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06/04/2025 às 14h58

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Trump e o "Dia da Libertação"

Tarifaço imposto pelo presidente provoca caos nos mercados globais

Reprodução/CNN

Donald Trump tentou batizar a data em que anunciou suas tarifas comerciais para todo o planeta de “Dia da Libertação”, alegando que os Estados Unidos vinham sendo “saqueados” por nações “amigas e inimigas”. Para a revista britânica The Economist, o nome mais apropriado para a ocasião seria “Dia da Ruína”. 

Segundo o veículo, o anúncio das novas taxas, feito na véspera por Trump, representa “o erro econômico mais profundo, prejudicial e desnecessário da Era Moderna”. Um erro comparável ao desastre histórico da Grande Depressão – abalo econômico global que teve origem nos Estados Unidos, em 1929, com a quebra da Bolsa de Valores de Nova York. De acordo com a revista, a guerra comercial do presidente americano é sustentada por premissas falsas. Ao afirmar que o déficit comercial enfraquece o país, Trump ignora que isso reflete uma escolha doméstica na qual os americanos consomem mais do que produzem.

As tarifas, dessa forma, não trarão trilhões de dólares para o país, como o republicano garantiu no Rose Garden, na Casa Branca, em seu discurso. Na verdade, as medidas encarecerão os produtos que os americanos importam, além de reduzirem a competitividade da indústria dos EUA e de distorcerem as cadeias globais. 

A reação às medidas foi imediata. O primeiro-ministro canadense, Mark Carney, disse que o país vai aplicar tarifas retaliatórias de 25% sobre veículos fabricados no país vizinho em resposta aos impostos de importação sobre automóveis estrangeiros anunciados por Trump. Já o presidente francês, Emmanuel Macron, pediu que empresas europeias suspendam investimentos nos Estados Unidos “até que as coisas sejam esclarecidas”. E a China, taxada em 54%, pediu aos EUA que “cancelem imediatamente” as tarifas, prometendo retaliação – a começar por medidas contra o gás e produtos agrícolas importados dos Estados Unidos. 

Um dos sinais de alerta veio da Organização Mundial do Comércio (OMC), que em outubro passado previa crescimento de 3% do comércio mundial em volume para 2025. Com o tarifaço, a entidade estima que as exportações e importações no mundo sofrerão contração de 1% em volume. Para a diretora-geral da OMC, Ngozi Okonjo-Iweala, o tarifaço desmorona o sistema global de comércio, baseado em regras comuns, ao impor tarifas ditas recíprocas para negociar bilateralmente com cada parceiro. 

As chamadas “Sete Magníficas”, como são conhecidas as maiores empresas de tecnologia dos Estados Unidos – Nvidia, Tesla, Microsoft, Meta, Apple, Alphabet e Amazon – perderam coletivamente mais de US$ 1 trilhão em ações nas negociações desta quinta-feira, de acordo com análise da CNBC. É um marco impressionante de como as tarifas de Trump prejudicaram os mercados financeiros. 

A tensão não ficou restrita ao mercado acionário. O petróleo tipo brent caiu quase 7%, para US$ 69,82, pressionado tanto pelo temor de desaceleração global quanto pelo anúncio da Opep+ de que aumentará a produção em maio. O bitcoin também recuou forte, com retração 5,5% e voltando à faixa dos US$ 81 mil, enquanto o Ethereum e outras criptos seguiram o movimento de baixa. 

Já no Brasil, o cenário foi mais tranquilo. O Ibovespa oscilou bastante, mas fechou com leve queda de 0,04%, aos 131.140 pontos. O dólar, por sua vez, caiu 1,23% e encerrou cotado a R$ 5,62. 

E o governo Lula não pretende retaliar os Estados Unidos por enquanto, segundo o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin. Ele afirmou que o Brasil continuará apostando em “diálogo e negociação”. 

 

Com informações de The Economist/Bloomberg/Valor Econômico/CNBC/Poder 360/CNN Brasil/Infomoney e Estadão


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