Agnaldo Kallarrari
Madonna sempre foi presente na minha
vida, e mesmo sendo filho de uma evangélica raiz , não conseguia ouvir Madonna
sem que não “ pecasse “. Isso mesmo era assim que fui criado , impossível não
me emocionar com o show dela , estar ali pertinho de uma pessoa que eu sempre
admirei , 40 anos de carreira , a qual sempre lutou por questões proibidas e
delicadas , a pioneira em luta com a aids com a comunidade gay, e que para
muitos passam despercebido, sempre mostrou que a mulher pode ser o que ela bem
quiser.
No mês do meu aniversário de 55 anos , não teria presente melhor , em ter assistido a um show épico , que orgulho eu tenho em mim , em ver uma MULHER de 65 anos, lutando por igualdade, sempre me senti representado por ela, sei que pra muitos conservadores na verdade os hipócritas, não foi um dia nada fácil, teve bjo numa mulher trans , Marielle Franco, Érica Hilton , Cazuza , Renato Russo , Marta Vieira , Madonna entregou tudo neste show , mostrou o que é ser uma mulher vencedora, estudante que perdeu sua mãe aos 6 anos de idade e com poucos dólares no bolso cresceu, acreditou nos seus sonhos assim como eu , que venho de familia humilde e consegui vencer. É por isto que admiro a maneira que ela fez em muitas vidas , que o impossível pode sim ser possível. Só tenho a agradecer, me emociono só em estar escrevendo e agradecer a ela por ter entendido muito antes da gente. Que noite Brasil!
Então é sobre isto , Madonna mostrou há muito tempo que o lugar das mulheres e de todas as minorias sempre será onde todos quiserem. No futuro quero ter o prazer, a honra em falar eu estava lá ! Vamos deixar as nossas diferenças de lado e deixar o amor reinar , pois Jesus nos deixou como ensinamento: "amai-vos uns aos outros" .
Anne Caroline Fidelis*
*Presidente da Associação das Mulheres Advogadas de Alagoas - AMADA
Vamos imaginar um evento da justiça do trabalho e um palestrante que defende o fim da justiça do trabalho é contratado. Seria incoerente?
Aplicando essa lógica à IV Conferência Nacional da Mulher Advogada, que nasceu da necessária luta por igualdade e não subserviência das mulheres, podemos dizer que foi exatamente o que aconteceu quando, apesar dos protestos, contrataram e mantiveram a palestra de uma mulher que sequer é advogada e que prega a subserviência de mulheres, que diz que mulher tem que ter permissão do marido e que o jantar precisa ser servido somente depois dele chegar, entre outras barbaridades.
Lamentamos que tenhamos chegado ao ponto de ter que protestar diante dela, porque não é sobre ela, mas sobre a grande incoerência que é a manutenção de alguém que sedimenta o machismo ter espaço de fala em um evento que só existe porque lutamos contra o machismo. Se seguíssemos a liturgia do que ela prega, sequer estaríamos neste evento, pois estaríamos esperando permissão ou seguindo nossa rotina pelo horário dos homens.
Para coroar a incoerência do momento, o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil Beto Simonetti sobe ao palco para subverter a lógica dos protestos e acusar aqueles e aquelas que não se calaram de antidemocráticas, entoando a narrativa conveniente de uma suposta liberdade de expressão.
Presidente, desconstruir nossa luta em nosso evento e com o dinheiro de nossas anuidades NÃO!
A cena piora: chamam a polícia para proteger quem? De nós? A cartilha do absurdo e da criminalização daquelas que não se calam foi seguida e o absurdo reinou!
A IV Conferência teve momentos lindos, mas este momento não será esquecido! Que na próxima, quando estivermos novamente reunidas, possamos de fato preservar a coerência. Que tenhamos eleições diretas para que não se concedam poderes que não nos representam e sequer nos ouvem.
Mas não somos ingênuas, pois nada é por acaso. A estratégia do poder quando teme perder é de hostilizar, desunir e desqualificar. Sobre isso dizemos: não nos calaremos e não esqueceremos!
