As vendas do comércio varejista tiveram queda de 0,6% em março, na comparação com fevereiro, apontam os dados divulgados nesta sexta-feira (7) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No acumulado em 12 meses, porém, o comércio registra alta de 0,7%. Na comparação com março do ano passado, houve alta foi de 2,4%.
Com
o resultado, o setor encerrou o primeiro trimestre do ano no vermelho.
Na comparação com o 4º trimestre de 2020, a queda foi de 4,3% - foi o
segundo trimestre seguido em queda.
Já na comparação com o primeiro trimestre do ano passado, o recuo foi de 0,6%.
O
comércio foi o segundo grande setor da economia a fechar o 1º trimestre
do ano com perdas. A indústria encerrou o período com queda de 0,4%. Em
termos de patamar de vendas, o resultado de março deixou o setor
varejista 6,5% abaixo do recorde, que foi alcançado em outubro de 2020.
O
resultado de março também levou o setor de comércio a ficar abaixo do
patamar pré-pandemia, depois de ter recuperado as perdas em fevereiro. O
volume de vendas em março ficou 0,3% abaixo do observado em fevereiro
de 2020.
Das oito atividades, somente duas registraram
patamar superior ao pré-pandemia: artigos farmacêuticos (12,7%) e hiper e
supermercados (3,9%). As quedas mais intensas ficaram com os segmentos
de tecidos e vestuários (-50,1%) e livros, jornais e revistas (-50,2%).
De
acordo com o IBGE, das oito atividades do comércio investigadas na
pesquisa mensal, sete tiveram queda no volume de vendas na passagem de
fevereiro para março. A única com crescimento foi a hipermercados,
supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, que teve alta de
3,3%.
O principal impacto negativo para o resultado geral partiu do
setor de móveis e eletrodomésticos, que teve queda de 22% em março.
Segundo o gerente da pesquisa, Cristiano Santos, essa atividade foi
muito influenciada pelo comportamento dos consumidores durante a
pandemia.
Pedro Oliveira - Jornalista
O prefeito JHC começa a ter seu mandato crescente a nível nacional quando passa a integrar colegiados importantes que reúnem representantes da administração de todo o país. Acaba de ser aclamado como vice-presidente temático regional de turismo, da Frente Nacional de prefeitos.
A entidade reúne prefeitos das capitais e grandes cidades e tem um papel institucional relevante, liderando o debate de temas de interesse das administrações e voltados para o desenvolvimento socioeconômico dos seus filiados e dos municípios como um todo.
A Diretoria Executiva da Frente Nacional de Prefeitos trabalha para zelar pelo princípio constitucional da autonomia municipal, visando garantir a participação plena e imprescindível dos municípios no pacto federativo, podendo adotar no âmbito dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, medidas coletivas em sua defesa.
A Diretoria Executiva também atua para promover a participação ativa dos entes locais nas questões urbanas e na interlocução ampla e democrática com os três poderes, nas esferas estadual e federal, e com a sociedade civil organizada.
Ao ser empossado o prefeito de Maceió ressaltou: “É uma honra poder contribuir com esta Frente tão importante no debate das causas municipalistas, principalmente em um momento como esse, em que o País e o mundo enfrentam os efeitos da pandemia e vamos precisar estar ainda mais unidos para buscar os melhores caminhos e soluções para enfrentar o problema”.
Não tenho dúvidas de que o prefeito JHC vai chegar à presidência da Frente Nacional de prefeitos no futuro, repetindo a trajetória de seu vice, Ronaldo Lessa que foi considerado um dos mais atuantes presidentes da entidade, modernizando e liderando importantes temas do municipalismo brasileiro. Em sua gestão Lessa realizou encontros regionais em várias capitais, promovendo maior integração entre os prefeitos.
Sou testemunha ocular dos fatos, uma vez que ocupava a função de secretário geral da entidade, atendendo a um honroso convite do prefeito à época. Rodamos o país com as reuniões da Frente Nacional de Prefeitos.
