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No Carnaval de 2024 sou Beija Flor, doa a quem doer

10.02.2024 às 16:20


*Ricardo Leal - Diretor/editor da revista Painel Alagoas


Não sou expert em samba enredo, mas por ser carioca e já ter desfilado em escolas de samba fico indignado quando ouço algumas observações de (duvidosos) formadores de opinião alagoanos, sobre o fiasco que a Beija Flor vai fazer na Marques de Sapucaí, tanto pelo samba fraco quanto pelo enredo dedicado a um ilustre desconhecido.

Quanto ao samba, já ouvi todos que vão ser apresentados na Sapucaí em 2024 e posso afirmar que não é fraco, muito pelo contrário, tem um refrão que convoca a animação do folião - fala em "doa a quem doer" e "gana de vencer". Isso cantado no desfile, se abençoado no momento pelos "deuses do samba", pode incendiar a arquibancada e trasformar o desfile num momento apoteótico. Além do refrão, é um samba com ritmo acelerado e adrenalizado, apesar de permitir em algumas partes uma paradinha da bateria que certamente deve acontecer.

Quanto ao enredo, outros pessimistas de plantão afirmam que  que Rás Gongila é um ilustre desconhecido. Pode até ser, mas desde que foi anunciado como enredo a história do engraxate amante do Carnaval de Maceió, já foi desvendada em diversos textos nas mídias digitais e impressas  (inclusive em extensa matéria  na edição de novembro de 2023 da Painel Alagoas). Mas mesmo que esse "status" permaneça  isso não compromete a performance da escola na avenida.

E para aqueles que já estão torcendo pelo rebaixamento da escola para criticar o prefeito de Maceió, é sempre bom lembrar  que a Beija Flor, alçada ao grupo de elite das escolas de samba do Rio de Janeiro em 1973, está entre as 3 maiores vencedoras do Grupo Especial de todos os tempos e nunca foi rebaixada. A possibilidade disso acontecer é quase a mesma do CSE ser campeão brasileiro de futebol da Série  A.


Postado por Painel Opinativo

Mércia Albuquerque, presente!

Eu nunca tinha ouvido falar na Mércia Albuquerque. Conheci um pouco da história dela dias atrás, assistindo a maravilhosa Andréa Beltrão, em Lady Tempestade

06.02.2024 às 14:00

Carol Solberg*

Eu nunca tinha ouvido falar na Mércia Albuquerque.

Conheci um pouco da história dela dias atrás, assistindo a maravilhosa Andréa Beltrão, em Lady Tempestade, um monólogo que mergulha no diário dessa advogada, mulher nordestina, heroína foda, que enfrentou os horrores e violência da ditadura para salvar preso políticos.

Sai de lá muito impactada, pensando muito na força da arte e na importância de resgatar e manter viva nossa história.

Estamos prestes a completar 60 anos do golpe e vimos há poucos anos atrás Bolsonaro homenagear um torturador em pleno congresso durante a votação de impeachment de Dilma Rousseff. A falta da “memória, justiça e verdade” nesse país fez com que um cara que fez isso e tinha que sair preso fosse eleito presidente. Pra completar o pesadelo que vivemos durante esses 4 anos, no apagar das luzes, já derrotado, em 15 de dezembro de 2022, faltando duas semanas pra sair, só pra tripudiar, por sadismo, aprovou o fim da Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos Políticos, que desde 95 investigava os crimes da ditadura.

Esse é um dos custos altos que pagamos como sociedade por não termos punido esses monstros.

Silvio Almeida, ministro dos direitos humanos, que é um gigante, está em uma luta absurda pra reimplantar a comissão e é incansavel.

A historia de Mercia tem que ir além, rodar o Brasil, ganhar o mundo, ir para a tela grande, para que NUNCA MAIS possamos cometer o mesmo erro.

Mercia Albuquerque presente!


*Publicado originalmente no Instagram 

Postado por Painel Opinativo

Democracia, único caminho

29.01.2024 às 07:40


Por Mirian Guaraciaba Jornalista

Há razões de sobra para relembrarmos os atos de vandalismo de 8 de janeiro de 2023. Venceu a democracia, venceram os que defendem a ordem e a lei, venceu o sistema eleitoral brasileiro. Lula estava eleito, e Bolsonaro, derrotado, fugia para os Estados Unidos. 

