Samuel Pantoja Lima - Pesquisador do objETHOS
No dia 19 de junho de 2021, a tragédia humanitária provocada pela pandemia da Covid-19 chegava à marca do meio milhão de vítimas. O telejornal de maior audiência do país (Jornal Nacional, Grupo Globo) publicou, no final daquela edição, um editorial no qual aponta algo que pode impactar, decisiva e positivamente, a concepção de jornalismo ora hegemônico, ainda pautado em valores tipicamente positivistas ditados pela escola estadunidense. Ao concluir o texto, que fazia duras críticas ao governo Bolsonaro, o apresentador William Bonner afirmou: “Tudo tem vários ângulos e todos devem ser sempre acolhidos pra discussão, mas há exceções. Quando estão em perigo coisas tão importantes como o direito à saúde, por exemplo, ou o direito de viver numa democracia, em casos assim não há dois lados. E é esse o norte que o jornalismo da Globo continuará a seguir”.
Uma nova história pode ser escrita pelo jornalismo tradicional brasileiro, a partir desse editorial apresentado pelo Jornal Nacional. Valores como objetividade, neutralidade e imparcialidade “embalam” os produtos da indústria jornalística desde o final do século 19, depois da consolidação do “modelo empresa”. Na transição entre o chamado jornalismo literário, engajado ou partidário – praticado nos primórdios, dois séculos antes – ao “moderno” ou “industrial”, tais valores surgiram justamente da busca por uma estratégia comercial que desse ao conhecimento do jornalismo um estatuto social distinto do publicismo, que marcava especialmente o produto impresso, pautado mais na opinião e menos em apuração dos fatos.
Sobre essa questão específica, Rafael Paes Henriques e Catarina Giordano Paes Henriques, escrevem: “Com o objetivo de aproveitar o crescimento da população urbana e letrada e aumentar o número de leitores possíveis, a imprensa, que até então se organizava desde os jornais de causa, ligados a grupos políticos que os financiavam, se transformou em jornal empresa, e uma nova conduta profissional de suposta neutralidade partidária se impôs como estratégica. As expectativas de novos públicos, que passaram a ler e a comprar jornais, giravam em torno de um produto com mais fatos e menos opiniões, configurando os formatos que vieram a ser reconhecidos como pertencentes a um gênero jornalístico próprio: o informativo, no qual se exige, supostamente, a separação do que é fato daquilo que é a opinião do jornalista”.
Há pouco mais de 400 anos, chegava aos Estados Unidos o primeiro navio negreiro, com 20 pessoas negras que restavam vivas depois da longa travessia do Atlântico para serem escravizadas. Na esperança de resgatar essa história e investigar mais a fundo a contribuição da população negra na fundação daquele país, a jornalista Nikole Hanna-Jones, do The New York Times, publicou uma série de reportagens chamadas “Projeto 1619”. A reação dos setores segregacionistas estadunidenses foi imediata e barulhenta: da tentativa de desqualificação da jornalista, uma mulher negra, neta de escravos, até o exercício do negacionismo histórico, que alimenta a ideia dos “pais brancos e fundadores da pátria”, excluindo todo e qualquer vestígio da presença de pessoas negras na construção de riquezas que as famílias brancas acumularam ao longo dos séculos.
Em recente entrevista à Folha de S.Paulo, Hanna-Jones bate de frente com a noção de “objetividade” como sinônimo de “neutralidade”, a partir da Série “The 1619 Project” (vencedora do Prêmio Pulitzer 2020). Quando perguntada se era “desejável ou mesmo possível separar jornalismo de ativismo quando se aborda um tema tão sensível como o racismo?”, respondeu: “Eu não acredito que nenhum jornalista seja apenas objetivo, seja ele de uma minoria racial ou não. Quando você se torna especialista em algo, você constrói opiniões sobre aquele assunto. O que precisamos é objetividade nos métodos. Ter certeza de que se está sendo preciso e justo, usando métodos objetivos. Mas não precisamos fingir que não temos pensamentos e sentimentos sobre aquilo que cobrimos. Eu escrevi sobre segregação racial no sistema público de ensino e claramente eu penso que essa segregação é errada. Eu me oponho à segregação escolar, mas isso não significa que eu não possa reportar de maneira justa e precisa sobre este fenômeno”.