Em um ano de pandemia, muitas empresas consolidaram o home office como modelo de trabalho no país. Pesquisa da Workana, plataforma que conecta freelancers a empresas da América Latina, mostra que, mesmo quando a pandemia acabar, a intenção de 84,2% dos líderes entrevistados é continuar com o trabalho remoto.
Para isso, eles acreditam que o
equilíbrio entre a vida profissional e pessoal é um aspecto a ser
priorizado, e isso inclui a flexibilidade de horários.
Essa
modalidade de trabalho, aponta o levantamento, levará a um trabalho mais
orientado a objetivos e metas do que ao cumprimento de jornadas de
trabalho fixas. Os líderes de empresas também destacam que outro fator
no qual deverão trabalhar é a melhoria da tecnologia e conectividade dos
funcionários que trabalham remoto.
O levantamento,
feito com 2.810 profissionais CLT, freelancers e líderes de empresas na
América Latina, sendo 42% somente do Brasil, aponta os principais
desafios considerados na rotina do trabalho à distância. Além do
equilíbrio entre vida pessoal e profissional e do trabalho com base em
resultados e objetivos, a comunicação mais transparente e saúde mental
são alguns dos desafios apontados na pesquisa.
De acordo
com a pesquisa da Workana, 35,2% dos CLTs acreditam que, no futuro, o
trabalho será mais flexível, e o sucesso será medido pelo resultado
oferecido, e não pelas horas trabalhadas. Número bem parecido com o dos
líderes de empresas, 38,6%, que também apostam que essa flexibilidade
pode gerar um bom retorno.
De olho nessa tendência, é
fundamental que os gestores orientem seus colaboradores pensando nos
objetivos que eles têm a alcançar, e não apenas nas horas que precisam
cumprir.
Até porque, mesmo atuando à distância, 42,6%
dos colaboradores CLT consideraram sua produtividade excelente, 39,3%
muito boa, 14,8% boa - contra apenas 3,3% que acharam regular ou ruim -,
e 63,2% dos gestores disseram ter notado que os funcionários tiveram a
mesma performance de quando estavam no escritório, ou aumentaram a
produtividade com essa certa liberdade que o home office traz.
Para recitar poemas, quem melhor? Para atuar em peças, só aplausos. Como
lutador social, um guerreiro. Na fotografia, lances ousados, olho
mágico em imagens de movimento. Como militante partidário, um idealista
da causa dos menos favorecidos, da igualdade de direitos, da
universalização dos sonhos. De quem falamos? De Átila Vieira, 43, mais
uma vítima da Covid-19, desse vírus medonho que mata pessoas, que leva
amores, que empobrece a esperança, que nos tira a paz. Colaborador da
PAINEL ALAGOAS, profissional que honrou o trabalho e a vida. Ao nosso
eterno Átila, todos os nossos sentimentos, traduzidos em versos de um
dos poemas tantas vezes declamado por ele:
“Uma flor nasceu na rua!
Passem de longe, bondes, ônibus, rio de aço do tráfego.
Uma flor ainda desbotada
ilude a polícia, rompe o asfalto.
Façam completo silêncio, paralisem os negócios,
garanto que uma flor nasceu”
(Trecho de "A Flor e a Náusea", de Carlos Drummond de Andrade)
* Publicado originalmente na edição 46 da revista Painel Alagoas
O primeiro ano do resto das nossas vidas. Acho que dá pra dizer que, ao completarmos um ano do primeiro caso de coronavírus no Brasil, temos a sensação do primeiro ano de um nova vida, muito diferente do que qualquer um de nós poderia ter pensado em viver quando estava lá vendo os fogos de artifício na virada de ano para 2020 ou mesmo no carnaval do ano passado que, aliás, foi nessa mesma época há um ano. Temos experimentado de tudo. Saudade, restrição, solidão, lidado com a morte e as narrativas da perda. Passamos a usar termos novos, a falar de comorbidades, variante, IFA e respirador, como quem falava de qualquer outro tema cotidiano. Vimos a disputa entre notícias falsas, remédios que não curam, receitas que não combatem coronavírus e vimos também vacinas serem produzidas em tempo recorde. O ano de 2020 trouxe a pandemia e a vacina. E como contamos tudo isso?
