Por Ilzinha Porto Maia
O jeito humano de agir normalmente através de impulsos animalescos, buscando solucionar os problemas. Sem resolução, criando comprometimentos eternizados e é preciso refletir nisso.
Acredito q NENHUM humano deveria se achar DEUS e debochar da sanidade de outro, julgando-o, seja lá quem for. Não sabe o q poderá acontecer com sua vida no outro minuto, além, de deixar péssimo legado. Aliás, criou-se o costume na modernidade de que qualquer um à todo momento, acha-se no direito de falar o q bem quiser, usando inclusive da maledicência, instrumento afiado e cortante, pensando q será aplaudido pelo relato, infeliz.Exacerbando ao dar voz à sua opinião, desmedida e diria, uma face ainda nefasta no caminho evolutivo.
Dizia minha bisavó Ilza, q “costume de casa vai à praça”, quando relatava ditado antigo, trazido para essa geração. Nos últimos dias, mulheres vêm sendo massacradas na era digital no Brasil inclusive com Oscar e tudo. Ao serem defendidas por seus companheiros, q resolvem através da violência.
O primitivismo arraigado, busca na força o grito por justiça ao lavar a honra, do modo mais tosco. Violência não é resposta. Por outro lado, nunca será fácil conviver com alguém q tenha alopecia, distúrbios mentais ou qualquer distúrbio q tenha no exercício amoroso uma ampla compreensão. Ao referirem-se nisto, muitos, apunhalam feridas sangrentas com entrosamentos desastrosos, acionando como dispositivos, ativando o sistema nervoso dos que sentem-se melindrados e dispostos à serem machos em sua territorialidade. Apenas os que convivem sabem a dor do q vivenciam diariamente ao acompanharem sofrimentos de almas além de corpos, certamente, os outros podem imaginar ou supor.
Quando o sofrimento é igualado para todos, vemos os que sobressaem-se fazendo o bem, a porta é estreita nesse sentido! Enquanto a humanidade não entender que é necessário colocar-se no lugar do próximo, isso sempre existirá. Acreditava sinceramente que depois dessa pandemia o ser humano seria melhor, falta o respeito, o exercício da tolerância e ensinamentos básicos. E, vejo com tristeza aberrações constantes entrando para a história.
Uma pesquisa publicada início deste mês na revista científica "The Lancet" apontou que, na pandemia da covid-19, mulheres foram mais afetadas do que os homens em pelo menos quatro aspectos: desemprego, trabalho não remunerado, educação e violência de gênero.
"Mostramos evidências de disparidades de gênero nos aspectos de saúde, sociais e econômicos, com as mulheres sendo afetadas desproporcionalmente em várias dimensões", dizem os autores do estudo, que é liderado por uma brasileira, Luísa Flor, pesquisadora de pós-doutorado na Universidade de Washington, nos Estados Unidos.
O estudo fornece a primeira evidência global abrangente sobre disparidades de gênero para uma ampla gama de indicadores de saúde, sociais e econômicos durante a pandemia. As evidências sugerem ainda que a Covid-19 tendeu a exacerbar as disparidades sociais e econômicas existentes anteriormente, em vez de criar novas desigualdades
Em todas as regiões, as mulheres relataram taxas mais altas de perda de emprego do que os homens desde o início da pandemia, embora essa tendência tenha diminuído ao longo do tempo.
A perda de renda também ocorreu globalmente – foi relatada por 58% dos entrevistados, com taxas gerais semelhantes para homens e mulheres (embora as diferenças de gênero variassem entre as regiões).
“Grupos étnicos minoritários, imigrantes e mulheres em situação de pobreza provavelmente estão entre os mais severamente afetados pela pandemia. Além disso, as normas sociais de gênero em muitos países atribuem responsabilidades domésticas e de cuidado aos filhos preferencialmente às mulheres e reduzem seu tempo e capacidade de se envolver em trabalho remunerado”, completou a pesquisadora brasileira.
Mulheres em todas as regiões foram mais propensas do que os homens a relatar que precisaram abrir mão de um emprego remunerado para cuidar de outras pessoas. A disparidade aumentou ao longo do tempo. Em março de 2020, a cada 1 homem no mundo que disse ter precisado abrir mão do emprego para cuidar de alguém, esse número para as mulheres era 1,8. Em setembro de 2021, a disparidade aumentou para 2,4.
