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Novembro Azul alerta para a saúde do homem

22.11.2021 às 11:40

Fábio ATZ Guino

Médico urologista e chefe do Serviço de Urologia do Hospital de Cubatão (SP), administrado pela Fundação São Francisco Xavier (FSFX)


Novembro chegou e com ele o alerta para o cuidado com a saúde do público masculino. A campanha Novembro Azul é um momento de reforçar para os homens, que diferente das mulheres não têm o hábito e costume de fazer os exames de rotina, a importância do cuidado com a saúde, da prevenção e do diagnóstico precoce, em especial, do câncer de próstata.
Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), para o triênio 2020/2022, a estimativa é que sejam diagnosticados 65.840 novos casos de câncer de próstata no Brasil. A incidência é tão alta que, para cada nove homens, um terá o diagnóstico da doença, ao longo da sua vida. O câncer de próstata é o tipo mais comum de tumor que afeta a população masculina, depois do câncer de pele não melanoma e o segundo tipo que mais mata, após o tumor de pulmão. É uma doença silenciosa e que geralmente não apresenta sintomas, em sua fase inicial.
A cor azul e o bigode ao estilo do personagem Mário Bros se tornaram os símbolos da campanha, e assim como o movimento Outubro Rosa, ganhou o mundo. É uma campanha que tem ganhado cada vez mais força, e tem sido de grande relevância na conscientização desse público. O diagnóstico precoce é fundamental para combater a doença, mas depende exclusivamente do médico para ser preciso. Há alguns anos a doença era muito associada ao preconceito masculino, mas, felizmente esse preconceito tem reduzido.
Percebe-se uma diminuição desse tabu, porque a campanha tem reforçado a importância do cuidado com a saúde e cada vez mais, homens que convivem com amigos e parentes que sofreram ou faleceram da doença vem se atentando para a relevância de hábitos saudáveis, da prevenção e do acompanhamento médico.
Mas, há ainda os homens que têm dificuldade de ir aos consultórios médicos, e na maioria, o motivo não é mais tanto o preconceito, e sim o medo do diagnóstico positivo e o receio do tratamento. Mais uma vez vemos a importância de campanhas como o Novembro Azul, pois reforça cada vez mais, que a maioria dos casos de doenças masculinas, se diagnosticadas precocemente, têm muito mais chances de cura. No caso do câncer de próstata, essas chances passam de 90%.
Vale destacar ainda que, o tratamento do câncer de próstata, por exemplo, tem avançado bastante nos últimos anos e são muito eficazes. Outro exemplo que podemos citar são os casos de cirurgia, em que tem sido cada vez menor tempo de internação, com alta em 24 horas, quando diagnóstico é feito na hora certa. Se cuide, previna-se e faça seus exames. A Sociedade Brasileira de Urologia orienta que ho­mens com fatores de risco, como his­tórico de câncer de próstata ou de mama na família e homens da raça negra realizem os exames de sangue PSA e de toque a partir dos 45 anos e, os demais a partir dos 50 anos.
Campanhas como o Novembro Azul são imprescindíveis para todas as idades e classes sociais. Por mais medo que se tenha de descobrir uma doença, lembre-se que será mais difícil, se o diagnóstico for tardio. É possível viver mais e melhor com informação e prevenção.

*Publicado na edição 53 da revista Painel Alagoas

Postado por Painel Opinativo

IBGE revisa alta do PIB de 2019 de 1,4% para 1,2%

22.11.2021 às 11:20

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revisou de 1,4% para 1,2% a alta do Produto Interno Bruto (PIB) de 2019. Essa revisão decorreu, principalmente, da incorporação de novos dados sobre o impacto econômico do rompimento da barragem de Brumadinho, em 25 de janeiro de 2019.
Com isso, a queda da Indústria extrativa mineral foi ajustada de -0,9% para -9,1%.  Com a taxa de crescimento de 1,2%, o PIB foi estimado em R$ 7,389 trilhões em 2019. Já o PIB per capita (por habitante) chegou a R$ 35.161,70, com alta de 0,4% frente ao ano anterior.
O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e serve para medir a evolução da economia.
Os dados oficiais do PIB brasileiro são tradicionalmente revisados 2 anos após o período de referência, a fim de apresentar um retrato mais detalhado da situação econômica do país. Segundo o IBGE, a revisão "agrega novos dados, mais amplos e detalhados, do IBGE e de fontes externas".
A taxa de 1,2% em 2019 foi a terceira alta anual consecutiva, após avanços de 1,3% em 2017 e 1,8% em 2018. O IBGE destacou, porém, que "essas altas foram insuficientes para reverter a queda acumulada no biênio 2015-2016 (6,7%)".
Entre os grandes setores, serviços tiveram alta de 1,5% e a agropecuária cresceu 0,4%. Já a indústria caiu 0,7%. Segundo os dados revisados, 9 dos 12 grupos de atividades econômicas registraram crescimento ou estabilidade, enquanto Indústria de transformação (-0,4%), administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade social (-0,4%) e indústrias extrativas (-9,1%) tiveram retração.
O consumo das famílias, que responde por 63,7% do PIB, cresceu 2,6%. Já a despesa de consumo final do governo caiu 0,5%.
Em 2019, a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) subiu 4% e a taxa de investimento (15,5%) cresceu 0,4 pontos percentuais, em relação a 2018, atingindo o patamar de 2016.
A revisão do PIB de 2019 deve provocar também ajustes na série de resultados trimestrais. O IBGE divulgará no dia 2 de dezembro o resultado do PIB do 3º trimestre. No 2º trimestre, a economia brasileira caiu 0,1%, segundo a leitura inicial.
Em 2020, o PIB do Brasil registrou uma queda de 4,1%. Foi o maior tombo desde o início da série histórica atual iniciada em 1996, segundo divulgou no começo do ano o IBGE.
A projeção atual do mercado financeiro para o resultado do PIB de 2021 é de uma alta de 4,94%, segundo o último boletim Focus do Banco Central. Para 2022, a previsão é de crescimento de 1,20%. Mas as estimativas têm sido revisadas para baixo e parte dos analistas já fala em estagnação e até mesmo em retração em razão da disparada da inflação e da elevação das incertezas fiscais e políticas.