A jornalista estadunidense acrescentou algo ainda mais interessante ao debate, na distinção entre jornalismo e ativismo: “No que tange ao ativismo, eu acho que existe uma diferença entre ser ativista e ser jornalista. Mas também acho que todo jornalista, em certa medida, é um ativista porque, nos EUA, acreditamos que o jornalismo existe para responsabilizar pessoas em posições de poder, para falar em nome daqueles mais vulneráveis. Acreditamos que jornalismo é necessário para a democracia. E todas essas posições não são neutras, mas ativas. Meu ativismo toma forma quando escrevo e exponho injustiças. Outras pessoas o fazem marchando nas ruas. Não acho que eu deva estar envolvida nessas duas frentes, mas eu não posso fingir que não exista ativismo nas minhas motivações para me tornar uma jornalista”.
O editorial do JN, lido pelos apresentadores Renata Vasconcellos e William Bonner, além da reverência e do respeito às famílias enlutadas e a milhões de brasileiros e brasileiras duramente atingidas e atingidos pelas perdas provocadas pela Covid-19, trouxe algo que ainda precisa ser provado, experimentado, discutido, praticado no jornalismo brasileiro. Ao longo da história, o ativismo da mídia corporativa no Brasil sempre foi o avesso do avesso, ou seja, os grupos econômicos de comunicação sempre estiveram ao lado do opressor, dos “vencedores” oficiais, das ditaduras e golpes — como nos recentes casos da ditadura civil-militar de 1964 e o golpe contra democracia em 2016, que resultou entre outras coisas na eleição da extrema-direita ao Poder Executivo, em 2018. As causas humanitárias que hoje têm força global, impulsionadas pelas redes sociais e pelo jornalismo independente publicado exclusivamente na internet, nos desafiam a pensar no jornalismo como forma social de conhecimento humano capaz de assumir claramente posições, sem abrir mão do primado da verdade, do rigor dos métodos de apuração e, especialmente, incluindo toda a diversidade de posições e fontes presentes na realidade histórico-social.
*Publicado originalmente na edição 50 da revista Painel Alagoas
De cada R$ 100 do orçamento das famílias brasileiras, sobram apenas R$ 41,22 para consumir, pagar dívidas e investir, aponta levantamento da consultoria Tendências. Renda tem sido pressionada pela alta dos preços de alimentos, energia elétrica e combustíveis.
Pelo país, não faltam exemplos de brasileiros que estão com dificuldade para fechar a conta todo mês. Neste ano, de cada R$ 100 do orçamento das famílias brasileiras, sobram apenas R$ 41,22 para consumir, pagar dívidas e investir, mostra um levantamento da consultoria Tendências.
Isso significa que a maior parte da renda vai para itens considerados essenciais – como combustível, energia elétrica, transporte, entre outros. As famílias não tinham uma situação financeira tão apertada desde 2005, quando a renda disponível era de apenas R$ 40,98.
O orçamento dos brasileiros tem sido pressionado por uma combinação bastante perversa: uma alta dos preços dos alimentos, que se arrasta desde o ano passado, e um aumento do valor dos combustíveis e da energia elétrica.
Em detalhe, os números pesquisados mostram que a situação é ainda mais dramática para os brasileiros das classes D e E, que ganham até R$ 2,6 mil por mês e sofrem mais com o aumento dos preços. Para esse grupo, sobram apenas R$ 21,63 por mês.
"Não tem escapatória. As classes mais baixas não têm como se defender muito nesse momento. A gente está com um nível de desemprego recorde no Brasil", diz Marco Maciel, sócio e economista da Kairós, empresa de gestão de fundos de investimento no Brasil. "O desemprego afetando milhões de brasileiros tende a fazer com que a capacidade de reagir ao aumento da inflação seja muito limitada."