Essa diferença entre os sexos ocorreu em todo o mundo, mas de forma menos significante no Norte da África e no Oriente Médio.
As maiores diferenças de gênero foram observadas em países de alta renda: as mulheres foram 1,1 vez mais propensas a relatar que tiveram que cuidar de outras pessoas. Na Europa Central, na Europa Oriental na Ásia Central, as mulheres tiveram 1,22 vez mais chance de relatar aumento no trabalho doméstico.
Com relação à educação, os entrevistados, geralmente pais, relataram que, em todo o mundo, 6% dos alunos abandonaram a escola durante a pandemia. (O dado não incluiu faltas devido ao fechamento de escolas). As maiores diferenças de gênero foram observadas na Europa Central, Europa Oriental e Ásia Central – onde quatro vezes mais mulheres do que homens abandonaram a educação.
Sobre a percepção do aumento da violência, no geral, 54% das mulheres e 44% dos homens relataram achar que a violência de gênero aumentou em sua comunidade durante a pandemia. As taxas mais altas foram relatadas por mulheres na América Latina e no Caribe (62%), países de alta renda (60%) e na África Subsaariana (57%).
Conclusão: quanto mais avançamos nessa pandemia, mais as desigualdades são exacerbadas.
Publicado originalmente como editorial na edição 56 da revista Painel Alagoas
Letícia Piccolotto*
Com a pandemia de covid-19, muitas palavras passaram a integrar o nosso vocabulário e seus significados, antes desconhecidos pela maioria de nós, se tornaram cada vez mais representativos da realidade que vivemos. Outros termos, no entanto, já eram conhecidos, mas elevaram o patamar de sua importância. E se eu pudesse escolher qual a palavra mais importante dos últimos dois anos, sem sombra de dúvidas, ela seria ciência.
Por vezes questionada, muitas vezes celebrada, a ciência esteve presente em nossas vidas como nunca antes. Acompanhamos o desenvolvimento de imunizantes em tempo real, nos familiarizamos com a sua linguagem, seus processos e resultados. Estando mais próximos da ciência, passamos a entender melhor a complexidade da vida e dos acontecimentos que nos rodeiam. E os últimos dois anos também trouxeram à tona os desafios relacionados ao fazer científico.
Falamos sobre a falta de recursos para a pesquisa, discutimos sobre os diversos papéis que cada ator da sociedade —governo, setor privado, academia, terceiro setor— deveriam ocupar na ciência e também questionamos o tempo necessário para produzir conclusões com validade científica —tempo esse que nunca pareceu acompanhar o compasso de nossa urgência em alcançar respostas.
Um desafio, no entanto, parece perpassar o momento presente. Ele vem de muito tempo e, infelizmente, deve ainda demorar muito mais para se resolver. Falo da equidade de gênero nas ciências e do quanto precisamos caminhar para que meninas e mulheres sejam beneficiárias das descobertas científicas e, mais do que isso, as promotoras dessas transformações. A equidade de gênero é um tema sempre presente em minha vida e sobre o qual discuto com muita frequência aqui na coluna.
Mas o motivo para escrever esse texto é especial.
Dia 11 de fevereiro foi o Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência. A data foi criada em 2015 pela Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU) para celebrar e promover a participação feminina nas diversas áreas de conhecimento das ciências. A igualdade de gênero é um tema prioritário para as Nações Unidas e, inclusive, figura como um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável —conhecidos como ODS ou Agenda 2030. E alguns números sobre a participação feminina nas áreas de STEM —acrônimo em inglês que significa ciência, tecnologia, engenharia e matemática— ajudam a entender o porquê da importância do tema.
Por exemplo, o fato de que desde 1903, quando Marie Curie ganhou o Prêmio Nobel por suas descobertas sobre os efeitos da radiação, apenas 17 outras mulheres repetiram esse feito nas áreas de física, química ou medicina. Entre os homens laureados pelo prêmio, o número foi de 572.
Somente 33% dos pesquisadores são mulheres e, em áreas disruptivas, como inteligência artificial, representamos apenas 22% dos profissionais. No Brasil, 54% dos títulos de doutorado foram obtidos por mulheres, embora somente 25% dos diplomas se concentrem nas áreas de matemática e ciência da computação.