*Publicado como editorial na edição 53 da revista Painel Alagoas

Postado por Painel Opinativo

Atenção primária na detecção precoce de câncer

25.10.2021 às 11:00

Arn Migowski, Flávia de Miranda Corrêa - Divisão de Detecção Precoce e Apoio à Organização de Rede do INCA
Com a pandemia da doença do coronavírus (COVID-19), os atendimentos eletivos, incluindo o rastreamen­to de câncer, foram interrompidos na maioria dos países devido à prio­rização das urgências e da redução do risco de disseminação do novo coronavírus (SARS-CoV-2) nos serviços de saúde. No Brasil, em 2020, o Instituto Nacional de Câncer (INCA) publicou uma nota técnica em março que detalhava as ações de detecção precoce que poderiam ou não ser postergadas durante a pandemia e outra em julho indicando al­gumas orientações e condições para auxiliar a retomada do rastreamento. 

No início de 2021, com a identificação de nova variante do SARS-CoV-2, o advento da vacinação e a crescente preocupação com o impacto na morbimortalidade oncológica, torna-se fundamental fornecer mais elementos para auxiliar os gestores e profissionais de saúde da atenção primária sobre quando e como atuarem na detecção precoce de câncer. 

Em geral, o objetivo deve ser agi­lizar o processo decisório, bem como otimizar e oportunizar ao máximo as ações mais efetivas de detecção precoce de câncer, considerando o monitoramento constante da situação da pandemia no nível local. As ações de rastreamento durante a pandemia demandam uma análise cri­teriosa dos riscos e benefícios en­volvidos, considerando o cenário epi­demiológico (incidência e mortalidade por COVID-19) e a capacidade de resposta da rede de atenção à saúde (disponibilidade de testes para confirmação da infecção e de leitos de enfermaria e terapia intensiva). 

O risco de protelar o rastreamento de câncer e o risco de contaminação com o novo coronavírus, evo­lução para COVID-19 e fatores prognósticos relacionados a desfechos mais graves devem ser analisados individualmente. Nas ações de rastreamento, é indispensável assegurar a adesão às diretrizes vigentes, especialmente no tocante às recomendações de população-alvo e periodicidade. Para câncer do colo do útero, a recomendação é um exame citopatológico a cada três anos, em mulheres entre 25 e 64 anos, com história prévia de dois exames iniciais anuais negativos. 

Para câncer de mama, a recomendação é rastreamento mamográfico bienal de 50 a 69 anos. Há recomendação explicitamente contrária a se rastrear em periodicidades menores do que a bienal ou fora dessa população-alvo, não se tratando, portanto, de mera priorização de faixa etária tampouco de periodicidade máxima entre exames. A realização de rastreamento de câncer de colo do útero e de mama a despeito dessas recomendações acarreta mais riscos do que benefícios, principalmente no período da pandemia. 

O mesmo ocorre para cânceres comumente rastreados na prática clínica, mas para os quais não há recomendação de rastreamento em função da ausência de comprovação conclusiva de benefícios ou para os quais predominam os danos à saúde provocados pelos os exames de rotina em assintomáticos. Essas recomendações são especialmente relevantes considerando que no Brasil, mesmo para os cânceres de mama e colo do útero, predomina o rastreamento oportunístico com periodicidades menores do que as recomendadas, além de ser expressivo o rastreamento fora das faixas etárias recomendadas.

