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18/02/2019 às 08h55

Geral

Exclusivo: Reféns da violência - Relações abusivas, medo e morte

Relatos e indicadores oficiais apontam que ainda é sério, grave e sem a devida proteção a luta contra a violência à mulher

PXHERE

Por Carlos Amaral e Evellyn Pimentel 

Mulheres reféns do medo, reféns de uma escolha. Escolha que fazem não porque querem, mas porque a dignidade foi embora, junto com o amor e planos para uma vida inteira. O que resta é medo e uma dor silenciada por anos. Não apenas a dor física, mas psicológica e emocional. Até que elas resolvem dar um basta e o que parecia recomeço vira ponto final. É assim que a história de muitas mulheres termina, não com um ponto final no relacionamento, mas em suas vidas.

São Joanas, Marias, Lúcias e tantas outras por aí que viram estatísticas diariamente, ou nem chegam a ser “somadas”.  Tudo começa como num verdadeiro conto de fadas, paixão, presentes, declarações de amor, promessas de uma vida juntos. O "amor" é tamanho, que ela precisa estar com ele a todo tempo, aí saem de cena amigos, família, projetos pessoais... Então o tal amor começa a sufocar, reprimir, fica violento. E ela descobre que esse dito amor dói, não como a dor do poeta, mas é uma ferida real, ferida que mata e que não escolhe classe, renda nem status.

Foi assim com Joana de Oliveira Mendes. Três anos, do início do relacionamento até o crime brutal. Ela tinha 34 anos e foi achada dentro de seu próprio carro com 32 facadas desferidas contra o corpo, quase todas no rosto. No dia 5 de outubro de 2016 o ciclo de violência foi rompido, da pior forma possível. 

A irmã dela, Júlia Mendes aceitou conversar com Painel Alagoas. Ela diz que sua percepção do relacionamento de Joana era de um fim trágico e foi o que ocorreu. O corpo de Joana foi encontrado no Conjunto Santo Eduardo, nas proximidades onde Arnóbio Henrique Cavalcante Melo, acuado de ser o responsável pelo feminicídio, residia.

“Eu sabia que em algum momento algo muito ruim ia acontecer. Sempre tive medo. Ele deu 32 facadas nela, todas na área da face, as que não eram na face foram provavelmente por defesa, uma pegou na perna, o braço estava machucado, mas todas eram no rosto. Uma das que eram na cabeça pegou no crânio, a faca escorregou e ele se cortou, inclusive, em todos os pedidos de habeas corpus que a sua defesa impetrou, ele diz que precisa de tratamento na mão, mas que não sabe como se cortou. Ele diz que deu um branco. Mas ele a esfaqueou e a deixou sangrar até morrer. Ele queria destruir a imagem dela”, detalha a irmã.

Arnóbio Henrique Cavalcante Melo segue preso, aguardando a finalização do julgamento. 

“Quando ele cometeu o crime, correu para a casa da avó, escondeu a faca numa caixa de enfeites natalinos. Ele levou a carteira de Joana, que estava com dinheiro porque ela ia pagar a creche, para simular um latrocínio. Ele ainda quis fazer essa simulação, mas a polícia achou a carteira com ele. A família estava escondendo, mas acabou entregando o paradeiro dele”, lembra Júlia Mendes.

Joana deixou dois filhos. O mais velho, fruto de um primeiro relacionamento, atualmente tem 16 anos e vive com o pai. Já o mais novo, filho de Joana e o seu algoz, é criado em regime de guarda compartilhada pelos avós maternos. Hoje o menino tem 4 anos. 

Antes de ser morta, Joana lutava para reconstruir sua vida. Havia se separado de Arnóbio e tentava a autorização dele para se mudar do estado. Ela ia viver em Minas Gerais, junto de outra irmã e levaria o filho mais novo.

“A irmã mais nova da gente mora em Minas Gerais e Joana disse que iria para lá, que já havia falado com ela. Já tinha mandado currículos, conseguido um emprego numa escola. E disse que ia embora. Aí ela disse que só queria formalizar a questão da pensão do filho mais novo. Eu disse a ela que deixasse para lá. Que ele nunca havia dado nada para o menino, já era a mãe dele que pagava o plano de saúde. Tudo era com ela e meus pais que davam assistência. Ela havia começado a trabalhar no início de 2016, e ainda estava precisando de ajuda. Mas eu disse que se ela tinha vivido sem a ajuda dele, que deixasse para lá. Que ela refizesse a vida dela, se livrasse daquilo. Aí ficou aquela negociação toda, ele pedia para encontrar, eu falava que não fosse só, que marcasse em local público, no escritório da advogada. Era complicado para que eu acompanhasse porque já havia um problema entre eu e ele e isso poderia complicar ainda mais a situação”, conta Júlia Mendes. 