Diferenças e iniquidades tão gigantescas não acontecem da noite para o dia. E, definitivamente, não são fruto de uma inabilidade das mulheres para as ciências, como muitos discursos mal-intencionados podem querer sugerir. Para se ter uma ideia, um artigo publicado na Nature, uma das mais bem-conceituadas revistas científicas do mundo, mostrou que, entre 2008 e 2012, as pesquisadoras brasileiras foram responsáveis por quase 70% de todas as publicações científicas produzidas no país.
Como já discuti aqui, desde muito cedo, meninas apresentam desempenho igual ou superior aos meninos em disciplinas como matemática, física e química. Mas a distância entre os grupos vai se ampliando com o passar do tempo até que se torne um abismo quase intransponível na vida adulta.
O que pode explicar tal diferença?
Pesquisas têm buscado compreender os fatores que levam à subrepresentação de mulheres nas ciências.
Os resultados apresentados no relatório "Decifrar o código: educação de meninas e mulheres em ciências, tecnologia, engenharia e matemática (STEM)" , publicado pela Unesco, reforça o que já discuti anteriormente: não há qualquer razão genética, cognitiva ou física que justifique a disparidade entre homens e mulheres que temos observado nas ciências. Causas muito mais profundas e, ainda assim, sutis, podem ajudar a entender como, desde muito cedo, o problema começa a se formar. Fatores como:
Estereótipos de gênero compartilhados por familiares, amigos e pela sociedade, como a ideia difundida de que as áreas de STEM não são "coisas para meninas"; contexto sociocultural e econômico das famílias; a qualidade dos professores e, especialmente, a presença de mulheres no corpo docente e, finalmente; recursos para o aprendizado, como currículos de STEM, materiais e oportunidades de praticar os conhecimentos aprendidos.
Além disso, há um importante componente governamental: políticas públicas, legislações e ações de comunicação podem influenciar fortemente —para o bem e para o mal— a participação de mulheres na ciência. E nos próprios fatores que causam as disparidades de gênero podemos encontrar caminhos para enfrentar esse desafio.
Primeiro, é imprescindível reconhecer a complexidade do problema e a necessidade de que os diversos atores estejam envolvidos em sua solução. Segundo, que sejam implementadas ações, desde muito cedo, para que as meninas e, no futuro, mulheres, tenham todas as condições de cultivar o interesse e aspirar uma carreira nas áreas de STEM.
Por fim, é fundamental que todos tenhamos o compromisso individual e coletivo de promover a igualdade de gênero em todos os espaços em que estamos presentes. Que ser mulher não seja um fator limitante; que sejamos livres para moldar nossa identidade, crenças, comportamentos e escolhas de vida; e que a sociedade possa reconhecer a inestimável contribuição que podemos trazer para o desenvolvimento de todos.
É o que desejo hoje e em todos os dias. Para mim, para minhas filhas e para todas as meninas e mulheres que existem e ainda existirão.
*Texto publicado originalmente na coluna semanal de Letícia Piccolotto no UOL/Tilt
Ana Daniella Leite - Jornalista
Em pleno Dia Internacional da Mulher, uma mulher foi eliminada em rede nacional. E por ser inteligente, segura, objetiva, ter controle emocional. Características imperdoáveis no Brasil para uma mulher.
Essa é a luta diária, meninas e mulheres. Para a sociedade patriarcal e retrógrada em que vivemos, mulher deve apenas dizer sim, aceitar qualquer coisa mais ou menos, seja na vida pessoal ou profissional, nunca questionar, nunca se impor e, principalmente, nunca ser livre para ser quem realmente é.
Cada pessoa é única e características independem de gênero. É cansativo ter que diariamente estar preparada para se defender, se autoafirmar e impedir que nos diminuam.
O caso da Jade, no programa de televisão, é uma comprovação dura da realidade diária. Coerente, equilibrada emocionalmente, objetiva, e que defende seu próprio caminho.
O que prova que a sociedade atual repudia mulheres inteligentes e independentes. E não importa a classe social e a etnia. Simplesmente, não aceita que uma mulher se imponha, seja direta, seja ela mesma.