É imprescindível preservar a segurança de usuários e profissionais de saúde em consonância com os protocolos de medidas de prevenção e proteção. Além dos critérios já citados anteriormente, a realização de investigação diagnóstica deve ser otimizada, evitando-se interconsultas desnecessárias e deslocamento de pacientes para marcação de exames. Indivíduos com resultados de testes de rastreamento alterados anteriormente à pandemia precisam ser localizados, inclusive por busca ativa, e priorizados para investigação diagnóstica adicional. 


*Publicado na edição 52 da revista Painel Alagoas

Postado por Painel Opinativo

IPCA: inflação oficial fica em 1,16% em setembro e atinge 10,25% em 12 meses

25.10.2021 às 10:20

A inflação calculada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerada a inflação oficial do país, acelerou de 0,87% em agosto para 1,16% em setembro, segundo dados divulgados semana passada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Foi a maior taxa para meses de setembro desde o início do Plano Real, em 1994, quando o índice foi de 1,53%. Com o resultado, a inflação no acumulado em 12 meses chegou a 10,25%, o que não ocorria há mais de 5 anos. Trata-se também da maior taxa anual desde fevereiro de 2016, quando ficou em 10,36%.
Nessa comparação, a gasolina foi o item individual com o maior impacto. Segundo o IBGE, ela representou 1,93 ponto percentual (p.p.) sobre o indicador geral. Ou seja, da taxa de 10,25%, quase 2% são do combustível. Os maiores impactos depois dela vieram da energia elétrica (1,25 p.p.), das carnes (0,67 p.p.) e do gás de cozinha(0,38 p.p.).
Apesar da escalada da inflação, o resultado ficou um pouco abaixo do esperado. A mediana das projeções de 38 instituições financeiras e consultorias ouvidas pelo Valor Data, apontava avanço de 1,25%. O percentual ficou dentro do intervalo das projeções, que iam de 1,13% a 1,42%.
Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, apenas três registraram aceleração da taxa na passagem de agosto para setembro. A mais expressiva foi o do grupo de habitação, que passou de 0,68% em agosto para 2,56% em setembro.
Já a taxa do grupo de saúde e cuidados pessoais, passou de -0,04% para 0,39% no período, enquanto o dos transportes acelerou de 1,46% para 1,82%.
Oito dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados subiram em setembro, com destaque para o grupo habitação, que passou de 0,68% em agosto para 2,56% em setembro. A inflação desse grupo foi puxada pelo aumento de 6,47% na conta de energia elétrica. Em setembro, entrou em vigor a bandeira Escassez Hídrica, que acrescenta R$ 14,20 na conta de luz a cada 100 kWh consumidos.
Os combustíveis também voltaram a subir, puxados pelas altas da gasolina (2,32%) e do etanol (3,79%). Além disso, o gás veicular (0,68%) e o óleo diesel (0,67%) também ficaram mais caros. Os preços do gás de botijão (3,91%) também subiram e acumulam alta de 34,67% nos últimos 12 meses.
O IBGE destacou que esta foi a 16ª alta seguida nos preços do gás de cozinha e que a inflação acumulada pelo item nestes 16 meses chegou a 39,64%.
Entre os alimentos, destacam-se os aumentos das frutas (5,39%), do Entre os alimentos, destacam-se os aumentos das frutas (5,39%), do café moído (5,50%), do frango inteiro (4,50%) e do frango em pedaços (4,42%). Além disso, os preços da cerveja (1,32%) e do refrigerante e água mineral (1,41%) também subiram em setembro. Os preços das carnes (-0,21%) recuaram em setembro, após 7 meses consecutivos de alta, mas ainda acumulam avanço de 24,84% nos últimos 12 meses.
As passagens aéreas (28,19%) tiveram a maior alta entre os itens não alimentícios no mês, após queda de 10,69% em agosto. Os preços dos transportes por aplicativo avançaram 9,18% em setembro, e já tinham subido 3,06% no mês anterior. Os automóveis novos (1,58%), os automóveis usados (1,60%) e as motocicletas (0,63%) seguiram também mais caros.
O IBGE também divulgou que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), usado para reajustes salariais e benefícios do INSS, teve alta de 1,20% em setembro, também o maior resultado para o mês desde 1994. No ano, o indicador acumula elevação de 7,21% e, em 12 meses, de 10,78%.

*Publicado como editorial na edição 52 da revista Painel Alagoas

Postado por Painel Opinativo

Solidariedade, visão sistêmica e inclusão: Empreendedorismo Social a nova chave para a educação básica

18.10.2021 às 12:37


*Raphael Ozawa 

 empreendedor, especialista em tecnologia educacional e CEO da Lumiar Educação

Se existe um aspecto que ganhou força nos últimos tempos é o senso de empatia e coletividade. Em meio a maior pandemia das últimas gerações, surgiu uma rede de pessoas com um único propósito: a preservação da vida. O olhar para o próximo, tido sempre como um pressuposto essencial para o funcionamento de qualquer sociedade, parecia ter se perdido na corrida desenfreada por avanços mercadológicos. Mas, com o inesperado surgimento do coronavírus, em dezembro de 2019, a visão sistêmica para combate e enfrentamento da crise sanitária e financeira voltou-se para questões primordiais de sustentabilidade. Afinal como podemos criar um mundo melhor? Ficou claro que uma das respostas é a busca por soluções para preservação do meio ambiente e outrasproblemáticas da sociedade.