Em 12 meses encerrados em junho, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) já acumula alta de 8,3%. Só a inflação de itens considerados essenciais chegou a 10,5%, segundo a Tendências. Diante de todo esse quadro, os analistas têm piorado as projeções para a inflação de 2021.
No relatório Focus, do Banco Central, os analistas consultados já projetam que o IPCA vai encerrar o ano em 6,56%, acima, portanto, do teto da meta do governo, que é de 5,25%.
"No momento, a minha projeção para o IPCA no fim do ano é de 6,5%, mas, em função das pressões de tarifas de energia elétrica, combustíveis e alimentação no domicílio, essa inflação pode pular para 7,2% com facilidade", diz Maciel.
Na próxima semana, o Comitê de Política Monetária (Copom) se reúne para decidir o rumo da taxa básica de juros (Selic). Os analistas esperam um aumento 1 ponto percentual, levando a Selic para 5,25% ao ano.
Juros mais altos encarecem o custo do crédito, afetando a tomada de recursos para o investimento das empresas e para o consumo das famílias.
«Ao elevar os juros, o Banco Central acaba encarecendo o custo para todos, não só para pessoa física, mas para a jurídica também", diz o economista da Kairós. "Infelizmente, a política monetária, num momento como esse, não tem como ser vertical, acaba sendo horizontal, atinge a todos do mesmo jeito. Quem se defende melhor é quem tem o bolso mais cheio."
A alta da inflação e dos juros e a limitação do orçamento das famílias podem mitigar a velocidade de recuperação esperada para o varejo e, consequentemente, da atividade econômica.
Com a melhora da crise sanitária, os analistas seguem esperando uma retomada do setor neste ano, mas esse crescimento poderia ser melhor se as famílias tivessem algum fôlego no orçamento - até maio, as vendas do varejo acumulavam alta de 6,8% no ano, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
*Publicado originalmente como editorial na edição 50 da Revista Painel Alagoas
Tereza Nelma - Deputada Federal, Procuradora da Mulher
A criação do Observatório Nacional da Mulher na Política, que lançamos na última quarta-feira de junho, na Câmara de Deputados, em Brasília, é o maior mecanismo de investigação da mulher na política do país. Iniciativa pioneira que vem como esperança de tornar mais agradável os espaços que as mulheres ocupam na política e vai monitorar atitudes que tentarem desqualificar suas lutas pela plena participação feminina na sociedade e na direção do Estado e das empresas.
Um
momento histórico onde várias vozes de parlamentares se levantaram
durante o lançamento contra as ameaças recebidas pelas líderes políticas
Manuela D’Avila, ex-deputada federal do PC do B, ameaçada de morte, e
da minha própria filha, vereadora Teca Nelma, censurada no plenário da
Câmara de Maceió por suas ideias.
Tanto um caso com alguém
escondido no anonimato, como o outro praticado publicamente por um
delegado de polícia, são exemplos, entre muitos outros, que ligam os
machismos, intolerantes e reacionários, do sul ao nordeste do país. Não
podemos ficar caladas. Temos que impedir novas Marielle Franco,
assassinada a tiros, covardemente, um crime até hoje abafado.
Não
podemos mais conviver com os ataques frequentes a mulheres jornalistas,
políticas trans, legalmente eleitas, por vozes que desqualificam
diariamente as mulheres e que saem, às vezes, da própria presidência da
República.
A Procuradoria da Mulher na Política vai ganhar
espaço nas Assembleias Legislativas de todo o país, enfrentando as
injustiças, os preconceitos, os ataques covardes às mulheres onde se
manifestarem. É uma ferramenta que vai auxiliar no monitoramento da
atuação política de mulheres nas esferas municipal, estadual, federal e
internacional. A luta das mulheres contra a opressão, a discriminação, a
violência política e machista tem que ser enfrentada em todo o mundo.