Já estive no lugar dela em todos os meus ambientes de trabalho e em relações pessoais. Quantas vezes você, minha amiga, já esteve também nesse lugar? Tendo que defender o óbvio ferreamente só por ser mulher? Se não chorar é louca, se gritar é destemperada.
Diante do fato, reafirmo que sim, não arredo um centímetro da minha determinação, da minha “soberba”, porque até a ordem das coisas mudar, a luta por equidade não terá fim.
E, assim como a Jade Picon, não podemos jamais esquecer que o mundo também é nosso.
Gustavo Martins de Almeida*
Sim, é possível usar a rede social TikTok para divulgar livros. Pode parecer paradoxal, mas constata-se a existência de um nicho de uso dessa rede social, felizmente destinado a divulgar livros, o BookTok.
Criada em 2017 com o nome Musical.ly, visando a postar vídeos com músicas dubladas, a rede social chinesa foi comprada pela também chinesa ByteDance e se tornou o TikTok. Basicamente, a rede social divulga vídeos de até três minutos com variados efeitos sonoros e visuais.
A portentosa rede de livrarias norte Americana Barnes & Noble tem, no seu site, um setor especificamente destinado ao fenômeno BookTok (The Most Popular TikTok Books #BookTok | Barnes & Noble® (barnesandnoble.com), com indicação de livros por área de interesse, como adolescentes, ficção, romance, fantasia, etc., além dos mais recomendados e populares.
Então, o que poderia ser uma concorrência na chamada economia da atenção acaba se tornando uma ferramenta complementar do mercado editorial. Pequenas recomendações de livros e na maioria feita por adolescentes turbinam o setor de vendas e leitura.
Segundo a revista Forbes (BookTok: como o TikTok ajudou venda de livros a bater recorde nos EUA - Forbes) esses vídeos constituíram fator de grande influência na venda de livros durante o período de pandemia. Essa influência começou em 2020 e conta com os mecanismos de estímulo e difusão do TikTok, como premiação para novos aderentes e seguidores. Ainda de acordo com estatística divulgada pela revista Forbes, as visualizações marcadas com hashtag #BookTok chegaram a quase 36 bilhões.
O que se vê é um fenômeno de influenciadores audiovisuais que também atinge o YouTube.
Esse fenômeno surpreendente mostra que o mercado editorial acaba se servindo do audiovisual para a sua divulgação.
Razoável supor que esse espaço de oportunidade abre o caminho para outras práticas de divulgação de mercado, como merchandising e todo o tipo de promoções que visam a captar a atenção do público.
Para não deixar de falar da área jurídica, importante salientar alguns aspectos. Já ouvi questionamento a respeito da leitura de trechos de livros em vídeos do BookTok ser proibida, pois a lei 9610/98, art. 29, VIII, a exige autorização prévia para a “recitação ou declamação”.
A citação (leitura nos vídeos) de pequenos trechos (cujo tamanho a lei não especifica) é perfeitamente aceitável desde que mencionada a fonte o autor e a edição (lei 9610/98, art. 46, III). Já dentro do princípio de se evitar a concorrência desleal não é lícito, a meu ver, citação de trecho relevante, essencial, que contaria, por exemplo, o desfecho de um livro. Essa prática na verdade esvaziaria o conteúdo econômico da leitura, na medida em que revela cena de atração, de mistério de obra literária.
Em pesquisa de julho de 2021 o BookTok apresentava mais de 13 bilhões de vídeos, em sua maioria executados e apresentados pelo público jovem, com todas as suas emoções leves ou intensas transformando a literatura em algo atraente. Já falei aqui que uma obra audiovisual (tipo Malhação) em que um personagem protagonista fosse um leitor assíduo, sem ser necessariamente um caricatural nerd, influenciaria o jovem público leitor na direção dos livros. É a fórmula de atração do público espectador para o mercado literário, por meio do seu concorrente, o audiovisual.
Também mencionei em coluna passada o fenômeno do metaverso e dos NFTs. Juntem-se videogames e toda a indústria audiovisual e o espaço para uma resultante positiva do mercado literário está criado. Conversando com o craque Marcos Pereira, discutíamos o que seria mais difícil, aumentar o número de leitores brasileiros ou o número de livros lidos por esse seleto e relativamente pequeno setor. Talvez com o impulso do audiovisual (vloggers, YouTube e BookTok), o primeiro desafio se torne menos difícil.