Pensando nisso, nota-se um fortalecimento da prática de Empreendedorismo Social, com o desenvolvimento de ações capazes de gerar impactos positivos e transformações no mundo. Adotar essa prática no ensino básico é um movimento inerente da revolução que estamos vivenciando na área da educação.

Desde a década de 1980, especialmente quando as iniciativas socioambientais resultaram em negócios rentáveis, o termo Empreendedorismo Social vem ganhando força no Brasil. Nesse período, houve uma queda nos investimentos públicos em programas de assistência social, o que acarretou um crescimento da desigualdade e uma maior participação do setor privado em ações no campo social. Essa movimentação filantrópica passou a ser planejada e monitorada por empresas e cidadãos.
Agora, diante de uma nova realidade, o universo da educação incorpora essa vertente e se propõe a engajar as pessoas desde a infância nesse objetivo, que contempla perspectivas históricas, culturais e sociais, para proporcionar um mundo em que todos tenham acesso a direitos básicos e a uma vida digna.

Mas como implementar o Empreendedorismo Social no ensino básico? O primeiro passo é pensar na educação como uma comunidade formada por grupos diversos e multietários, com crianças de diferentes idades, realidades sociais e étnicas.
O impacto transformacional na educação acontece a partir do momento em que a escola é repensada como um todo em quesitos de locação, papel do professor e trajetória do estudante. Por exemplo, porque não criar um coletivo de mestres, tutores e especialistas de diversas áreas que será responsável por orientar projetos que apresentam soluções sustentáveis? Trata-se da transformação de uma educação conteudista para uma educação com propósito.

Engajar estudantes nesse modelo de ensino requer um trabalho diário para mantê-los informados sobre o que está acontecendo no cotidiano global e regional. Quais são as principais problemáticas mundiais e do país em que vivem? Como a comunidade mais próxima está vivendo? O bairro e arredores da escola estão enfrentando dificuldades? Essas questões interligam os alunos à realidade e, consequentemente, os aproximam de pontos fundamentais para o desenvolvimento humano.

Somado a isso é essencial descobrir os principais interesses e necessidades de cada estudante e oferecer autonomia para que, no coletivo de mestres, colegas e familiares, eles proponham soluções para os principais dilemas socioambientais. A tecnologia e a inovação são peças indispensáveis nesse processo transformacional.

Quem atua na área de educação sabe o quanto é gratificante ver crianças e jovens motivados e envolvidos em um projeto. Ainda mais quando esse planejamento proporciona mudanças significativas para o mundo. Os 17 objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU visam solucionar problemas relacionados à pobreza, fome, desigualdade social e falta de saneamento básico e devem ser atingidos até 2030. As chances de juntos alcançarmos essas metas não seriam muito maiores se ensinarmos nossas crianças, desde cedo, a terem um pensamento crítico, coletivo, solidário e empático?

Mas seria até irônico tentar promover essa mudança significativa considerando apenas o ensino em âmbito privado. Por isso convido vocês a repensarmos a educação como um todo e para todos!

Vamos apoiar as escolas públicas, oferecer consultorias e plataformas inovadoras que proporcionem uma metodologia ativa, gestão participativa e, juntos, construiremos uma educação para um mundo melhor.

Postado por Painel Opinativo

Ainda somos um Brasil de 14,4 milhões de desempregados

20.09.2021 às 15:20

A taxa de desemprego no Brasil ficou em 14,1% no 2º trimestre de 2021, mas ainda atinge 14,4 milhões de brasileiros, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no último dia de agosto passado.


O resultado representa uma redução de 0,6 pontos percentuais em relação à taxa de desemprego do 1º trimestre (14,7%). Os dados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad). No levantamento anterior, referente ao trimestre encerrado em maio, a taxa de desemprego ficou em 14,6%, atingindo 14,8 milhões de pessoas.


"Esse recuo na taxa foi influenciado pelo aumento no número de pessoas ocupadas (87,8 milhões), que avançou 2,5%, com mais 2,1 milhões no período", destacou o IBGE. O resultado veio melhor do que o esperado e representa a menor taxa de desemprego no ano. O intervalo das estimativas captadas pelo Valor Data ia de 14,1% a 14,6%, com mediana de 14,5%.


A pesquisa também mostrou que:
O número de trabalhadores por conta própria (24,8 milhões de pessoas) atingiu recorde, com alta de 4,2% (mais 1 milhão de pessoas) ante o 1º trimestre e de 14,7% (3,2 milhões de pessoas) na comparação anual.