Crime 

No dia do crime, Joana Mendes manteve sua rotina, levou os filhos à escola como fazia todos os dias. A única mudança seria resolver a pendência da documentação com o ex-marido. Talvez ela pensasse que aquela seria a oportunidade de um recomeço.

“Até que ele disse a ela que fosse encontrá-lo, que ia assinar a autorização para o menino ir morar em Minas com ela. Só que Joana não nos disse que iria. Eu lembro que foi numa segunda-feira, ela foi à minha casa, disse que ele ia assinar, mas não disse que ia se encontrar com ele. Quando foi na terça aconteceu o crime”, lembra Júlia.

“Ela deixou o filho na aula de reforço à tarde. E disse ao filho que ia buscá-lo às 16h. Aí o filho perguntou: você vai fazer o que agora? Ela disse que levaria o documento para o acusado assinar. E que ia buscá-lo no horário de sempre, mas não voltou. Nesse dia, por volta de 18h o pai do mais velho me ligou, dizendo que estava voltando do interior, perguntando pela Joana, porque ela não havia ido buscar o menino. Ele disse que estranhou porque ela era extremamente responsável com os filhos, muito cuidadosa com os meninos. E perguntava se eu podia pegar os meninos. Quando ele ligou deu aquele frio na alma. Já estava na hora do outro sair da creche e ela nem esperava dar o horário, pegava antes, foi aí que a gente deu conta do desaparecimento dela”, relembra a irmã da vítima.

Com a constatação do sumiço de Joana, a irmã iniciou uma mobilização para encontrá-la. O que a fez ter ainda mais suspeitas do ex-marido de Joana, foi o fato de um parente em comum ter ligado para falar sobre ela. 

“Quando eu saí da casa dela, meu pai ligou para mim, porque esse era um costume, eles sempre ligavam ao fim do dia, todos os dias. E aí meu pai ligou perguntando por ela, dizendo que o telefone dela estava dando desligado e que havia acontecido algo estranho. Que o tio dele (de Arnóbio) havia ligado, perguntando se eu sabia da Joana, porque ele a havia encontrado e ela estava transtornada, muito nervosa. E que o sobrinho não tinha conseguido se encontrar com ela como era previsto e estava preocupado. Ou seja, ele ligou para saber se a gente já havia achado o corpo. Só que isso só veio acontecer cinco horas depois”, diz Júlia Mendes. 

Corpo

Júlia Mendes relembra ainda que começou a procurar por Joana por conta própria com os filhos da irmã dentro de seu carro. 

“Comecei a procurar por ela. Era tudo pertinho, na Jatiúca. Lembro que pensei que na pior das hipóteses ela havia reatado com o sujeito e tinha pego o pequeno para fazer um lanche. Eu pensava: se o pequeno não estiver na creche, eu fico descansada, porque só ela tinha autorização de pegar.  Mas se ele tiver, eu pensava que ele tinha feito algo com ela. Vinham imagens na minha cabeça, ela muito machucada, eu lembro que queria tirar esse pensamento da minha cabeça, mas só via ela com muito sangue no rosto. Quando cheguei na creche e vi o menino, aí percebi que algo muito grave tinha acontecido”, lembra.

“Peguei os meninos, fui andando sem querer preocupá-los, um com 14 anos o outro com 2 que nem entendia o que estava acontecendo. Aí eu perguntava e ele dizia que a mãe tinha ido se encontrar com o cara, mas que seria rápido. E tudo era muito perto, as escolas da casa dela, a casa dele, que foi onde ele cometeu o crime. Eu fui perto da casa dos avós dele, pensei que ela poderia ter ido lá. Foi coisa de horas. Comecei a fazer o percurso, procurando por ela, conversando, para não preocupar o mais velho que já tinha noção.... Passei na porta do apartamento dela, e quando eu não vi o seu carro na garagem do prédio, eu liguei para o meu esposo, aumentei o som para os meninos não ouvirem e disse que ela estava desaparecida. Que já tinha ido na casa do cara, na casa dela e que ela não tinha ido buscar os filhos”, relata Júlia Mendes.

O local onde o corpo de Joana foi encontrado coincide com o percurso que a irmã dela fez enquanto a procurava. A certeza de que o homem que havia destruído os sonhos da irmã seria o responsável pelo seu sumiço, deixava Júlia com mais medo do que poderia ter de fato acontecido. 

“Meu esposo e uns amigos policiais foram à procura dela. Eu disse que procurassem nas imediações do Santo Eduardo. Minha sorte é que quem achou foi a polícia. Mas quem ia achar era eu, com os filhos dela no carro. Porque, durante o percurso, eu atentei para passar pela casa dela e peguei para a esquerda. Se eu tivesse seguido em frente teria achado seu corpo”, lembra a irmã de Joana Mendes.