*Publicado originalmente em Publish News
*Gustavo Martins de Almeida é carioca, advogado e professor. Tem mestrado em Direito pela UGF. Atua na área cível e de direito autoral. É também advogado do Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL) e conselheiro do MAM-RIO.
*Tania Fusco - Jornalista
Nóis sofre, mas nóis ri.
Vai dizer que não riu quando soube que a vizinha negacionista saiu toda pimpona para a viagem de férias e foi barrada no ckekin. Voltou pra casa injuriada, com a desagradável tarefa desfazer mala e cuia. Sem vacina, sem Europa. Metade da rua soube e riu. Os mais malvados murmuraram: Bem feito. Rindo.
Vale o mesmo para os barrados em restaurantes, espetáculos, etc.. Toma negacionista!
Vai dizer que não riu com a foto do Moro de óculos escuros em uma boate, no Nordeste? Seria um disfarce, conjuntivite, new style?
Vai dizer que não riu quando as férias bagaceira do piloto de Jet ski/PR acabaram em intestino enfezado? Riu mais ainda quando o camarão levou a culpa pelo nó nas tripas. A piada veio pronta. Se a trava está no reino dos moluscos, imagine quando for lula?
Vai dizer que não riu com a invertida, em carta aberta, do General da ANVISA ao capitão bocudo?
Qual o interesse da ANVISA por trás disso aí? Indagou o PR, com sua performance de sabichão/Tonho da Lua, sobre a aprovação da ANVISA para vacinação, contra Covid, em crianças de 5 a 12 anos.
No sábado, dia 8/01/22, Antônio Barra Torres, Contra-Almirante, médico, que preside a ANVISA mandou essa: Se o senhor dispõe de informações que levantem o menor indício de corrupção sobre este brasileiro, não perca tempo nem prevarique, Senhor Presidente. Determine imediata investigação policial sobre a minha pessoa ou sobre qualquer um que trabalhe na ANVISA.
E ainda pediu retratação do capitão-falastrão que, apesar de Presidente da República, na hierarquia militar seria subalterno do Contra-Almirante, patente equivalente a de General.
Jair ficou dois dias sem palavras, naquele estado catatônico do “Ah é, é”?, quando não se sabe como rebater uma lambada cara a dentro.
Rimos de novo, vá?
Ontem à noite, primeiro ao seu estilo, Jair disse que nunca acusou a ANVISA de corrupção e classificou a carta de Barra Torres como “muito agressiva”. Minutos depois, voltou ao seu toró de palpite habitual. Disse que “é comum ver Agência criar dificuldade para vender facilidade”.
“Não quero acusar a ANVISA de absolutamente nada. (Jura?) Agora, que tem alguma coisa acontecendo, não tem a menor dúvida que tem”.
Tem o quê, seu Jair? Diga lá!
Ou seja, como já apontou Barra Torres, saber de coisa errada e não denunciar é prevaricação.
Jair, o mentidor, é mesmo prevaricador contumaz.
Bora aguardar próximos rounds do General X capitão rolando lero.
Nesse melê a que somos submetidos diariamente, desde que esses tipos botaram a mão na presidência do Brasil, rir é fundamental para desopilar o fígado e sobreviver às raivas, aos medos das Covids, que mudam de nome, da influenza, da dengue. De tudo junto.
Jair é um pandego. A la Mussolini, é perigoso mas pandego.
Com ele et caterva, nóis sofre, mas nóis também ri. E toca a vida.
Essa nossa resiliência – com riso e/ou pela fé e esperança – é registrada nas pesquisas de comportamento, como no levantamento do Observatório da Febraban, realizado em dezembro, pelo Ipespe. Mais da metade dos 3000 entrevistados (58%) se dizem satisfeitos da vida. Estar com boa saúde apesar da grave crise sanitária é um dos principais motivos por esse sentimento. Tipo: Sobrevivi, tá de boas.
A esperança aparece também em mais da metade (53%) dos entrevistados, que acreditam em tempos melhores, ainda que não seja em curto prazo. Pra esses brasileiros, em 10 anos, o país estará melhor.