Postamos este texto junto com vários vídeos
referentes à situação no @advogadasdealagoas
Stela Cavalcanti - Promotora de Justiça - Mestra em Direito
No dia nove de março de 2015, entrava em vigor a lei do feminicídio (Lei 13.104/15), o assassinato de mulheres por serem mulheres. A lei considera feminicídio quando o assassinato envolve violência doméstica e familiar, menosprezo ou discriminação à condição de mulher da vítima.
A nova legislação alterou o Código Penal (Decreto-Lei 2.848/40) e estabeleceu o feminicídio como circunstância qualificadora do crime de homicídio. Também modificou a Lei de Crimes Hediondos (Lei 8.072/90), para incluir o feminicídio na lista.
Com isso, o crime de homicídio simples tem pena de seis meses a 20 anos de prisão, e o de feminicídio, um homicídio qualificado, de 12 a 30 anos de prisão.
Mas, apesar da legislação, o número de feminicídios tem aumentado em vários Estados. Como conter o avanço deste crime, como proteger as mulheres? Durante a entrevista realizada ontem, 27/03/24, pela competente jornalista Goretti Lima conversamos acerca do bárbaro crime de feminicídio que vitimou Valkyria Brito em Maceió e alertamos outras mulheres de como se proteger. Baixem o APP Proteção mulheres de forma gratuita, disponível para IOS e Android.
Com informações da Agência Câmara
*Ricardo Leal - Diretor/editor da revista Painel Alagoas
Não sou expert em samba enredo, mas por ser carioca e já ter desfilado em escolas de samba fico indignado quando ouço algumas observações de (duvidosos) formadores de opinião alagoanos, sobre o fiasco que a Beija Flor vai fazer na Marques de Sapucaí, tanto pelo samba fraco quanto pelo enredo dedicado a um ilustre desconhecido.
Quanto ao samba, já ouvi todos que vão ser apresentados na Sapucaí em 2024 e posso afirmar que não é fraco, muito pelo contrário, tem um refrão que convoca a animação do folião - fala em "doa a quem doer" e "gana de vencer". Isso cantado no desfile, se abençoado no momento pelos "deuses do samba", pode incendiar a arquibancada e trasformar o desfile num momento apoteótico. Além do refrão, é um samba com ritmo acelerado e adrenalizado, apesar de permitir em algumas partes uma paradinha da bateria que certamente deve acontecer.
Quanto ao enredo, outros pessimistas de plantão afirmam que que Rás Gongila é um ilustre desconhecido. Pode até ser, mas desde que foi anunciado como enredo a história do engraxate amante do Carnaval de Maceió, já foi desvendada em diversos textos nas mídias digitais e impressas (inclusive em extensa matéria na edição de novembro de 2023 da Painel Alagoas). Mas mesmo que esse "status" permaneça isso não compromete a performance da escola na avenida.
E para aqueles que já estão torcendo pelo rebaixamento da escola para criticar o prefeito de Maceió, é sempre bom lembrar que a Beija Flor, alçada ao grupo de elite das escolas de samba do Rio de Janeiro em 1973, está entre as 3 maiores vencedoras do Grupo Especial de todos os tempos e nunca foi rebaixada. A possibilidade disso acontecer é quase a mesma do CSE ser campeão brasileiro de futebol da Série A.
Carol Solberg*
Eu nunca tinha ouvido falar na Mércia Albuquerque.
Conheci um pouco da história dela dias atrás, assistindo a maravilhosa Andréa Beltrão, em Lady Tempestade, um monólogo que mergulha no diário dessa advogada, mulher nordestina, heroína foda, que enfrentou os horrores e violência da ditadura para salvar preso políticos.
Sai de lá muito impactada, pensando muito na força da arte e na importância de resgatar e manter viva nossa história.
Estamos prestes a completar 60 anos do golpe e vimos há poucos anos atrás Bolsonaro homenagear um torturador em pleno congresso durante a votação de impeachment de Dilma Rousseff. A falta da “memória, justiça e verdade” nesse país fez com que um cara que fez isso e tinha que sair preso fosse eleito presidente. Pra completar o pesadelo que vivemos durante esses 4 anos, no apagar das luzes, já derrotado, em 15 de dezembro de 2022, faltando duas semanas pra sair, só pra tripudiar, por sadismo, aprovou o fim da Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos Políticos, que desde 95 investigava os crimes da ditadura.