Usamos o
que já tínhamos, contando histórias e distribuindo informações nas
redes sociais. Ouvimos podcast. Descobrimos ferramentas que não
conhecíamos como as reuniões virtuais por Zoom, Meet, Teams. E o
jornalismo? O que foi feito dele nesse ano do resto das nossas vidas? A
desacreditada narrativa que vinha sendo bombardeada junto com as grandes
empresas que no Brasil concentram a produção. O começo da pandemia
trouxe um novo vigor à narrativa jornalística. Programas foram criados
nas emissoras de TV dando espaço para que o jornalismo pesquisasse e
explicasse, simultaneamente, o que era coronavírus, que se
escreve-tudo-junto, que causa a Covid, que é no feminino. Informou às
pessoas como usar máscara, que tipo, de que jeito, como usar álcool gel,
com que frequência, como abraçar, porque não abraçar, a diferença entre
isolamento e distanciamento social e por aí foi. Gráficos, números,
entrevistas com autoridades, máscaras em todos os repórteres e, enfim, a
retomada de certo protagonismo.
As análises, que aproximaram os jornalistas dos especialistas, dos cientistas e dos profissionais de saúde, se juntaram às instruções que são repetidas até hoje sobre como proceder na pandemia. Mais que isso, o jornalismo voltou a lembrar que precisava contar histórias. E justamente num tema que, por um lado, não permitia acesso fácil a certas narrativas como aquelas que aconteciam nos hospitais, cemitérios e nas casas das pessoas. E por outro, passou a ser um assunto que, aos poucos, podia ser contado por todo mundo.
Durante parte de 2020, para sair das falas
oficiais das autoridades e mostrar para as pessoas que havia risco real
de adoecimento e morte, os jornalistas precisaram chegar às UTIs, como
fez o repórter Yan Boechat nas matérias do hospital Santa Maggiore, em
São Paulo, ou nos hospitais de Manaus, na primeira onda da Covid, em
abril. Ou quando acompanhou diariamente a rotina de cemitérios em São
Paulo e constatou o aumento de sepultamentos, a abertura de covas
coletivas e viu famílias contarem o que estavam passando com a perda de
parentes para a Covid-19.
A reportagem de outros
jornalistas também contou com uma nova forma de ter acesso às histórias.
Pessoas que antes seriam fontes de informação e também leitores
passaram a produzir conteúdo a pedido dos jornalistas porque acessar o
interior de hospitais era difícil e arriscado. Vemos ainda hoje vídeos
gravados por médicos falando da rotina de trabalho e do agravamento do
quadro de contaminação no país. Vídeo de familiares a respeito das
condições de atendimento e das consequências da própria doença ou da
explosão de casos nas portas dos hospitais. Muitos são produzidos
diretamente para jornalistas utilizarem como fonte e como apuração das
suas reportagens. Outros, já na esteira da difusão da produção
audiovisual, chegam ao público direto do cidadão para os usuários de
redes sociais e são comentados depois pelos jornalistas.