Na comparação com o mesmo período do ano passado, aumentou em 5,3% (mais 4,4 milhões) o número de pessoas ocupadas no mercado de trabalho. Deste contingente, 71% (3,175 milhões) ingressaram como trabalhadores por conta própria.
Número de empregados com carteira assinada cresceu 2,1% em 3 meses, totalizando 30,2 milhões. O rendimento real habitual (R$ 2.515) médio caiu 3% frente ao trimestre anterior e 6,6% em 1 ano.


O Índice de Confiança Em­pre­sarial (ICE) subiu pelo 5º mês se­guido em agosto e atingiu o maior nível desde junho de 2013, segundo divulgou nesta terça-feira a Fundação Getulio Vargas, indicando uma aceleração da atividade econômica no terceiro trimestre.
A expectativa atual do mercado financeiro para o PIB é de uma alta de 5,22% em 2021, após o tombo de 4,1% no ano passado. Para 2022, a projeção é de crescimento de 2%, segundo a última pesquisa Focus do Banco Central.


Apesar de a economia ter mostrado reação no fim de 2020 e no co­meço deste ano, a inflação persis­tente, a tensão política e "riscos fiscais" (dúvidas sobre a sustentabilidade das contas públicas) têm ele­vado o nível de incerteza em re­la­ção à economia nas últimas semanas.
Os analistas elevaram a projeção de alta da inflação no ano pela vigésima primeira semana seguida, de 7,11% para 7,27%, segundo boletim Focus. Já a perspectiva da taxa básica de juros (Selic) ao fi­nal de 2021 permanece em 7,50% ao ano, o que pressupõe novas elevações nos próximos meses.


Uma coisa é certa: inflação elevada e desemprego reduzem qualidade do prato feito dos mais pobres no Brasil.


*Publicado como editorial na edição 51 da revista Painel Alagoas

Postado por Painel Opinativo

Suicídio: precisamos falar sobre isso

20.09.2021 às 14:40

 Ilana Pinsky*

Psicóloga clínica, mestre, doutora e pós-doutora em psicologia médica, foi professora associada da Columbia University,e pesquisadora visitante na City University of New York (Cuny)


Deixar de viver é uma saída considerada por muitos em momentos de crise. Embora ainda seja tabu admitir isso, a ideia de abandonar a vida aparece em pessoas de todas as idades. Em estudo com mais de 1.000 adolescentes em Santa Catarina, por exemplo, 14% admitiram já terem pensado seriamente em não mais viver. E esse número preocupante está abaixo do índice mundial, de cerca de 20% da população jovem.

É evidente que há uma distância entre; considerar o ato; e tentar efetivamente executá-lo.

Entre os profissionais de saúde mental, costuma-se falar em passos em relação a comportamentos suicidas. O primeiro é ter desejado estar morto ou ir dormir e não mais acordar (o que chamamos de ideação suicida passiva), considerado um sinal, mas de baixo risco, principalmente quando o pensamento é eventual. As perguntas para identificar o risco vão então em um crescente, que incluem pensamentos de se matar e a organização de planos para a realização desses pensamentos; e, depois, a intenção, com data marcada e comportamentos concretos para terminar com a própria vida; o que seriam as situações de maior risco.

A ligação do comportamento suicida com doenças mentais; principalmente depressão e uso excessivo de bebidas alcoólicas ; é algo bastante estabelecido. Outros fatores relacionados incluem a exposição a situações de abuso, violência, isolamento emocional e dor crônica, assim como momentos de crise, incluindo término de relacionamento, morte de pessoas próximas e até problemas financeiros ; todos relacionados com a sensação de falta de esperança.

Em resumo, o suicídio tem determinantes complexos e não é incomum que características impulsivas façam parte da equação, particularmente em homens, principalmente quando conjugadas ao consumo de álcool e outras drogas. Ao que parece, a impulsividade faz com que os homens, embora tentem menos do que as mulheres, sejam mais ;eficazes; ao realizar o ato suicida do que elas.
A pergunta que não quer calar é: deve-se falar sobre o assunto? Isso não pode funcionar como estímulo à própria prática do suicídio? A literatura recente tem mostrado que, ao contrário, conversar sobre o tema, de modo sério, com base científica, pode ser uma das melhores maneiras de prevenção do ato. Não estamos falando de divulgar episódios pela imprensa e pelas mídias sociais, falando de detalhes pessoais mórbidos, ou o método utilizado por determinado indivíduo. Isso, sim, poderia estimular o chamado suicídio por contágio.

Estamos falando aqui de buscar compreender e lidar de modo responsável com o desespero e a dor, de tentar acompanhar o percurso de sentimentos que, às vezes, nascem e se desenvolvem nas pessoas.