Júlia Mendes ressalta que tinha medo de Arnóbio Henrique Cavalcan­te Melo.

“A minha preocupação com ele era tão grande, o meu medo dele era tão grande, que na época em que a gente morava em Arapiraca, morávamos no mesmo prédio, eu com meu pai em um apartamento e ela com ele em outro, quando meu pai não estava e eu estava só, chegava falando com alguém ao telefone por medo de ele estar escondido, porque minha irmã tinha a chave de lá e eu tinha medo de ele fazer algo comigo. Eu já o tinha flagrado uma vez dentro do meu quarto mexendo no meu armário, e foi exatamente no mesmo dia que sumiu uma grande quantia de dinheiro. Eu pensava que ou ele fazia uma tragédia com ela e os filhos, ou ele fazia comigo. Eu procurava debaixo de cama, aquelas paranoias. Como eu tinha medo dele, uma vez ela me deu uma carona e eu vi uma xerox da CNH dele. A peguei e guardei dentro da bolsa. E no dia em que ela sumiu, eu procurei essa xerox nos documentos para passá-la a policiais amigos para ajudar nas buscas. Foi a sorte nesse dia. Isso era 18h30, quando foi 19h30 acharam o corpo dela, mas eu só vim saber às 22h”, detalha Júlia Mendes.

Brigas, crises e mentiras

Foi pelas redes sociais o primeiro contato de Joana com Arnóbio. Júlia conta que o homem viu a foto de sua irmã e iniciou as conversas. No período, Joana se recuperava de um acidente de carro sofrido. 

“Ela estava se recuperando de um acidente de carro que tinha sofrido na Avenida  Leste/Oeste. Foi um acidente horrível, mas ela teve uma recuperação excelente, com sete dias já havia saído do hospital, apesar de ter ficado na UTI. Mas a memória recente dela ficou comprometida. No primeiro mês, ela não lembrava do acidente, mas fisicamente não teve nenhum dano, nem mental. Ela ficou com o trauma de dirigir, mas estava perdendo o medo. Foi nesse momento que ele a convidou para tomar um sorvete e os dois começaram a sair. Nessa época ela tinha uns 30 anos”, lembra Júlia Mendes. 

Júlia acredita que a fragilidade de Joana no período facilitou o aprisionamento na relação. Que talvez em outro momento, Joana teria reconhecido que aquilo se tratava de um relacionamento abusivo. Júlia diz ainda que foi a primeira pessoa a desconfiar do comportamento do homem. 

“Daí eles começaram a namorar, só que a gente achou muito estranho porque com um mês de namoro ela o levou para nos conhecer. Ela veio com uma gargantilha que eram duas algemas entrelaçadas. Eu fiquei com aquilo na cabeça, como se namora com alguém há um mês... algema já, é algo pesado e ainda mais em tão pouco tempo de relacionamento. Ele não largava do pé dela, era o tempo todo. Antes do acidente, Joana tinha uma vida muito ativa, fazia corrida de aventura, trekking, academia, era uma pessoa de muitos amigos, nunca estava só, sempre tinha programação. Mas ela deixou de fazer as mesmas coisas de antes porque ele já não deixava”, relata a irmã de Joana. 

Júlia ressalta que Arnóbio conseguiu manipular Joana ao ponto de fazê-la deixar a academia e intrigá-la com amigas. 

“Ele inventou uma fofoca na academia, uma história, e ela acabou não querendo ir mais. Isso eles tinham dois meses de namoro. Ele foi aos poucos tirando tudo. Criou uma intriga entre ela e a melhor amiga. Foi afastando ela das amizades. Ela achava que era cuidado. Nos primeiros meses de namoro ele a cercava com presentes caros. Até que, com uns seis meses de namoro, ela engravidou e isso me deixou preocupadíssima. Porque desde o primeiro dia eu achava que tinha algo errado com o comportamento dela”, conta Júlia Mendes. 

A irmã de Joana diz que ela tinha personalidade espontânea e alegre, que ela gostava de cantar e ir a bares com os amigos. No dia de seu velório, um cantor de um dos locais que ela frequentava foi se despedir. 

“Ele [cantor] foi para o enterro de Joana com a mãe. Estava muito mexido porque já estava acostumado a chamá-la para cantar com ele. Era aquela brincadeira toda porque ela era assim, desse jeito. Minha irmã falava alto, tinha uma gargalhada que todo mundo reconhecia, quando a gente ia para os lugares eu dizia que a gente ia morrer de vergonha só pelas gargalhadas dela, espontâneas e altas. Apesar da gente ter três anos de diferença de idade, sempre andamos muito juntas. E depois dele, ela começou a se afastar, ele falava de mim para ela, ela chateada comigo porque eu questionava o que estava acontecendo”, lembra Júlia Mendes. 