Esse otimismo chega aos 58% entre os jovens de 18 a 24 anos, pessoas com nível superior e entre os que ganham de 2 a 5 salários mínimos.
O desencanto alcança 22% dos entrevistados, que imaginam o país pior em uma década. Sentimento que é maior entre as mulheres (25%).
14% dos entrevistados jogam a toalha. Não acreditam em mudanças, acham que o país vai continuar igual. Entre as mulheres esse percentual de descrédito chega aos 19%.
Mais da metade dos entrevistados quer um país mais justo e com menos desigualdade social. Sem esquecer cuidado e respeito à natureza.
E com esses sonhos vamos resistindo. Rindo até do que mete medo.
(Esse artigo foi publicado anteriormente no Blog de Ricardo Noblat/Metrópoles)
*Publicado na edição 55 da revista Painel Alagoas
Catarina Muniz em menos de seis meses publicou dois romances, já tem prontos outros dois e um terceiro em produção
Ricardo Leal*
Não seria nenhuma falta de modéstia hoje eu me considerar um privilegiado, por ter tido a oportunidade de ler Catarina numa época em que ser escritora era um projeto muito distante, quase inimaginável. Da confiança adquirida pela nossa convivência diária no trabalho e, talvez,por eu já ter publicado livros no século passado, Catarina me presenteou com algumas crônicas de sua autoria, me pedindo uma sincera opinião. Me surpreendi com o que li e sugeri a ela que tentasse de alguma maneira, sair do anonimato.
Quando me disse que ,além de tudo o que eu tinha lido, ainda havia um romance praticamente pronto não tive dúvida em incentivá-la a procurar alguma "editora virtual"e tentar negociar um jeito qualquer de publicação. Não acompanhei muito de perto as negociações, mas fiquei surpreso e feliz quando ela me mostrou um exemplar do Segredo de Montenegro publicado quase que de maneira artesanal.
Apesar da edição "amadora" sem orelhas, sem prefácio, nem qualquer tipo de referência a autora, o "produto livro" tinha o que todo livro bom deve ter:conteúdo. Isso lá ele tinha sobrando. Um surpreendente texto , um romance, com pitadas eróticas e sensuais, com uma narrativa de fácil degustação , sequenciada por capítulos que prendiam a atenção e despertavam a curiosidade do leitor.
Mal terminei de ler o Segredo de Montenegro e já fui "apresentado " a Dama de Papel, também publicado no mesmo "esquema", apesar da edição e diagramação serem um pouco mais arrojadas.Para minha surpresa, uma vez mais estava diante de um belíssimo texto. Dessa vez um romance vivido na Inglaterra do Séc XIX. O que me surpreendeu nesse segundo livro foi , além do já conhecido talento em criar personagens, narrar situações e desenvolver o texto, despertando aquela curiosidade do leitor querer saber o que vem no próximo capítulo, Catarina dá uma brilhante prova de conhecimento histórico ao enquadrar, com maestria, o enredo de sua obra dentro da realidade cotidiana daquela época.
Li em algum lugar que quem tem talento desenvolve um invisível vício de triunfar de um jeito ou de outro, aconteça o que acontecer. Quando o destino conspira a favor então, o triunfo torna-se inevitável. E o destino colocou a "Dama de Papel" numa editora de porte nacional, capaz de elevar o trabalho de Catarina a níveis antes nunca imaginados.
Dos dias que li aqueles primeiros textos até a véspera do lançamento da Dama de Papel, em Maceió, passaram-se pouco mais de 2 anos e aquele sonho quase impossível virou uma realidade inquestionável.Catarina Muniz amanhã,para todos que prestigiarem sua noite de autógrafos, não será uma escritora, será " A Escritora".
*Publicado originalmente no blog/coluna Etcetera em 13/11/2015
*Frei Betto - escritor, autor, em parceria com Domenico de Masi e José Ernesto Bologna, de "Diálogos Criativos" (DeLeitura), entre outros livros
Fica decretado que, pelo menos um dia, desligaremos toda a parafernália eletrônica, inclusive o telefone e, recolhidos à solidão, faremos uma viagem ao interior de nosso espírito, lá onde habita Aquele que, distinto de nós, funda a nossa verdadeira identidade. Entregues à meditação, fecharemos os olhos para ver melhor.