Rememorar os atos de destruição da emblemática Praça dos Três Poderes fortalece a democracia tantas vezes ameaçada. O ato de ontem, num espaço de honra do Congresso Nacional, teve o intuito de reforçar a crença de que a via democrática é o único caminho. 

A frustrada tentativa de golpe custou caro ao País. Não apenas prejuízos financeiros – quase R$ 30 milhões gastos em recuperação dos prédios públicos e restauração de obras de arte, destruídos pela horda de arruaceiros, vagabundos. Restaram sequelas dos atos estimulados pelo bando de Bolsonaro. 

Por enquanto, Bolsonaro circula livre, destilando ódio país afora, alimentando sua rede de apoio e de intrigas. Dia desses, tomou café da manhã com Arthur Lira, o mesmo presidente da Câmara dos Deputados, “defensor da democracia”, que se ausentou do ato de repúdio ao 8 de janeiro. No mesmo embalo bolsonarista dos governadores de oposição. 

Zero surpresa: para Lira e governadores, mais importante que defender a democracia são suas paróquias partidárias/eleitorais. 

Foram centenas de pessoas denunciadas, 66 continuam presas, mais de seis mil atos expedidos pelo ministro Alexandre de Moraes, dezenas de operações da Polícia Federal. O ex-presidente também tem fatura alta a liquidar – foi incluído pela PGR no inquérito 4.921, que apura a tentativa de golpe de estado, e os atos de vandalismos de 8/01. 

Postado por Painel Opinativo

O ingresso

O abraço espiritual mais lindo que eu e a história de minha prima Mércia Albuquerque, já nos damos.

07.01.2024 às 13:20
Arquivo pessoal


*Eliane Aquino - Jornalista

Pode até parecer um ingresso normal para uma peça de teatro das muitas que já assisti e aplaudi em várias cidades brasileiras, é que não seria diferente no Rio de Janeiro, pátria de meu amor Ricardo Leal. Mas não é um simples papel de uma bilheteria de entretenimento, não, não é.

 Esse papel, amassado pelas minhas emoções enquanto assistia a estreia de Lady Tempestade, no Teatro Poeira, foi a minha entrada para o abraço espiritual mais lindo que eu e a história de minha prima Mércia Albuquerque, já nos damos. No texto fidedigno de Silvinha Gomez sobre os escritos de Mércia, na produção e direção impactantes por Valencia Losada e Yara de Novaes, e na interpretação glamourosa de Andrea Beltrão, eu pude ver novamente a coragem, a amorosidade, as vitórias e derrotas desta advogada tão intensa na defesa dos Direitos Humanos! 

Que linda a minha honra de carregar comigo DNA de Mércia, tendo como referência de vida seu legado!!!! Em Lady Tempestade, não só abracei novamente Mércia, eu passei a compreender melhor tanto de suas angústias, medos e sofrimento, mas também entendi melhor a sua capacidade de enfrentar corajosamente tudo o que sempre repudiou!!!! 

Muito grata também a Roberto Monte e aos queridos do Rio Grande do Norte pela criação do Memorial Online Mércia Albuquerque, pelo lançamento de seus diários, e por levar sua história ao nosso país e ao mundo!!!! E por me incluírem nisso tudo!!!!! Obrigada, querida  Mércia, por todo o amor que nos une. Viva, Mércia!!!!

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*Dia da Advogada* 15 de Dezembro

15.12.2023 às 11:30

Paula Lopes - Especialista em Direitos Humanos e em Proteção à Mulheres Vítimas de Violência .Fundadora do CDDM -Centro de Defesa dos Direitos da Mulher


Ser uma advogada Feminista exige tudo de nós: inteligência, saúde e muito amor à causa!

Advogar para as desigualdades humanas, sobretudo às que nós mulheres passamos, é uma luta constante e incessante que nos faz nadar contra a corrente todos s dias.

Não é fácil!

Pois o mundo patriarcal e machista nos exige uma liturgia perfeita, um comportamento exemplar e uma vitalidade invencível, tudo isso humanamente impossível.

Falhamos todos! Pois numa sociedade em que ainda precisamos lutar para não morrermos por sermos mulheres é uma sociedade que falhou!

Uma sociedade que não ouve as vozes das meninas, apenas por serem meninas, é uma sociedade que falhou!

Uma sociedade em que a opinião de uma mulher sobre um conteúdo misógino que violenta a todas nós simbolicamente, é tida como um dano moral contra um homem, é uma sociedade que falhou!

