Com mais um gesto de amor que transcende a dor, Alagoas chega a sua 40ª doação de órgãos autorizada em 2025 e se iguala ao quantitativo de captações realizadas em todo ano passado. Esse feito ocorreu na noite da quinta-feira (9) no Hospital Geral do Estado (HGE), em Maceió, unidade vinculada à Secretaria de Estado da Saúde (Sesau).
Para fazer a captação, foram mobilizados médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, além de profissionais da Central de Transplantes de Alagoas e da Organização de Procura de Órgãos (OPO). O doador é um jovem de 19 anos de idade, diagnosticado com morte encefálica após sofrer traumatismo craniano. Como gesto de empatia e solidariedade, a família autorizou a captação do coração e do fígado para duas pessoas que aguardavam ansiosamente, na lista de espera, pelo transplante. Essa decisão significa uma nova chance de vida para esses pacientes que convivem com a esperança de dias melhores, conforme ressalta a Central de Transplantes de Alagoas, Daniela Ramos.
“É um marco que demonstra a união de esforços de vários profissionais envolvidos neste processo e, principalmente, a conscientização dos cidadãos sobre essa causa. A decisão de doar é um ato de empatia e solidariedade que transforma luto em esperança. Gratidão à família que, em um momento de dor profunda, compreendeu o poder do amor ao próximo”, pontua.
Entretanto, conforme o último levantamento feito pela Sesau no mês de setembro, 606 vidas estão na lista de espera pelo transplante em Alagoas. Deste total, 566 aguardam por uma córnea, 31 por um rim, cinco por um fígado e quatro por um coração. Ou seja, ainda é preciso que mais famílias autorizem a doação, caso o diagnóstico de morte encefálica seja confirmado.
“Essa conclusão segue um processo rigoroso e criterioso, definido por lei e realizado por uma equipe médica altamente capacitada. Somente após a confirmação e a autorização familiar é que o processo de captação é iniciado. A retirada dos órgãos é feita cirurgicamente, sem causar deformidade, seguindo as leis que garantem o respeito ao corpo e à dignidade do doador. O corpo é direcionado ao velório com a aparência mais próxima da natural”, afirmou o médico coordenador da OPO, Lucas Santana.
Para ser um doador, não é necessário deixar nada por escrito, basta comunicar à família o desejo de doar. A decisão final é sempre da família, e é por isso que é importante conversar sobre o tema. Quando a família sabe sobre essa vontade, o processo é mais tranquilo e a decisão de doar ganha um significado muito mais forte e edificante.
“Que essas histórias inspirem mais pessoas a conversarem com seus familiares sobre a importância da doação de órgãos, porque quando uma vida se vai, muitas outras podem recomeçar. Agradeço, também, a nossa equipe do HGE que esteve envolvida nas captações deste ano e em todas as outras anteriores. Vocês dedicam o seu tempo e a sua técnica para que o impossível se tornasse possível”, exaltou o diretor médico do HGE, Miqueias Damacena.
Fonte: Thallysson Alves / Ascom HGE