E
aí entro num novo momento do jornalismo na pandemia. Depois dessa
inovação da mediação, da produção de conteúdo e da apuração sem a
presença do jornalista, com seu simultâneo aumento e perda de acesso,
dependendo do ponto de vista que se olha, em que lugar está o jornalismo
um ano após o início da pandemia no Brasil? Essa inovação, o desafio, a
frustração, a busca de novo protagonismo e de interesse das pessoas
permanece em alta ou voltamos a um lugar morno como estava antes? Não se
trata de uma análise mais detida e detalhada do processo e as respostas
talvez sejam híbridas. Há avanços que permanecem acontecendo,
especialmente uma retomada e um realinhamento da narrativa jornalística e
do discurso científico, que nunca esteve em oposição, mas que neste
momento aparece ainda mais como aliado, tentando defender quase a mesma
noção. A confiabilidade. De que o ponto de vista mais confiável para
lidar com a pandemia de Coronavírus e vencê-la é a orientação da
ciência. Enquanto a linha mais confiável para conduzir narrativamente e
traduzir a linguagem da ciência em relação à pandemia é a narrativa
jornalística. As notícias falsas, boatos e soluções milagrosas ou
narrativas fantásticas não colaboram nem para o combate ao vírus nem na
construção da democracia e na defesa da cidadania. Então, este
alinhamento parece claro. As reportagens sobre as vacinas explicam os
pormenores de eficácia, enquanto os cientistas são as principais fontes
para comprovar a explicação.
Na falta de uma condução
das informações, dados e avaliações centralizadas pelo governo federal,
veículos tradicionais de comunicação se reuniram num consórcio para
levantar e divulgar dados diários da pandemia. A colaboração não
alcançou a produção, mas chegou ao menos aos dados objetivos sobre o
andamento da contaminação.
Ao contar histórias, o
jornalismo não tem ido adiante. Dados gerais, ações, reações dos
governos e instruções sobre os cuidados para evitar o vírus e, no
máximo, o acompanhamento das atividades que reabrem ou fecham. Vimos
histórias serem contadas nos colapsos que estão ocorrendo em 2021 como a
segunda onda em Manaus, o agravamento da situação em Santa Catarina e
vários outros lugares. Mesmo assim, elas sempre começam a ser contadas a
partir dos celulares das vítimas, das famílias ou dos médicos. Não é
incomum, inclusive, que a gente veja os relatos ou indicações de subida
de casos primeiro nos nossos grupos de WhatsApp e não nas reportagens.
Então o primeiro ano do resto das nossas vidas impactou muito mais nas
nossas vidas do que ainda fomos capazes de narrar. O jornalismo não
alcançou ainda a dimensão dessa transformação na vida das pessoas e nem
traduziu isso na transformação necessária do seu próprio exercício.
Talvez pela rigidez da estrutura narrativa e de produção que tinha até
agora. Talvez porque a transformação ainda esteja em curso assim como os
acontecimentos da própria pandemia.
O agronegócio brasileiro forneceu alimento para 772,600 milhões de pessoas em 2020, segundo estudo da Secretaria de Inteligência e Relações Estratégicas da Embrapa (Sire), divulgado neste mês de março.
De acordo com a publicação, 212,235 destas pessoas são do Brasil e as outras 560,365 milhões são de outros países.
"A
variação da população total alimentada pelo Brasil em 2019, de 809,472
milhões em relação a 2020, deve-se à variação de preços dos produtos nos
dois anos considerados. Assim, pode-se afirmar que ao redor de 800
milhões de pessoas são alimentadas pelo Brasil, incluindo a população
brasileira”, afirmam os autores.
Segundo a pesquisa, nos
últimos dez anos, a participação do Brasil no mercado mundial de
alimentos saltou de US$ 20,6 bilhões para US$ 100 bilhões. Os produtos
em destaque foram a carne, soja, milho, algodão e produtos florestais.
Com isso, a expectativa é de que a contribuição do país para o abastecimento mundial aumente nos próximos anos.
Para
quantificar a contribuição do Brasil para a alimentação mundial, o
estudo considerou a produção de grãos e oleaginosas por serem alimentos
básicos de várias populações no mundo e também considerados básicos para
a produção de proteína animal. Os pesquisadores realizaram dois
cálculos. O primeiro é baseado na produção física de grãos e o segundo
agrega a esta produção física o seu respectivo valor monetário, a partir
de preços internacionais.
Nas contas, os pesquisadores
realizaram a conversão de carne bovina em grãos, se baseando no fato de
sua produção acontecer no pasto.