Mas ainda mora em mim a esperança de que assim como Maria da Penha há 40 anos atrás não foi ouvida em suas Violências e hoje é o nome da Lei, como Joana Maranhão, Mari Ferrer, Lola Abramovich, Carolina Dickman, Júlia Matos dentre outras...mudaram a história dos DIREITOS DAS MULHERES!

Fecho o ano com o saldo positivo na luta pelos Direitos das Mulheres, mesmo sabendo que ainda temos muito a avançar:

-Observatório Alagoas da Violência contra a Mulher;
-Sala Lilás da ARSAL na Rodoviáriade Maceió;
-Grupo de Familiares de Vítimas de Feminicídio em AL.

NÃO VAMOS PARAR DE LUTAR!!!
Essa é nossa única alternativa!!!

Postado por Painel Opinativo

Desastre anunciado

03.12.2023 às 19:00

* Ilza Porto Maia

Não era nem nascida quando meu bisavô Caio mandou fazer panfletos pra distribuir na rua contra uma empresa q ia abrir em Maceió. Seu cunhado era o governador na época e ele brigou até com a irmã por conta disso. Anos depois, quando já estava com 3 anos fui levada pra passeata com minha mãe pra q não houvesse a sua duplicação. Até Porto particular teve direito, além de vivermos junto à um local q parece pior q uma usina nuclear!

São mais de 40 anos de erros continuados e carregado de permissividade, entrando governo e saindo, com isenções fiscais até dizerem q isso traria benefícios pra cidade. Resultado da ganância humana q não fez o q deveria ter feito! O maior acidente ambiental em um centro urbano continua em andamento com abalos sísmicos. Pessoas se suicidaram, famílias perderam referência de casas, amigos, a cidade ficou com área fantasma e toda ela comprada pela tal empresa! Somos massa, somos o paraíso das águas e somos infelizmente um local q agora aguarda a natureza buscar seu curso depois de ter sido tão detonada com o extrativismo do sal-gema.

Que isso sirva de exemplo para o mundo! Muitas vezes o melhor ofertado no momento não é tão bom ao longo dos anos. Estamos todos inseridos na lei de causa e efeito ou ação e reação. E é uma tristeza saber q uma lagoa, sempre fui apaixonada, pode ser ou não a qq momento inutilizada com um acidente ambiental de níveis e proporções inestimáveis! Não pensaram no turismo sem o extrativismo, nem pensaram nas famílias nativas, na população ao longo dos anos. Como efeito cascata q cogitam temerosos, também foi até chegarmos nessa situação! Aonde está a sustentabilidade tão falada nesses tempos ?! Aonde foram parar as responsabilidades dos órgãos responsáveis por esse dano jamais ocorrido em nenhum outro lugar do mundo? Cadê os lacradores?! Aonde estão os q vivem falando em preservação ambiental?

Ainda bem q novas gerações são diferentes, pensam em não jogar lixo no chão, são mais educados e pensam na terra mesmo com tantos ensinamentos errôneos infelizmente de outras gerações. Espero q nos organizemos para ajudar àqueles q precisarem, de pessoas aos animais se algo houver de pior, torço sinceramente pra q não ocorra!

Postado por Painel Opinativo

Botafogo - a saga de uma sexagenária paixão

30.11.2023 às 12:22


*Ricardo Leal


Primórdios

Meu pai detestava futebol. Meu avô materno era torcedor do América e o paterno do Bangu. Graças a Deus não influíram na minha vida de torcedor. Nos meus primórdios de convivência com o futebol escutava muita história de Pelé e Garrincha e passei a cultuar uma certa preferência pelo Santos.   Ainda não tinha nem noção que o alvinegro praiano não era do Rio de Janeiro. Vivia rodeado de flamenguistas que tentavam me explicar que eu não podia torcer para um time que não fosse da minha cidade e que o Flamengo era o grande campeão carioca (acho que em referência ao título de 1963). Não mudei de opinião e continuei cultuando Pelé, mesmo não vendo nem sabendo nada sobre a gloriosa trajetória do clube naquela época. Anos depois, já habituado a ouvir jogos pela saudosa Rádio Continental (Clóvis Filho narrando, Carlos Marcondes comentando e Luiz Fernando repórter de campo), fiquei impressionado com um Flamengo X Botafogo. Nesse jogo Jairzinho voltava a atuar pelo alvinegro após longo período parado por grave contusão. O Botafogo venceu com um gol justamente dele (na época camisa 7 , a mesma de Garrincha). Isso me deixou muito impressionado e passei a dar mais atenção aos jogos do alvinegro. Aí se iniciou a minha preferência pelo time que torço até hoje.