Fica decretado que, despidas de pudores, as famílias farão ao menos um momento de oração, lerão um texto bíblico, agradecendo ao Pai de Amor o dom da vida, as alegrias do ano que finda, e até dores que exacerbam a emoção sem que se possa entender com a razão. Finita, a vida é um rio que sabe ter o mar como destino, mas jamais quantas curvas, cachoeiras e pedras haverá de encontrar em seu percurso.
Fica decretado que arrancaremos a espada das mãos de Herodes e nenhuma criança será mais condenada ao trabalho precoce, violentada, surrada ou humilhada. Todas terão direito à ternura e à alegria, à saúde e à escola, ao pão e à paz, ao sonho e à beleza.
Fica decretado que, nos locais de trabalho, as festas de fim de ano terão o dobro de seus custo convertido em cestas básicas a famílias carentes. E será considerado grave pecado abrir uma bebida de valor superior ao salário mensal do empregado que a serve.
Como Deus não tem religião, fica decretado que nenhum fiel considerará a sua mais perfeita que a do outro, nem fará rastejar a sua língua, qual serpente venenosa, nas trilhas da injúria e da perfídia. O Menino do presépio veio para todos, indistintamente, e não há como professar o “Pai Nosso” se o pão também não for nosso, mas privilégio da minoria abastada.
Fica decretado que toda dieta se reverterá em benefício do prato vazio de quem tem fome, e que ninguém dará ao outro um presente embrulhado em bajulação ou escusas intenções. O tempo gasto em fazer laços seja muito inferior ao dedicado a dar abraços.
Fica decretado que as mesas de Natal estarão cobertas de afeto e, dispostos a renascer com o Menino, trataremos de sepultar iras e invejas, amarguras e ambições desmedidas, para que o nosso coração seja acolhedor como a manjedoura de Belém.
Fica decretado que, como os reis magos, todos daremos um voto de confiança à estrela, para que ela conduza este país a dias melhores. Não buscaremos o nosso próprio interesse, mas o da maioria, sobretudo dos que, à semelhança de José e Maria, foram excluídos da cidade e, como uma família sem-terra, obrigados a ocupar um pasto, onde brilhou a esperança.
*Publicado na edição 54 da revista Painel Alagoas
Fábio ATZ Guino
Médico urologista e chefe do Serviço de Urologia do Hospital de Cubatão (SP), administrado pela Fundação São Francisco Xavier (FSFX)
Novembro chegou e com ele o alerta para o cuidado com a saúde do público masculino. A campanha Novembro Azul é um momento de reforçar para os homens, que diferente das mulheres não têm o hábito e costume de fazer os exames de rotina, a importância do cuidado com a saúde, da prevenção e do diagnóstico precoce, em especial, do câncer de próstata.
Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), para o triênio 2020/2022, a estimativa é que sejam diagnosticados 65.840 novos casos de câncer de próstata no Brasil. A incidência é tão alta que, para cada nove homens, um terá o diagnóstico da doença, ao longo da sua vida. O câncer de próstata é o tipo mais comum de tumor que afeta a população masculina, depois do câncer de pele não melanoma e o segundo tipo que mais mata, após o tumor de pulmão. É uma doença silenciosa e que geralmente não apresenta sintomas, em sua fase inicial.
A cor azul e o bigode ao estilo do personagem Mário Bros se tornaram os símbolos da campanha, e assim como o movimento Outubro Rosa, ganhou o mundo. É uma campanha que tem ganhado cada vez mais força, e tem sido de grande relevância na conscientização desse público. O diagnóstico precoce é fundamental para combater a doença, mas depende exclusivamente do médico para ser preciso. Há alguns anos a doença era muito associada ao preconceito masculino, mas, felizmente esse preconceito tem reduzido.
Percebe-se uma diminuição desse tabu, porque a campanha tem reforçado a importância do cuidado com a saúde e cada vez mais, homens que convivem com amigos e parentes que sofreram ou faleceram da doença vem se atentando para a relevância de hábitos saudáveis, da prevenção e do acompanhamento médico.