"Convertemos esta
exportação para equivalente em grãos e quantificamos quantas pessoas são
alimentadas por esta carne. Esta é a segunda alternativa do estudo”,
explica Elisio Contini, um dos pesquisadores envolvidos no estudo.
“Na
primeira alternativa, baseada na produção física, utilizaram-se dados
do International Grains Council (IGC), subtraindo-se as importações de
grãos feitas pelo Brasil", contam os autores.
"A partir
dos dados de produção, estabeleceu-se o percentual da produção
brasileira destes grãos em relação à mundial. Com dados da população
mundial, foi possível quantificar o número de pessoas que o Brasil pode
alimentar, com base na sua participação na produção mundial de grãos e
oleaginosas”, detalham.
A partir disso, os pesquisadores
entenderam que a participação do Brasil na produção mundial de grãos
cresceu de 6% em 2011, para 8% em 2020.
No segundo método, os
estudiosos multiplicaram os preços internacionais com a produção a cada
ano. Fazendo em seguida a proporção em relação ao total, como na
estimativa anterior.
Tereza Nelma *
Nós, da Bancada Feminina Câmara dos Deputados, temos mais uma grande responsabilidade quanto à garantia de equidade no cenário da economia brasileira. A perda de emprego e renda resultou no aumento da pobreza e a sobrecarga de trabalho e tarefas domésticas não remuneradas entre as mulheres. Com a crise causada pelos impactos da pandemia do Covid-19, vamos ter que propor e trabalhar por medidas e ações que possam conter retrocessos nos avanços conquistados na participação e ganhos salariais no mercado de trabalho para as mulheres.
A defesa para que as mulheres conquistassem igualdade de direitos e que o exercício delas fosse assegurado terá que ser maior. Além de já enfrentar a desigualdade na remuneração, da discriminação na concorrência por postos de trabalho, do descrédito da sua competência em relação aos homens, tivemos pioras com a pandemia. Mais mulheres foram obrigadas a ficar em casa, assumir as tarefas domésticas e de cuidados com as famílias. A participação feminina no mercado de trabalho caiu 45,8%, no segundo semestre de 2020. Voltamos ao patamar de 30 anos atrás!
Segundo a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe da ONU, os mercados de trabalho latino-americanos caracterizam-se pela concentração das mulheres em determinados setores da economia, geralmente aqueles com salários mais baixos e condições de trabalho mais precárias: 56,9% das mulheres na América Latina estão empregadas em setores que registraram maior perda de empregos e queda de renda (comércio, turismo, trabalho doméstico remunerado).
Para mulheres mães de crianças de até três anos de idade a situação é mais difícil. Elas participam menos do mercado de trabalho, segundo a pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A porcentagem de ocupação de mulheres que se identificam como pretas ou pardas com crianças até três anos de idade foi de 49,7% em 2019. Já entre mulheres brancas, foi de 62,6%.
Por outro lado, o cenário para mulheres empreendedoras também impõe suas barreiras à igualdade de condições. Temos 46,2% das empresas tradicionais no Brasil fundadas por mulheres, e apenas 4,7% das startups no Brasil fundadas só por elas. Dessas que decidem empreender no ramo da tecnologia e inovação, somente 0,04% receberam investimentos, fruto ainda do descrédito, discriminação e preconceito.
E, no Brasil, temos milhões de mulheres chefes de famílias, sendo às vezes a única a ter renda em seus lares, o que nos faz acreditar que a autonomia econômica das mulheres será a mola propulsora para uma recuperação na economia, não só brasileira, mas em todo o mundo.