Orgulho & Desconforto

Quando decidimos optar por um time de futebol, passamos a torcer pelo que vai acontecer no futuro e incorporamos todo o seu glorioso passado. Passei a ser fã de grandes craques que nunca vi jogar, como Heleno de Freitas, Garrincha, Didi, Nilton Santos e outros. Minha felicidade clubística foi consolidada em 1970, após termos ganho tudo em 1967/1968 (com Jairzinho, Gerson, Roberto Miranda, Paulo Cesar Cajú e cia e Zagalo como técnico), fomos tri campeões mundiais com Zagalo treinador e Jairzinho o grande artilheiro da selação na Copa de 1970.

Minha fé sobreviveu a 21 anos de  um incômodo jejum de títulos. Assisti alguns jogos em 1967 e 1968, mas testemunhar a conquista do título de 1989 no Maracanã (contra o Flamengo) foi o meu momento mais emocionante como torcedor. Nem na conquista do brasileiro de 1995 eu vibrei tanto quanto naquele 21/06/1989.

O trágico

O que tem acontecido em 2023 é uma excessiva turbulência astral e emocional,  que nos leva trágica e rapidamente do céu ao inferno.  O jogo ontem, contra o Coritiba, tinha tudo para ser 0x0, mas quiseram os deuses do futebol nos castigar com um mesmo empate, só que com um placar muito mais sofrido e doloroso. (do céu ao inferno em menos de 1 minuto).


Fé X Racionalidade

Torcer para o Botafogo é estar à mercê de forças ocultas, de magias desconhecidas ricas em causas inexplicáveis e sobrenaturais. Sempre torci com fé inabalável, aceitando (mesmo as vezes não entendendo) esse profundo desgaste emocional, que nesse ano de 2023 gerou uma ressaca moral sem precedentes no meu currículo de torcedor.

Hoje pela primeira vez em minha sexagenária história com o alvinegro, percebo que parte da fé, que inconscientemente carreguei todo esse tempo, me pede licença "pra sair de campo", e sem saber direito o que isso pode significar, aceito resignado essa metamorfose mental. Sei bem que fé e racionalidade estão longe de serem compatíveis, mas ao aceitar esse "pedido de licença" sinto que me liberto das amarras de um cenário que insiste em humilhantes fracassos e limitações.

O brilho

Com menos fé permaneço botafoguense, mas me incluo na turma dos adeptos de São Tomé, muito bem representada pelo ilustre torcedor  Stephan Nercessian, onde as expectativas não tem morada e os resultados (positivos) são absorvidos muito tempo depois. E bola pra frente, porque mesmo solitária a estrela permanecerá brilhando no gramado dos absurdos do futebol

Postado por Painel Opinativo

Rio, Israel e Palestina

28.11.2023 às 13:20

 Tânia Fusco - Jornalista

Nem o Hamas é fofo. Nem Israel é boazinha. Mas, no mundo que normaliza a barbárie, assim é se lhe parece. 1.4 mil mortos em três dias.  Falta a pergunta básica: a quem interessa a velha guerra Israel X Palestina? 

Guerras sempre interessam a quem tem e/ou vende armas. Seguramente, não é o povo palestino. Hamas e outros primos, para a guerra, também compram armas dos que fabricam. Dos que vendem.  Dos que provocam. Dos que fomentam as guerras. Será dos russos? Dos chineses? Dos israelenses? Será das americanas – Lockheed Martin, Raytheon, Boeing, Nortthrop Grumman ou General Dynamics? 

Só a Lockheed Martin, estima a imprensa americana, vende 60 bilhões de dólares, por ano, em armas. Acha mesmo que escolhe a quem vender? Lucro não tem pátria, ideologia, nem caráter ou piedade. Em Gaza, 220 mil pessoas vivem subjugadas, confinadas, cercadas, despossuídas de direitos. Desumanizadas. Vivem sob bloqueio, sob apartheid. E sob muita bala. 

Em Gaza, falta água, comida, hospital, escola, empregos. Falta o direito de ir e vir.  Não é muito diferente na Cisjordânia. 

O Estado de Israel é violento, invasor e colonizador. Armado e rico. O povo de Israel, que vive – claro – em melhores condições do que os palestinos, também é vítima do Estado autoritário de Israel. 

