada jovem que integra este projeto. Mas estamos todos ansiosos para assistir às produções que foram feitas. Darcy Ribeiro, antropólogo e educador brasileiro, diz: “Se queremos colher bons frutos, precisamos cuidar das raízes: investir na educação, na cultura e no social, e é isso que o Governo de Alagoas vem fazendo com os jovens”, discursou Arthur.

Iniciativa que inspira vai continuar 

O Filmaê será apresentado como referência latino-americana em educação midiática durante o Congresso Mundial de Alfabetização Midiática e Informacional da Unesco, nos dias 23 e 24 de outubro, em Cartagena das Índias, Colômbia. No evento, o Filmaê ganhou novos capítulos.

“Depois, já para o próximo ano, nós estamos estudando fazer o Filmaê Quilombola, com as comunidades tradicionais quilombolas; o Filmaê Indígenas, com as comunidades indígenas; e o Filmaê Mulher, fazendo com que a mulher também expresse o que o governo do Estado está ofertando para ela. Assim, o cidadão que confia num projeto e pede que esse Estado o sirva, passa a contar como é que ele se sente e como é que esse serviço chega até ele. Eu acho que todos ganham com isso”, finalizou o secretário Wendel Palhares.


Fonte: Agência Alagoas

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