Mas aos poucos as gargalhadas foram cedendo espaço a um comportamento reprimido. Joana passou a se distanciar da família, dos amigos e dos projetos pessoais. 

“Quando eles foram morar em Arapiraca ele começou a xingá-la, se passasse na rua ela não podia mais cumprimentar ninguém. As pessoas perguntavam o que estava acontecendo com ela, que ela dava um oi muito sem graça, que ela não era mais a mesma pessoa”, diz Júlia Mendes. 

Diante das mudanças, Júlia começou a investigar a vida do homem por conta própria e começou a confirmar suas suspeitas. 

“Como em Maceió todo mundo se conhece, comecei a perguntar por ele. A alguém que estudou no mesmo colégio eu dizia: Você conhece o fulano? Aí diziam que ele gostava muito de briga, que pegava confusão. Depois eu soube que ele fazia natação com a filha de um conhecido e que tinha arrumado um problema sério com o professor. Outra conhecida que trabalhava na faculdade que ele estudou, me disse que ele tinha criado uma confusão na secretaria, queria que fizessem algo que não podia ser feito para ele terminar o curso, e até assediou a secretária para conseguir. E eu pensava: isso não tá legal. E conversava com a Joana, dizia para ela conhecer os amigos e a família dele melhor, ela dizia que isso dele era cuidado, era amor demais, que o povo gostava de falar. Aquele comportamento de quem estava muito encantada com isso tudo”, relata Júlia Mendes. 

Início do fim

Com seis meses de relacionamento, Joana engravidou e emplacou uma mudança para Arapiraca para se dedicar a um negócio em parceria com a irmã. Foi então que a situação que já era complicada começou a ficar pior. 

“Quando ela engravidou a gente estava se preparando para abrir um café. A gente chegou a abrir no shopping de Arapiraca. E ela resolveu com ele que iam se mudar para Arapiraca. A gente ia fazer umas escalas de horário, ela ficaria uma parte da semana responsável pelo café e eu iria para lá e ficaria na outra parte. Me preocupou também que ela grávida iria passar muito tempo afastada da gente. Logo de início, começamos a perceber que ele estava de olho grande nesse café e daí ele se voltou contra mim. Eu já não era muito simpática a ele, falava, era educada, mas não tinha muita amizade porque não gostava do comportamento dele com ela. E nisso ele começou a criar intriga entre eu e meus pais”, diz Júlia Mendes. 

As mentiras de Arnóbio começaram a ser reveladas pouco a pouco, deixando a família apreensiva em relação ao futuro de Joana. 

“O acusado dizia que trabalhava numa secretaria que ninguém nunca soube onde era. A gente só sabia que, muitas vezes, como ele dominava Joana, a deixava num compromisso e dizia que ia trabalhar no carro dela, mas depois o avistamos na Ponta Verde. Ele mentia demais e a gente acabou descobrindo um parente em comum. O meu pai é primo de um tio dele. E por esse primo a gente sabia que o que ele dizia que ocorria na casa dele não era verdade. Ele dizia que tinha um carro e o vendeu ao avô, que não pagou. Era mentira, que o carro sempre foi do avô. Enfim, muitas mentiras sobre tudo. Ele tinha esse comportamento de mentir e manipular. Mas quando a gente dizia, Joana respondia que a família era complicada, que ele era incompreendido”, lembra Júlia. 

Agressões 

Até o crime, as idas e vindas do relacionamento tinham se tornado um desgaste para toda a família. Júlia conta que Joana sofreu diversos tipos de violência, mas nunca teve a confirmação se ela fora agredida fisicamente. 

“A gente sabe que violência psicológica e moral ela sofreu. Temos indícios desde o início. A física, ela aparecia com hematoma no braço, na perna, no rosto e dizia que tinha caído, batido na quina da cômoda. Mesmo comportamento de toda violência contra a mulher. A gente achava estranho e notava que o filho mais velho dela, ficava descabreado. A única pessoa que pode ter presenciado é esse filho, que é de outro relacionamento. Notávamos que ele não queria mais ir para à casa do pai no fim de semana, não queria sair de perto dela. Talvez ele achasse que sua presença a protegia. Até hoje, ele é muito calado, desde o fato ele vem sendo acompanhado por psicólogo, tanto ele, quanto o pequeno, que hoje está com 4 anos. O mais velho, a única coisa que falou sobre o assassinato da mãe foi que queria que a justiça fosse feita. A única coisa que ele falou até hoje, foi isso”, diz Júlia Mendes. 

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Fonte: Painel Alagoas

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