Esse é um dos custos altos que pagamos como sociedade por não termos punido esses monstros.
Silvio Almeida, ministro dos direitos humanos, que é um gigante, está em uma luta absurda pra reimplantar a comissão e é incansavel.
A historia de Mercia tem que ir além, rodar o Brasil, ganhar o mundo, ir para a tela grande, para que NUNCA MAIS possamos cometer o mesmo erro.
Mercia Albuquerque presente!
*Publicado originalmente no Instagram
Há razões de sobra para relembrarmos os atos de vandalismo de 8 de janeiro de 2023. Venceu a democracia, venceram os que defendem a ordem e a lei, venceu o sistema eleitoral brasileiro. Lula estava eleito, e Bolsonaro, derrotado, fugia para os Estados Unidos.
Rememorar os atos de destruição da emblemática Praça dos Três Poderes fortalece a democracia tantas vezes ameaçada. O ato de ontem, num espaço de honra do Congresso Nacional, teve o intuito de reforçar a crença de que a via democrática é o único caminho.
A frustrada tentativa de golpe custou caro ao País. Não apenas prejuízos financeiros – quase R$ 30 milhões gastos em recuperação dos prédios públicos e restauração de obras de arte, destruídos pela horda de arruaceiros, vagabundos. Restaram sequelas dos atos estimulados pelo bando de Bolsonaro.
Por enquanto, Bolsonaro circula livre, destilando ódio país afora, alimentando sua rede de apoio e de intrigas. Dia desses, tomou café da manhã com Arthur Lira, o mesmo presidente da Câmara dos Deputados, “defensor da democracia”, que se ausentou do ato de repúdio ao 8 de janeiro. No mesmo embalo bolsonarista dos governadores de oposição.
Zero surpresa: para Lira e governadores, mais importante que defender a democracia são suas paróquias partidárias/eleitorais.
Foram centenas de pessoas denunciadas, 66 continuam presas, mais de seis mil atos expedidos pelo ministro Alexandre de Moraes, dezenas de operações da Polícia Federal. O ex-presidente também tem fatura alta a liquidar – foi incluído pela PGR no inquérito 4.921, que apura a tentativa de golpe de estado, e os atos de vandalismos de 8/01.
*Eliane Aquino - Jornalista
Pode até parecer um ingresso normal para uma peça de teatro das muitas que já assisti e aplaudi em várias cidades brasileiras, é que não seria diferente no Rio de Janeiro, pátria de meu amor Ricardo Leal. Mas não é um simples papel de uma bilheteria de entretenimento, não, não é.
Esse papel, amassado pelas minhas emoções enquanto assistia a estreia de Lady Tempestade, no Teatro Poeira, foi a minha entrada para o abraço espiritual mais lindo que eu e a história de minha prima Mércia Albuquerque, já nos damos. No texto fidedigno de Silvinha Gomez sobre os escritos de Mércia, na produção e direção impactantes por Valencia Losada e Yara de Novaes, e na interpretação glamourosa de Andrea Beltrão, eu pude ver novamente a coragem, a amorosidade, as vitórias e derrotas desta advogada tão intensa na defesa dos Direitos Humanos!
Que linda a minha honra de carregar comigo DNA de Mércia, tendo como referência de vida seu legado!!!! Em Lady Tempestade, não só abracei novamente Mércia, eu passei a compreender melhor tanto de suas angústias, medos e sofrimento, mas também entendi melhor a sua capacidade de enfrentar corajosamente tudo o que sempre repudiou!!!!
Muito grata também a Roberto Monte e aos queridos do Rio Grande do Norte pela criação do Memorial Online Mércia Albuquerque, pelo lançamento de seus diários, e por levar sua história ao nosso país e ao mundo!!!! E por me incluírem nisso tudo!!!!! Obrigada, querida Mércia, por todo o amor que nos une. Viva, Mércia!!!!