Segunda-feira, O9/10/2023, terceiro dia do conflito, 300 mil reservistas israelenses foram convocados. Como “os buchas de canhão” de sempre, na luta de agora, morrerão e matarão palestinos. De novo. Como vem acontecendo desde 1948, na Palestina histórica que, tem hoje apenas 10% de seu território original e originário. Hoje, devemos respeito aos mortos palestinos e israelenses, e solidariedade a todos os atingidos por brutalidades na Palestina, em Israel. 

A guerra mata mais soldados do que generais. Faz mais vítimas entre os mais fracos. Suja sempre, as guerras servem aos interesses de políticos em dificuldades, no modelo Netanyahu. Também multiplicam dores e fortunas. O Hamas é violento? Muito. Onde há opressão há violência, terrorismo e assemelhados. Elementar. A quem interessa a paz? Seguramente não é a quem lucra com a guerra – seja em Israel, na Ucrânia, na Somália, no Iêmen… 

Quem normaliza a guerra? Quem define mocinhos e bandidos nessas guerras continuadas, onde não há desejo nem esforço real pela paz? Precisa desenhar? Sobre normalizar o anormal. Pode a brasileiríssima milícia carioca mandar matar? Matar? Depois, rapidamente, elucidar causa das mortes? Além de apontar erros operacionais na execução? Mais rápido ainda, identificar, localizar e condenar a morte supostos autores da encomenda mortal mal realizada? 

Ficou tudo bem explicado? Caso encerrado. Enterrem os mortos. Médicos paulistas, no caso derradeiro. Foram vítimas de um engano. Só isso, entendeu? Quem mandou sair à noite, ficar jogando conversa fora, comendo besteirinhas, tomando umas em quiosque à beira mar, na linda Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, Brasil? Ali é terra de milícias, com alguns territórios do tráfico.  Sabiam não? Todo mundo sabe disso tudo. Como em Israel e na Palestina, todos sabem quem é quem, onde atuam, como atuam. Quem tem mais armas. De quem compram. Quem quer tomar espaço de quem. 

Mocinhos e bandidos estão devidamente qualificados. Os mais fortes mantêm seus domínios sobre os mais fracos. O couro come no lombo dos perdedores. Contrariou, morre. Vacilou, morre. Como sempre. Igual Israel e Palestina. Entende? Guerra urbana, entende? Muita grana em jogo. Não há o menor interesse real de acabar com isso. Igual Israel e Palestina. Entende? 

 -Publicado na edição 75 da revista Painel Alagoas

Postado por Painel Opinativo

A Anistia partidária e o desafio da igualdade política no Brasil: um chamado a ação.

18.09.2023 às 12:22


*Rosemary Francino - Advogada

A proposta de Emenda Constitucional nº 09/2023 tem gerado intensos debates e divergências de opiniões no Brasil. A PEC propõe mudanças na Emenda Constitucional nº 117, de 5 de abril de 2022, no que diz respeito à aplicação de sanções aos partidos políticos que não cumprirem a cota mínima de recursos destinados às questões de gênero e raça durante as eleições, bem como nas prestações de contas anuais e eleitorais. Porém, o Ministério da Igualdade Racial do Governo Federal se posicionou de forma contrária à proposta, alegando que ela representa um retrocesso nas políticas de inclusão e equidade racial.

A Emenda Constitucional nº 117, aprovada em 2022, objetivou promover a igualdade de gênero e a representatividade racial na política brasileira. Ela estabeleceu cotas mínimas de recursos a serem destinados pelos partidos políticos para candidaturas femininas e para promoção da igualdade racial, a fim de garantir uma maior diversidade e inclusão nas esferas de poder. Essas medidas foram consideradas um avanço rumo a uma sociedade mais igualitária.

No entanto, a PEC 09/2023 propõe alterações nas sanções aplicadas aos partidos que não cumprem tais cotas. Ela levanta preocupações significativas, uma vez que poderia permitir a impunidade e enfraquecer os esforços para promover a igualdade de gênero e a diversidade racial na política. Ao flexibilizar as punições, a PEC pode acabar comprometendo a efetividade das medidas implementadas anteriormente.

O Ministério da Igualdade Racial, órgão responsável por promover políticas e ações afirmativas relacionadas à igualdade racial no Brasil, manifestou sua oposição à PEC 09/2023. De acordo com o ministério, a proposta representa um retrocesso para os avanços alcançados até o momento, colocando em risco os esforços para combater a sub-representação e a discriminação racial na política.