Por seu lado (e isto é muito im­portante), sentimentos suicidas são temporários. O que aparece como a única solução em um mo­mento frequentemente muda de figura minutos, horas ou dias de­pois. E é justamente aí que técnicas de prevenção têm sido propostas nos últimos anos.

O Plano de Segurança para Pre­venção do Suicídio, criado por pesquisadores da Universidade de Co­lumbia, é um dos métodos que po­dem ser utilizados individualmente ou como parte de um programa de tratamento. Trata-se de intervenção breve e construída de ma­neira colaborativa entre profissional e paciente com ênfase em uma lista de estratégias de enfrentamento para serem utilizadas durante o início de uma crise suicida.

Seu objetivo é auxiliar o indivíduo a recobrar o sentimento de controle ao ter em mão uma lista de recursos objetivos e individualizados que o ajudarão a enfrentar a angústia em momentos em que a capacidade de resolver problemas se encontra muito reduzida.
Comportamentos suicidas não são raros, principalmente em épocas de crise. A saúde mental precisa e pode colaborar com os que precisam de ajuda nessas horas.


*Publicado na edição 51 da revista Painel Alagoas

Postado por Painel Opinativo

Jornalismo e Ativismo: ainda cabe falar em “objetividade”, “neutralidade”e “imparcialidade”?

16.08.2021 às 11:40

 Samuel Pantoja Lima -  Pesquisador do objETHOS


No dia 19 de junho de 2021, a tragédia humanitária provocada pela pandemia da Covid-19 chegava à marca do meio milhão de vítimas. O telejornal de maior audiência do país (Jornal Nacional, Grupo Globo) publicou, no final daquela edição, um editorial no qual aponta algo que pode impactar, decisiva e positivamente, a concepção de jornalismo ora hegemônico, ainda pautado em valores tipicamente positivistas ditados pela escola estadunidense. Ao concluir o texto, que fazia duras críticas ao governo Bolsonaro, o apresentador William Bonner afirmou: “Tudo tem vários ângulos e todos devem ser sempre acolhidos pra discussão, mas há exceções. Quando estão em perigo coisas tão importantes como o direito à saúde, por exemplo, ou o direito de viver numa democracia, em casos assim não há dois lados. E é esse o norte que o jornalismo da Globo continuará a seguir”.

Uma nova história pode ser escrita pelo jornalismo tradicional brasileiro, a partir desse editorial apresentado pelo Jornal Nacional. Valores como objetividade, neutralidade e imparcialidade “embalam” os produtos da indústria jornalística desde o final do século 19, depois da consolidação do “modelo empresa”. Na transição entre o chamado jornalismo literário, engajado ou partidário – praticado nos primórdios, dois séculos antes – ao “moderno” ou “industrial”, tais valores surgiram justamente da busca por uma estratégia comercial que desse ao conhecimento do jornalismo um estatuto social distinto do publicismo, que marcava especialmente o produto impresso, pautado mais na opinião e menos em apuração dos fatos. 

Sobre essa questão específica, Rafael Paes Henriques e Catarina Giordano Paes Henriques, escrevem: “Com o objetivo de aproveitar o crescimento da população urbana e letrada e aumentar o número de leitores possíveis, a imprensa, que até então se organizava desde os jornais de causa, ligados a grupos políticos que os financiavam, se transformou em jornal empresa, e uma nova conduta profissional de suposta neutralidade partidária se impôs como estratégica. As expectativas de novos públicos, que passaram a ler e a comprar jornais, giravam em torno de um produto com mais fatos e menos opiniões, configurando os formatos que vieram a ser reconhecidos como pertencentes a um gênero jornalístico próprio: o informativo, no qual se exige, supostamente, a separação do que é fato daquilo que é a opinião do jornalista”. 

Há pouco mais de 400 anos, chegava aos Estados Unidos o primeiro navio negreiro, com 20 pessoas negras que restavam vivas depois da longa travessia do Atlântico para serem escravizadas. Na esperança de resgatar essa história e investigar mais a fundo a contribuição da população negra na fundação daquele país, a jornalista Nikole Hanna-Jones, do The New York Times, publicou uma série de reportagens chamadas “Projeto 1619”. A reação dos setores segregacionistas estadunidenses foi imediata e barulhenta: da tentativa de desqualificação da jornalista, uma mulher negra, neta de escravos, até o exercício do negacionismo histórico, que alimenta a ideia dos “pais brancos e fundadores da pátria”, excluindo todo e qualquer vestígio da presença de pessoas negras na construção de riquezas que as famílias brancas acumularam ao longo dos séculos. 