Paula Lopes - Especialista em Direitos Humanos e em Proteção à Mulheres Vítimas de Violência .Fundadora do CDDM -Centro de Defesa dos Direitos da Mulher
Ser uma advogada
Feminista exige tudo de nós: inteligência, saúde e muito amor à causa!
Advogar para as desigualdades humanas, sobretudo
às que nós mulheres passamos, é uma luta constante e incessante que nos faz
nadar contra a corrente todos s dias.
Não é fácil!
Pois o mundo patriarcal e machista nos exige uma
liturgia perfeita, um comportamento exemplar e uma vitalidade invencível, tudo
isso humanamente impossível.
Falhamos todos! Pois numa sociedade em que ainda
precisamos lutar para não morrermos por sermos mulheres é uma sociedade que
falhou!
Uma sociedade que não ouve as vozes das meninas,
apenas por serem meninas, é uma sociedade que falhou!
Uma sociedade em que a opinião de uma mulher sobre
um conteúdo misógino que violenta a todas nós simbolicamente, é tida como um
dano moral contra um homem, é uma sociedade que falhou!
Mas ainda mora em mim a esperança de que assim
como Maria da Penha há 40 anos atrás não foi ouvida em suas Violências e hoje é
o nome da Lei, como Joana Maranhão, Mari Ferrer, Lola Abramovich, Carolina
Dickman, Júlia Matos dentre outras...mudaram a história dos DIREITOS DAS
MULHERES!
Fecho o ano com o saldo positivo na luta pelos
Direitos das Mulheres, mesmo sabendo que ainda temos muito a avançar:
-Observatório Alagoas da Violência contra a Mulher;
-Sala Lilás da ARSAL na Rodoviáriade Maceió;
-Grupo de Familiares de Vítimas de Feminicídio em
AL.
NÃO VAMOS PARAR DE LUTAR!!!
Essa é nossa única alternativa!!!
* Ilza Porto Maia
Não era nem nascida quando meu bisavô Caio mandou fazer panfletos pra distribuir na rua contra uma empresa q ia abrir em Maceió. Seu cunhado era o governador na época e ele brigou até com a irmã por conta disso. Anos depois, quando já estava com 3 anos fui levada pra passeata com minha mãe pra q não houvesse a sua duplicação. Até Porto particular teve direito, além de vivermos junto à um local q parece pior q uma usina nuclear!
São mais de 40 anos de erros continuados e carregado de permissividade, entrando governo e saindo, com isenções fiscais até dizerem q isso traria benefícios pra cidade. Resultado da ganância humana q não fez o q deveria ter feito! O maior acidente ambiental em um centro urbano continua em andamento com abalos sísmicos. Pessoas se suicidaram, famílias perderam referência de casas, amigos, a cidade ficou com área fantasma e toda ela comprada pela tal empresa! Somos massa, somos o paraíso das águas e somos infelizmente um local q agora aguarda a natureza buscar seu curso depois de ter sido tão detonada com o extrativismo do sal-gema.
Que isso sirva de exemplo para o mundo! Muitas vezes o melhor ofertado no momento não é tão bom ao longo dos anos. Estamos todos inseridos na lei de causa e efeito ou ação e reação. E é uma tristeza saber q uma lagoa, sempre fui apaixonada, pode ser ou não a qq momento inutilizada com um acidente ambiental de níveis e proporções inestimáveis! Não pensaram no turismo sem o extrativismo, nem pensaram nas famílias nativas, na população ao longo dos anos. Como efeito cascata q cogitam temerosos, também foi até chegarmos nessa situação! Aonde está a sustentabilidade tão falada nesses tempos ?! Aonde foram parar as responsabilidades dos órgãos responsáveis por esse dano jamais ocorrido em nenhum outro lugar do mundo? Cadê os lacradores?! Aonde estão os q vivem falando em preservação ambiental?
Ainda bem q novas gerações são diferentes, pensam em não jogar lixo no chão, são mais educados e pensam na terra mesmo com tantos ensinamentos errôneos infelizmente de outras gerações. Espero q nos organizemos para ajudar àqueles q precisarem, de pessoas aos animais se algo houver de pior, torço sinceramente pra q não ocorra!