Mas, há ainda os homens que têm dificuldade de ir aos consultórios médicos, e na maioria, o motivo não é mais tanto o preconceito, e sim o medo do diagnóstico positivo e o receio do tratamento. Mais uma vez vemos a importância de campanhas como o Novembro Azul, pois reforça cada vez mais, que a maioria dos casos de doenças masculinas, se diagnosticadas precocemente, têm muito mais chances de cura. No caso do câncer de próstata, essas chances passam de 90%.
Vale destacar ainda que, o tratamento do câncer de próstata, por exemplo, tem avançado bastante nos últimos anos e são muito eficazes. Outro exemplo que podemos citar são os casos de cirurgia, em que tem sido cada vez menor tempo de internação, com alta em 24 horas, quando diagnóstico é feito na hora certa. Se cuide, previna-se e faça seus exames. A Sociedade Brasileira de Urologia orienta que homens com fatores de risco, como histórico de câncer de próstata ou de mama na família e homens da raça negra realizem os exames de sangue PSA e de toque a partir dos 45 anos e, os demais a partir dos 50 anos.
Campanhas como o Novembro Azul são imprescindíveis para todas as idades e classes sociais. Por mais medo que se tenha de descobrir uma doença, lembre-se que será mais difícil, se o diagnóstico for tardio. É possível viver mais e melhor com informação e prevenção.
*Publicado na edição 53 da revista Painel Alagoas
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revisou de 1,4% para 1,2% a alta do Produto Interno Bruto (PIB) de 2019. Essa revisão decorreu, principalmente, da incorporação de novos dados sobre o impacto econômico do rompimento da barragem de Brumadinho, em 25 de janeiro de 2019.
Com isso, a queda da Indústria extrativa mineral foi ajustada de -0,9% para -9,1%. Com a taxa de crescimento de 1,2%, o PIB foi estimado em R$ 7,389 trilhões em 2019. Já o PIB per capita (por habitante) chegou a R$ 35.161,70, com alta de 0,4% frente ao ano anterior.
O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e serve para medir a evolução da economia.
Os dados oficiais do PIB brasileiro são tradicionalmente revisados 2 anos após o período de referência, a fim de apresentar um retrato mais detalhado da situação econômica do país. Segundo o IBGE, a revisão "agrega novos dados, mais amplos e detalhados, do IBGE e de fontes externas".
A taxa de 1,2% em 2019 foi a terceira alta anual consecutiva, após avanços de 1,3% em 2017 e 1,8% em 2018. O IBGE destacou, porém, que "essas altas foram insuficientes para reverter a queda acumulada no biênio 2015-2016 (6,7%)".
Entre os grandes setores, serviços tiveram alta de 1,5% e a agropecuária cresceu 0,4%. Já a indústria caiu 0,7%. Segundo os dados revisados, 9 dos 12 grupos de atividades econômicas registraram crescimento ou estabilidade, enquanto Indústria de transformação (-0,4%), administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade social (-0,4%) e indústrias extrativas (-9,1%) tiveram retração.
O consumo das famílias, que responde por 63,7% do PIB, cresceu 2,6%. Já a despesa de consumo final do governo caiu 0,5%.
Em 2019, a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) subiu 4% e a taxa de investimento (15,5%) cresceu 0,4 pontos percentuais, em relação a 2018, atingindo o patamar de 2016.
A revisão do PIB de 2019 deve provocar também ajustes na série de resultados trimestrais. O IBGE divulgará no dia 2 de dezembro o resultado do PIB do 3º trimestre. No 2º trimestre, a economia brasileira caiu 0,1%, segundo a leitura inicial.
Em 2020, o PIB do Brasil registrou uma queda de 4,1%. Foi o maior tombo desde o início da série histórica atual iniciada em 1996, segundo divulgou no começo do ano o IBGE.
A projeção atual do mercado financeiro para o resultado do PIB de 2021 é de uma alta de 4,94%, segundo o último boletim Focus do Banco Central. Para 2022, a previsão é de crescimento de 1,20%. Mas as estimativas têm sido revisadas para baixo e parte dos analistas já fala em estagnação e até mesmo em retração em razão da disparada da inflação e da elevação das incertezas fiscais e políticas.
*Publicado como editorial na edição 53 da revista Painel Alagoas
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