Em recente entrevista à Folha de S.Paulo, Hanna-Jones bate de frente com a noção de “objetividade” como sinônimo de “neutralidade”, a partir da Série “The 1619 Project” (vencedora do Prêmio Pulitzer 2020). Quando perguntada se era “desejável ou mesmo possível separar jornalismo de ativismo quando se aborda um tema tão sensível como o racismo?”, respondeu: “Eu não acredito que nenhum jornalista seja apenas objetivo, seja ele de uma minoria racial ou não. Quando você se torna especialista em algo, você constrói opiniões sobre aquele assunto. O que precisamos é objetividade nos métodos. Ter certeza de que se está sendo preciso e justo, usando métodos objetivos. Mas não precisamos fingir que não temos pensamentos e sentimentos sobre aquilo que cobrimos. Eu escrevi sobre segregação racial no sistema público de ensino e claramente eu penso que essa segregação é errada. Eu me oponho à segregação escolar, mas isso não significa que eu não possa reportar de maneira justa e precisa sobre este fenômeno”.

A jornalista estadunidense acrescentou algo ainda mais interessante ao debate, na distinção entre jornalismo e ativismo: “No que tange ao ativismo, eu acho que existe uma diferença entre ser ativista e ser jornalista. Mas também acho que todo jornalista, em certa medida, é um ativista porque, nos EUA, acreditamos que o jornalismo existe para responsabilizar pessoas em posições de poder, para falar em nome daqueles mais vulneráveis. Acreditamos que jornalismo é necessário para a democracia. E todas essas posições não são neutras, mas ativas. Meu ativismo toma forma quando escrevo e exponho injustiças. Outras pessoas o fazem marchando nas ruas. Não acho que eu deva estar envolvida nessas duas frentes, mas eu não posso fingir que não exista ativismo nas minhas motivações para me tornar uma jornalista”. 

O editorial do JN, lido pelos apresentadores Renata Vasconcellos e William Bonner, além da reverência e do respeito às famílias enlutadas e a milhões de brasileiros e brasileiras duramente atingidas e atingidos pelas perdas provocadas pela Covid-19, trouxe algo que ainda precisa ser provado, experimentado, discutido, praticado no jornalismo brasileiro. Ao longo da história, o ativismo da mídia corporativa no Brasil sempre foi o avesso do avesso, ou seja, os grupos econômicos de comunicação sempre estiveram ao lado do opressor, dos “vencedores” oficiais, das ditaduras e golpes — como nos recentes casos da ditadura civil-militar de 1964 e o golpe contra democracia em 2016, que resultou entre outras coisas na eleição da extrema-direita ao Poder Executivo, em 2018. As causas humanitárias que hoje têm força global, impulsionadas pelas redes sociais e pelo jornalismo independente publicado exclusivamente na internet, nos desafiam a pensar no jornalismo como forma social de conhecimento humano capaz de assumir claramente posições, sem abrir mão do primado da verdade, do rigor dos métodos de apuração e, especialmente, incluindo toda a diversidade de posições e fontes presentes na realidade histórico-social. 


*Publicado originalmente na edição 50 da revista Painel Alagoas

Postado por Painel Opinativo

Inflação em alta, renda para consumo é a menor desde 2005

16.08.2021 às 11:20

De cada R$ 100 do orçamento das famílias brasileiras, sobram apenas R$ 41,22 para consumir, pagar dívidas e investir, aponta levantamento da consultoria Tendências. Renda tem sido pressionada pela alta dos preços de alimentos, energia elétrica e combustíveis.

Pelo país, não faltam exemplos de brasileiros que estão com dificuldade para fechar a conta todo mês. Neste ano, de cada R$ 100 do orçamento das famílias brasileiras, sobram apenas R$ 41,22 para consumir, pagar dívidas e investir, mostra um levantamento da consultoria Tendências.

Isso significa que a maior parte da renda vai para itens considerados essenciais – como combustível, energia elétrica, transporte, entre outros. As famílias não tinham uma situação financeira tão apertada desde 2005, quando a renda disponível era de apenas R$ 40,98.

O orçamento dos brasileiros tem sido pressionado por uma combinação bastante perversa: uma alta dos preços dos alimentos, que se arrasta desde o ano passado, e um aumento do valor dos combustíveis e da energia elétrica.

Em detalhe, os números pesquisados mostram que a situação é ainda mais dramática para os brasileiros das classes D e E, que ganham até R$ 2,6 mil por mês e sofrem mais com o aumento dos preços. Para esse grupo, sobram apenas R$ 21,63 por mês.

"Não tem escapatória. As classes mais baixas não têm como se defender muito nesse momento. A gente está com um nível de desemprego recorde no Brasil", diz Marco Maciel, sócio e economista da Kairós, empresa de gestão de fundos de investimento no Brasil. "O desemprego afetando milhões de brasileiros tende a fazer com que a capacidade de reagir ao aumento da inflação seja muito limitada."

Em 12 meses encerrados em junho, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) já acumula alta de 8,3%. Só a inflação de itens considerados essenciais chegou a 10,5%, segundo a Tendências. Diante de todo esse quadro, os analistas têm piorado as projeções para a inflação de 2021.