O temor de retrocesso está relacionado à possibilidade de que a flexibilização das sanções resulte em uma diminuição no comprometimento dos partidos políticos em relação à inclusão e à promoção da igualdade racial. O risco de que as cotas se tornem meramente simbólicas, sem efetividade prática, é uma preocupação legítima.

A busca pela igualdade política no Brasil exige esforços contínuos e comprometidos. A anistia partidária representa um sério desafio nessa luta, ameaçando a efetivação das cotas e o avanço rumo a representatividade, igualdade e diversidade. É fundamental que a sociedade se mobilize, exija responsabilidade dos partidos políticos e continue pressionando por medidas efetivas de inclusão. Somente assim poderemos construir um país verdadeiramente democrático, que respeite os direitos humanos e promova a participação de todos, independentemente de sua raça, gênero ou orientação sexual.

Nos dias de hoje, é imprescindível reconhecer a importância da igualdade de gênero nos espaços de poder. Para isso, é necessário evoluir e conquistar a presença de 50% de mulheres nesses ambientes. A diversidade de pensamentos, perspectivas e experiências é fundamental para a tomada de decisões mais justas e representativas. Devemos trabalhar em conjunto para criar oportunidades, promover o empoderamento feminino e derrubar barreiras que historicamente limitaram a participação das mulheres.

Portanto, continuar anistiando os partidos políticos pela falta de compromisso com a legislação, representa um retrocesso quanto as conquistas e avanços em relação às ações afirmativas de gênero e raça política brasileira. A Sociedade Civil e os defensores da igualdade e inclusão devem se unir e se mobilizar para assegurar que essas medidas de representatividade não sejam enfraquecidas ou relegadas ao esquecimento. Garantir a participação igualitária de mulheres e pessoas negras na política é fundamental para construção de uma sociedade mais justa e igualitária.

 

Postado por Painel Opinativo

Em nome do acerto

26.08.2023 às 12:45


Joaldo Cavalcante – Secretário de Estado da Comunicação de Alagoas


Embora haja controvérsias, especialmente entre acadêmicos do mandarim, convencionou-se disseminar pelo mundo o termo “weiji” - crise, escrito em chinês, como ideograma constituído pela junção de dois outros, significando, respectivamente, “perigo” e “ocasião propícia”.

Bem antes do fato controvertido, Albert Einstein, físico alemão e pai da Teoria da Relatividade, escreveu sobre o assunto, em torno do qual cunhou o seguinte pensamento: “Acabemos de vez com a única crise ameaçadora, que é a tragédia de não querer lutar para superá-la”. Crise, portanto, não surge repentinamente. A experiência leva a concluir que, às vezes, ela eclode de pequenas ocorrências.

Pois bem, sob o ângulo da comunicação de governo, o “Manual de Gerenciamento de Crise”, que a Secretaria de Estado da Comunicação (Secom) acaba de lançar, é uma ferramenta que se a propõe a discutir e estabelecer diretrizes para identificar eventuais riscos, e como administrá-los, à luz da sociedade.

No cotidiano da comunicação governamental, aprendi que o poder público deve exercitar sempre o ato explicativo, sobretudo diante do direito à informação pelo cidadão, garantido pela Constituição da República. Assimilei também que, diante de controvérsias e eventuais erros detectados, o melhor detergente continua sendo a transparência, que gera respeito e credibilidade.

Devemos apurar o fato controverso na origem, levantando dados, reunindo documentos, números, gráficos e tudo mais que se tornar útil com argumento para esclarecer o ocorrido. Melhor ainda se, em tais ocasiões, for também possível observar o princípio da antecipação.

Como ensina o nosso Manual, na área pública, além de se observar o princípio da honestidade, que é uma obrigação de qualquer agente público, é indispensável atentar para o fato de a prestação de serviço à população ser cuidadosa, transparente e de qualidade.

Como nenhuma instituição está imune a eventuais crises, o Manual nasce sob a égide do ineditismo, nesses 38 anos de existência da Secom do Estado de Alagoas.

O Manual também se destaca pelo pioneirismo entre as demais secretarias de Comunicação dos estados brasileiros, que já receberam sua versão digital. É a contribuição à reflexão ofertada por um governo que cultiva o princípio de acertar mais a cada dia, como sempre acentua o governador Paulo Dantas.

Publicado originalmente na edição 72 da revista Painel Alagoas

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