Teremos que lutar por mais incentivo na formação e capacitação das mulheres, traduzindo conhecimento para linguagens mais simples e ampliando a inclusão digital para que mais mulheres possam crescer profissionalmente e também serem empreendedoras em suas áreas de trabalho. Lutaremos para recolocar essas mulheres de volta ao mercado de trabalho com igualdade de condições
Já temos feito um trabalho no Parlamento voltado para votação e aprovação de propostas necessárias para tornar efetivas políticas públicas para as mulheres e continuaremos a colaborar para conseguir maior equidade de gênero. Por exemplo, nos últimos dois anos, a Câmara dos Deputados votou 50 propostas selecionadas pelas deputadas federais, entre elas a Lei 13.902/19, que dá dignidade e apoio ao trabalho das mulheres marisqueiras.
Aprovamos na Câmara o Projeto de Lei 1.444/2020, que além de prever a manutenção de medidas protetivas para mulheres vítimas de violência, determina a inclusão dessas mulheres como beneficiárias de até duas cotas do auxílio emergencial; e o PL 3.932/2020, sobre o afastamento da empregada gestante das atividades de trabalho presencial durante a pandemia do Covid-19, as propostas ainda precisam de aprovação no Senado Federal. Ainda queremos aprovar muitas outras matérias para dar maior autonomia financeira para as mulheres; como o PL 1.943/2019, que dispõe sobre campanha de divulgação de igualdade de direitos trabalhistas entre homens e mulheres, o PL 5.465/2020, que institui a Política Nacional de Formação de Docentes da Educação Básica para as Tecnologias da Informação e Comunicação (PDTIC) e muitas outras. São pautas que contribuem para uma construção cultural permanente por mais incentivo e estímulo, com vistas a ampliar a participação feminina na economia, combater o machismo e a discriminação no mercado de trabalho.
Essas políticas públicas não podem ser consideradas apenas emergenciais, mas que sejam esforços e compromisso permanentes do Estado. Tenho defendido o quanto é importante ter representatividade de mulheres em todos os espaços de poder, para defender essas políticas e ter maior poder de decisão em todos os níveis.
Precisamos valorizar o trabalho das mulheres e sua capacidade de criar novas oportunidades, estimular e incentivar seu conhecimento e ajudá-las a ter mais espaço na economia brasileira. Todas as mulheres podem e têm direito.
* Psicóloga, deputada federal pelo PSDB/AL, coordenadora adjunta da bancada feminina e membro da Comissão da Mulher.
Mariana Rosa*
Quando recebi o diagnóstico de paralisia cerebral de minha filha, a primeira afirmativa que me ocorreu foi a de que ela tinha um corpo dissonante. Poucos e lentos movimentos, ausência de fala, impossibilidade de se colocar sentada ou de pé com autonomia. Uma corporeidade que não encontrava rima em minha experiência de vida. Eu era estreante nessa avassaladora noção das diferenças.
Corri para os livros,
para as pesquisas em artigos científicos, para profissionais de saúde
que pudessem ensinar sobre a condição que me era apresentada. Queria ser
uma boa mãe e buscava referências que compensassem minha flagrante
falta de preparo. Pensei que seria ali, somente na ciência, nos bancos
da faculdade, o encontro com as respostas que procurava, o alívio que
atestasse que eu saberia lidar com minha pequena Alice. Não me faltava
amor por ela, que fique claro.
Essa busca nos levou por
incontáveis consultórios, clínicas e hospitais. Eu havia encontrado uma
única urgência como resposta às minhas indagações: precisava ajudar
Alice a ultrapassar os próprios limites. E tinha que ser já, rápido, sem
tempo a perder, porque a intervenção precoce poderia fazê-la ganhar
muitas habilidades, porque a plasticidade cerebral precisaria ser
explorada, porque ela poderia ser um exemplo de superação, diziam.
A
urgência por entender o corpo de minha filha nos engoliu. Seu primeiro
ano de vida se assemelhou a uma prescrição médica, com um colosso de
protocolos a serem seguidos. Ela cumpria a agenda quase sempre dormindo,
sobrecarregada que estava por medicações que prometiam normalizar suas
ondas cerebrais. Foi preciso vivenciar essa rotina extremada para que eu
tropeçasse em minhas limitações.