No relatório Focus, do Banco Central, os analistas consultados já projetam que o IPCA vai encerrar o ano em 6,56%, acima, portanto, do teto da meta do governo, que é de 5,25%.

"No momento, a minha projeção para o IPCA no fim do ano é de 6,5%, mas, em função das pressões de tarifas de energia elétrica, combustíveis e alimentação no domicílio, essa inflação pode pular para 7,2% com facilidade", diz Maciel.

Na próxima semana, o Comitê de Política Monetária (Copom) se reúne para decidir o rumo da taxa básica de juros (Selic). Os analistas esperam um aumento 1 ponto percentual, levando a Selic para 5,25% ao ano.

Juros mais altos encarecem o custo do crédito, afetando a tomada de recursos para o investimento das empresas e para o consumo das famílias.

«Ao elevar os juros, o Banco Central acaba encarecendo o custo para todos, não só para pessoa física, mas para a jurídica também", diz o economista da Kairós. "Infelizmente, a política monetária, num momento como esse, não tem como ser vertical, acaba sendo horizontal, atinge a todos do mesmo jeito. Quem se defende melhor é quem tem o bolso mais cheio."

A alta da inflação e dos juros e a limitação do orçamento das famílias podem mitigar a velocidade de recuperação esperada para o varejo e, consequentemente, da atividade econômica.

Com a melhora da crise sanitária, os analistas seguem esperando uma retomada do setor neste ano, mas esse crescimento poderia ser melhor se as famílias tivessem algum fôlego no orçamento - até maio, as vendas do varejo acumulavam alta de 6,8% no ano, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 


*Publicado originalmente como editorial na edição 50 da Revista Painel Alagoas

Postado por Painel Opinativo

Nada de “mimimi”. É luta que chama em toda parte!

19.07.2021 às 09:31


Tereza Nelma - Deputada Federal, Procuradora da Mulher

A criação do Observatório Nacional da Mulher na Política, que lançamos na última quarta-feira de junho, na Câmara de Deputados, em Brasília, é o maior mecanismo de investigação da mulher na política do país. Iniciativa pioneira que vem como esperança de tornar mais agradável os espaços que as mulheres ocupam na política e vai monitorar atitudes que tentarem desqualificar suas lutas pela plena participação feminina na sociedade e na direção do Estado e das empresas.


Um momento histórico onde várias vozes de parlamentares se levantaram durante o lançamento contra as ameaças recebidas pelas líderes políticas Manuela D’Avila, ex-deputada federal do PC do B, ameaçada de morte, e da minha própria filha, vereadora Teca Nelma, censurada no plenário da Câmara de Maceió por suas ideias.


Tanto um caso com alguém escondido no anonimato, como o outro praticado publicamente por um delegado de polícia, são exemplos, entre muitos outros, que ligam os machismos, intolerantes e reacionários, do sul ao nordeste do país. Não podemos ficar caladas. Temos que impedir novas Marielle Franco, assassinada a tiros, covardemente, um crime até hoje abafado.


Não podemos mais conviver com os ataques frequentes a mulheres jornalistas, políticas trans, legalmente eleitas, por vozes que desqualificam diariamente as mulheres e que saem, às vezes, da própria presidência da República.


A Procuradoria da Mulher na Política vai ganhar espaço nas Assembleias Legislativas de todo o país, enfrentando as injustiças, os preconceitos, os ataques covardes às mulheres onde se manifestarem. É uma ferramenta que vai auxiliar no monitoramento da atuação política de mulheres nas esferas municipal, estadual, federal e internacional. A luta das mulheres contra a opressão, a discriminação, a violência política e machista tem que ser enfrentada em todo o mundo.


Nos enche de orgulho, por exemplo, que a Assembleia Constituinte do Chile, um país que sangrou com o fascismo em passado recente, seja composta por uma maioria de mulheres. Quanta diferença, se comparada às pressões nos bastidores para reduzir a participação das mulheres na nossa Câmara dos Deputados a 10%, na dita reforma política que está sendo construída, ou seja, uma tentativa de minar nossa representatividade que já é tão pequena.


Nosso movimento já alcançou 30% de mulheres nas chapas eleitorais, sem contar os 30% de recursos para suas campanhas, apesar de frequentemente violados por direções partidárias atrasadas e machistas. Nossa meta continua sendo alcançar a participação de 50% de mulheres nos parlamentos. E não só. Queremos também a paridade no comando dos Tribunais Superiores, Ministérios Públicos, Forças Armadas e outros poderes de Estado.


O nome dessa nova ferramenta é Observatório, que não pode tudo, mas é um avanço e será a nossa voz. Com esse novo instrumento pretendemos desvendar crimes, os ataques, as injustiças e agir, exigir punição. Nada de mimimi. Mas muita luta, com unidade, seriedade, coragem e respeito ao pluralismo, isso sim.Nem é preciso nos aguardar. Chegaremos já.


*Publicado na edição 49 da revista Painel Alagoas

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