*Ricardo Leal
Primórdios
Meu pai detestava futebol. Meu avô materno era torcedor do América e o paterno do Bangu. Graças a Deus não influíram na minha vida de torcedor. Nos meus primórdios de convivência com o futebol escutava muita história de Pelé e Garrincha e passei a cultuar uma certa preferência pelo Santos. Ainda não tinha nem noção que o alvinegro praiano não era do Rio de Janeiro. Vivia rodeado de flamenguistas que tentavam me explicar que eu não podia torcer para um time que não fosse da minha cidade e que o Flamengo era o grande campeão carioca (acho que em referência ao título de 1963). Não mudei de opinião e continuei cultuando Pelé, mesmo não vendo nem sabendo nada sobre a gloriosa trajetória do clube naquela época. Anos depois, já habituado a ouvir jogos pela saudosa Rádio Continental (Clóvis Filho narrando, Carlos Marcondes comentando e Luiz Fernando repórter de campo), fiquei impressionado com um Flamengo X Botafogo. Nesse jogo Jairzinho voltava a atuar pelo alvinegro após longo período parado por grave contusão. O Botafogo venceu com um gol justamente dele (na época camisa 7 , a mesma de Garrincha). Isso me deixou muito impressionado e passei a dar mais atenção aos jogos do alvinegro. Aí se iniciou a minha preferência pelo time que torço até hoje.
Orgulho & Desconforto
Quando decidimos optar por um time de futebol, passamos a torcer pelo que vai acontecer no futuro e incorporamos todo o seu glorioso passado. Passei a ser fã de grandes craques que nunca vi jogar, como Heleno de Freitas, Garrincha, Didi, Nilton Santos e outros. Minha felicidade clubística foi consolidada em 1970, após termos ganho tudo em 1967/1968 (com Jairzinho, Gerson, Roberto Miranda, Paulo Cesar Cajú e cia e Zagalo como técnico), fomos tri campeões mundiais com Zagalo treinador e Jairzinho o grande artilheiro da selação na Copa de 1970.
Minha fé sobreviveu a 21 anos de um incômodo jejum de títulos. Assisti alguns jogos em 1967 e 1968, mas testemunhar a conquista do título de 1989 no Maracanã (contra o Flamengo) foi o meu momento mais emocionante como torcedor. Nem na conquista do brasileiro de 1995 eu vibrei tanto quanto naquele 21/06/1989.
O trágico
O que tem acontecido em 2023 é uma excessiva turbulência astral e emocional, que nos leva trágica e rapidamente do céu ao inferno. O jogo ontem, contra o Coritiba, tinha tudo para ser 0x0, mas quiseram os deuses do futebol nos castigar com um mesmo empate, só que com um placar muito mais sofrido e doloroso. (do céu ao inferno em menos de 1 minuto).
Fé X Racionalidade
Torcer para o Botafogo é estar à mercê de forças ocultas, de magias desconhecidas ricas em causas inexplicáveis e sobrenaturais. Sempre torci com fé inabalável, aceitando (mesmo as vezes não entendendo) esse profundo desgaste emocional, que nesse ano de 2023 gerou uma ressaca moral sem precedentes no meu currículo de torcedor.
Hoje pela primeira vez em minha sexagenária história com o alvinegro, percebo que parte da fé, que inconscientemente carreguei todo esse tempo, me pede licença "pra sair de campo", e sem saber direito o que isso pode significar, aceito resignado essa metamorfose mental. Sei bem que fé e racionalidade estão longe de serem compatíveis, mas ao aceitar esse "pedido de licença" sinto que me liberto das amarras de um cenário que insiste em humilhantes fracassos e limitações.
O brilho
Com menos fé permaneço botafoguense, mas me incluo na turma dos adeptos de São Tomé, muito bem representada pelo ilustre torcedor Stephan Nercessian, onde as expectativas não tem morada e os resultados (positivos) são absorvidos muito tempo depois. E bola pra frente, porque mesmo solitária a estrela permanecerá brilhando no gramado dos absurdos do futebol
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