SVO da Uncisal foi recredenciado como Porte IV pelo Ministério da Saúde, consolidando sua posição como um dos principais serviços do tipo na região Nordeste
O Serviço de Verificação de Óbitos (SVO) da Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal) acaba de ser recredenciado e habilitado como Porte IV pelo Ministério da Saúde, consolidando sua posição como um dos principais serviços do tipo na região Nordeste. A habilitação foi formalizada por meio de edital lançado pelo Governo Federal, que exigiu a reavaliação de todos os SVOs do país, tanto os já existentes quanto os que desejavam se credenciar pela primeira vez.
A nova classificação do SVO da Uncisal o insere formalmente na Rede Nacional de Serviços de Verificação de Óbito (RNSVO) e representa um avanço técnico e institucional relevante para o estado de Alagoas.
De acordo com os critérios estabelecidos pela Portaria GM/MS nº 7.236/2025, os serviços classificados como Porte IV devem atender uma população entre 3 milhões e 5 milhões de habitantes, além de cumprir exigências rigorosas quanto à estrutura física, recursos humanos, capacidade de realização de necropsias e fornecimento de dados para o Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM).
Para o diretor administrativo do SVO/Uncisal, Jefferson Nunes, a habilitação é resultado de um trabalho contínuo de adaptação às exigências sanitárias, técnicas e epidemiológicas. “O recredenciamento mostra que atendemos aos padrões exigidos pela Rede Nacional de Serviços de Verificação de Óbito (RNSVO), e que atuamos diante do cenário que é exigido”, explica Nunes.
Segundo ele, os critérios para recredenciamento que existem hoje são diferentes dos que existiam no passado. “Ao longo do tempo, fomos absorvendo as técnicas e também as dinâmicas que existem hoje e que são exigidas, sejam elas sanitárias, sejam elas epidemiológicas”, completou o diretor.
Papel estratégico
Com a habilitação como Porte IV, o SVO da Uncisal ganha mais robustez para desempenhar seu papel na vigilância em saúde, contribuindo diretamente para a melhoria da qualidade dos dados sobre mortalidade no estado. Isso se traduz na redução de óbitos com causas mal definidas, fundamental para o planejamento de políticas públicas eficazes.
Além disso, a nova classificação pode garantir ao serviço acesso a novos recursos federais, mediante cumprimento dos critérios operacionais estabelecidos, o que inclui funcionamento ininterrupto (24h), equipe multiprofissional qualificada e infraestrutura adequada para investigação dos óbitos.
A conquista reforça a importância da Uncisal como instituição pública de ensino e pesquisa que atua diretamente em serviços essenciais para a população. O SVO, por sua natureza, atende não apenas demandas da saúde, mas também se articula com áreas como a segurança pública, o sistema judiciário e a assistência social, sobretudo em casos de óbitos sem causa definida ou fora de unidades de saúde.
Segundo Jefferson Nunes, o reconhecimento do Ministério da Saúde representa um novo patamar de responsabilidades e desafios para o serviço. “A habilitação nos coloca diante da responsabilidade de manter um serviço tecnicamente qualificado, com respostas rápidas e que atenda às expectativas da população e dos órgãos parceiros. Esse é um trabalho coletivo que contou com o apoio e esforço de toda gestão, especialmente da Reitoria, que não mediu esforços para nos auxiliar na articulação e encaminhamentos”, afirmou.
Modernização
Entre os avanços recentes implantados no SVO da Uncisal, um dos mais significativos é a digitalização completa dos processos, que tem permitido maior agilidade, rastreabilidade e produção de dados em tempo real. Segundo Jefferson Nunes, essa mudança representa uma virada de chave na forma como os casos são atendidos e gerenciados.
“Hoje, o serviço conta com um sistema interno de informação totalmente digital. Quando o caso chega ao SVO, toda a documentação da família, os exames apresentados e demais informações já são digitalizados e ficam armazenados em nosso banco de dados, atrelados diretamente ao caso”.
Ele ressalta ainda que o fluxo interno também passou por mudanças estruturais. Após a triagem, o processo avança para uma entrevista qualificada conduzida por psicólogo ou assistente social, que coleta informações detalhadas para compor a anamnese no sistema. Em seguida, os dados são avaliados pelo médico patologista, que define o tipo de autópsia necessária e, em muitos casos, já emite o laudo com base nas evidências observadas na necropsia.
“Com esse sistema, conseguimos identificar de imediato as amostras coletadas, os exames laboratoriais necessários, e até fornecer o laudo com rapidez, especialmente quando a causa da morte é possível de ser identificada pela macroscopia”, explica Nunes. “Isso também nos permite gerar dados epidemiológicos em tempo real, essenciais para responder às demandas da Secretaria de Estado da Saúde e do Ministério da Saúde com agilidade e precisão”, completou o diretor.
Outro avanço importante é a adoção da técnica de autópsia minimamente invasiva, uma diretriz nacional que começa a ser implementada no SVO/Uncisal. De acordo com o diretor, a equipe já iniciou o processo de aquisição dos equipamentos específicos para o procedimento e parte dos patologistas já visitou unidades que utilizam essa abordagem.
“Estamos fortalecendo nosso parque tecnológico. Já adquirimos parte dos equipamentos para a autópsia minimamente invasiva e estamos ampliando também nossa capacidade laboratorial, o que garante mais agilidade e confiabilidade nos exames realizados”, destaca Jefferson Nunes.
Sobre o SVO/Uncisal
O Serviço de Verificação de Óbitos da Uncisal é responsável por realizar necropsias em casos de óbitos sem causa definida ou sem assistência médica, bem como colaborar com a vigilância epidemiológica do estado. A atuação do SVO é essencial para a produção de dados confiáveis sobre a mortalidade em Alagoas, contribuindo para a saúde pública e para a pesquisa científica.
Fonte: Ascom Uncisal