Era no encontro diário
com ela. Não era realizando as tarefas que nos diziam ser importantes.
Era sendo junto com ela, e, assim, descobrindo seus desejos e suas
prioridades. Levou algo como um ano até que eu aprendesse a
verdadeiramente olhar para minha filha.
O que eu, enfim,
pude ver foi tocante. Ela não tinha um corpo dissonante, como eu
presumia. Tampouco diferente, uma vez que não há referência para o que é
estar vivo. Não existe um código de barras para o ser humano, um
controle de qualidade que dite a referência a partir da qual a
existência deve ser estruturada.
Esfreguei os olhos muitas
vezes, para afastar padrões que não nos serviam, referências que não
eram as nossas. Desanuviada, conheci a menina valente, bem-humorada,
decidida, que adora passarinhos, que tem preferência por frutas e se
diverte com brincadeiras radicais. Eu não podia perder mais nenhum
detalhe. Ela esperou ter essa certeza para me entregar, então, seu
primeiro sorriso, com um ano e quatro meses. Foi quando eu mereci.
Meu
repertório de mundo finalmente estava se ampliando para dar conta da
nossa existência. Já não fazia sentido caber onde quer que fosse, mas
pertencer. Foi assim que me deparei com muitas outras existências que,
até então, desconhecia.
Minha filha jamais será aquele
exemplo de superação que pretenderam para ela. Não assim, como destino,
como objetivo, como fardo, como imposição. Antes, quero que o mundo
possa ser exemplar na superação das barreiras que limitam tantas vidas. A
nós, que caiba apenas o exercício da liberdade.
*Mariana Rosa é mulher com deficiência, mãe da Alice, jornalista, consultora do tema inclusão e ativista dos direitos das pessoas com deficiência
*Publicado na edição 44 da revista Painel Alagoas
O fim do Auxílio Emergencial já levou 2 milhões de brasileiros para a pobreza apenas em janeiro. Ao todo, 13% da população do país, ou 26 milhões de pessoas, estão sobrevivendo com uma renda per capita de apenas R$ 250 por mês, segundo o coordenador da Cátedra Ruth Cardoso no Insper, Naercio Menezes Filho, em análise publicada no Portal G1.
Durante
o pagamento do benefício, a taxa de pobreza chegou a recuar para 8% da
população, e a da extrema pobreza - brasileiros com renda per capita
abaixo de R$ 150 ao mês - caiu de 3% para 1%. Foram os menores patamares
já registrados pelo Brasil desde a década de 1970, quando as pesquisas
domiciliares começaram a ser realizadas.
Essa melhora
também se refletiu no índice de Gini, que monitora a desigualdade de
renda em uma escala de 0 a 1 – quanto mais próximo de 1, maior é a
desigualdade. O índice recuou de 0,53 para 0,47, caindo abaixo de 0,50
pela primeira vez na história brasileira. A deterioração social que o
país enfrenta hoje já era esperada. Todos os indicadores começaram a
piorar já com a redução do benefício de R$ 600 para R$ 300.
Ao todo, o Auxílio Emergencial chegou a quase 68 milhões de brasileiros.
Com
o Brasil enfrentando uma severa crise fiscal desde 2014, manter o
pagamento do Auxílio Emergencial passou a ser uma conta difícil de ser
fechada pela equipe econômica. Nas últimas semanas, o debate pela volta
do benefício ganhou força com a piora dos números da pandemia.
No ano
passado, com todas as medidas adotadas pelo governo federal, a dívida
bruta alcançou 89,3% do Produto Interno Bruto (PIB), uma alta de 15
pontos percentuais em relação a 2019.
O nível do
endividamento brasileiro já é considerado elevado para um país em
desenvolvimento. Na média, as economias similares à brasileira têm um
patamar de dívida próximo a 65% do PIB. O tamanho da dívida bruta é um
indicador bastante analisado por investidores e pelas agências de
classificação de risco.
Para estancar o endividamento do
país, a missão da equipe econômica não é fácil. O governo teria de fazer
um ajuste de R$ 84 bilhões até 2023 para impedir um novo crescimento da
relação dívida/PIB, segundo uma simulação feita pelo sócio e economista
da Kairós Capital, André Loes.
O exercício feito por Loes
leva em conta uma série de hipóteses, como um crescimento do PIB de 3%
este ano e 2% nos dois anos seguintes e uma taxa de juros que vai sair
de 3% ao fim deste ano e chegará a 5% em 2023. Ele também estima que a
regra do teto de gastos vai ser preservada e que o Tesouro receberá R$
20 bilhões por ano do BNDES, além dos R$ 38 bilhões já computados em
2021.
Mas a estratégia da equipe econômica é colocar uma
espécie de cláusula de calamidade na Proposta de Emenda à Constituição
(PEC) do Pacto Federativo, enviada ao Senado em 2019, para permitir a
suspensão temporária de regras fiscais e o aumento de gastos. Essa
cláusula permitiria, por exemplo, a abertura de créditos
extraordinários, os quais não se sujeitam à regra do teto de gastos. A
partir de 2022, o governo espera contar com o benefício integral da PEC
do Pacto Federativo e das propostas Emergencial e dos Fundos para
conseguir ter alguma folga no orçamento.
*Publicado originalmente como Editorial na edição 44 da revista Painel Alagoas
*Fred Furtado - CEO da Tubelab
A vigésima primeira edição do Big Brother Brasil tem colocado em destaque a Cultura do Cancelamento. A prática consiste em "cancelar" o participante que não corresponde às expectativas do coletivo, que, por consequência, passa a ignorar, excluir, isolar e etc essa pessoa.
Do lado de fora da casa, quem assiste ao programa também tem entrado no jogo e feito o cancelamento pelas redes sociais, ou seja, deixando de seguir os participantes e deixando de curtir suas publicações.
A DesbravaData, startup especializada em monitoramento de dados em ambiente digitalz em parceria com Tubelab, empresa especialista em marketing de influência, em fez um levantamento dos perfis dos participantes em datas diferentes: antes do programa, no dia seguinte à primeira festa, no dia da indicação para o paredão e na primeira eliminação.
"A gente percebe que o público está participando do modo que pode, curtindo ou deixando de curtir, expondo a opinião através das redes sociais", afirmou Fred Furtado, CEO da Tubelab.
Os resultados chamam a atenção, enquanto alguns participantes estão crescendo exponencialmente o número de seguidores, como a Juliette, que passou de 146,349 para 2.500,00, outros estão vendo os números despencando, como a cantora Karol: 1.684,107 para 1.400,00.
Confira a lista completa (data: 21/jan / 27/jan / 31/jan / 02/fev)
Gil
52.349
259.490
803.676
1.000.000
Kerline
154.735
222.882
346.296
442.000
Rodolfo
1.472.172
1.560.924
2.100.000
2.700.000
Karol
1.684.107
1.764.135
1.838.330
1.400.000
João Pedro
73.437
111.833
196.719
243.000
Juliette
146.349
399.161
1.202.881
2.500.000
Lucas Koka
312.745
476.593
674.713
1.900.000
Lumena
93.972
170.317
215.705
179.000
Nego Di
1.187.000
1.262.900
1.377.445
1.390.000
Pocah
11.711.232
11.963.466
12.293.443
12.441.405
Projota
3.051.001
3.289.207
3.905.849
4.400.000
Sarah
64.400
109.262
264.209
1.500.000
Thais
87.170
257.487
579.039
820.000
Viih Tube
16.390.887
16.588.262
16.846.915
17.000.000
Caio
77.159
212.579
1.296.812
1.900.000
Arthur
241.304
322.676
591.959
945.000
Bil
113.530
193.050
441.543
660.000
Carla Diaz
3.168.799
3.353.059
3.654.623
4.300.000
Fiuk
1.530.574
2.042.019
2.419.876
2.345.115
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