Nos
enche de orgulho, por exemplo, que a Assembleia Constituinte do Chile,
um país que sangrou com o fascismo em passado recente, seja composta por
uma maioria de mulheres. Quanta diferença, se comparada às pressões nos
bastidores para reduzir a participação das mulheres na nossa Câmara dos
Deputados a 10%, na dita reforma política que está sendo construída, ou
seja, uma tentativa de minar nossa representatividade que já é tão
pequena.
Nosso movimento já alcançou 30% de mulheres nas
chapas eleitorais, sem contar os 30% de recursos para suas campanhas,
apesar de frequentemente violados por direções partidárias atrasadas e
machistas. Nossa meta continua sendo alcançar a participação de 50% de
mulheres nos parlamentos. E não só. Queremos também a paridade no
comando dos Tribunais Superiores, Ministérios Públicos, Forças Armadas e
outros poderes de Estado.
O nome dessa nova ferramenta é Observatório, que não pode tudo, mas é um avanço e será a nossa voz. Com esse novo instrumento pretendemos desvendar crimes, os ataques, as injustiças e agir, exigir punição. Nada de mimimi. Mas muita luta, com unidade, seriedade, coragem e respeito ao pluralismo, isso sim.Nem é preciso nos aguardar. Chegaremos já.
*Publicado na edição 49 da revista Painel Alagoas
Dany Pimenta
Preconceito é um assunto bem polêmico, pois cada pessoa tem seus conceitos preconizados desde a infância. Por isso que falo que preconceito é aprendido e fortalecido pelas relações familiares.
As pessoas diante da lei são iguais e tem os mesmo direitos. Não há constituições divergentes para cada raça, crença religiosa, padrão social nem sexual.
RESPEITO pra mim é a palavra chave. Quando respeitamos mesmo que não aceitamos, passamos a ver o outro como pessoa. Pessoa essa que tem livre arbítrio para decidir como viver. Mesmo que você não tenha a condição nobre de saber amar ao outro independente do que você julga ser certo, respeite.
O pobre, o negro, o gay que infelizmente em nosso país não são respeitados por não se enquadrar no que muitos julgam ser certo, são pessoas que têm sentimentos, sonhos. Pessoas que não optaram pelo que são mas que simplesmente apenas São.
Se pudéssemos nos colocar um segundo apenas no lugar desse outro e ver como ele se sente diante de tanta discriminação quem sabe mudaríamos nossa forma de ver as pessoas.
A vida é uma passagem. Cada pessoa recebe seu livro de Deus com brancas páginas para assim escrevê-la. Deixe que cada um escreva sua própria história e não derrame tinta preta nas páginas do outro.
O arco-íris foi feito por Deus com a união de várias cores. Assim também somos nós, união de raças, crenças e opções.
Se o mundo fosse de uma só cor teria a mesma beleza que tem? Quebrem as algemas do que te limita a ver as pessoas pela cor, religião ou sexualidade fazendo assim distinção e menosprezando a pessoa incrível que cada um é.
Não julgue pelo que você acredita ser certo.
Seja feliz e simplesmente permita ao outro o direito de ser feliz. Se Deus que é Deus não julga ninguém, caberia a você julgar alguém?!
Por Arthur Virgílio Neto*
A descrença na pesquisa e na ciência, aliás, se tornou ainda mais evidente nesse período, com corte nos investimentos direcionados à área. Por outro lado, vimos gastos de custeio sendo aumentados no Congresso Nacional. Uma vergonha, desrespeito ao povo brasileiro, desrespeito à vida. E o resultado dessa marcha contra à sensatez na saúde pública é o triste número de milhares de brasileiros e brasileiras que perderam a vida por causa do novo coronavírus e, no Amazonas, muitos foram cruelmente asfixiados pela falta do oxigênio.Sabem as leitoras e os leitores que, por exemplo, a decretação de um lockdown exige dinheiro nas mãos do povo, regras duras de isolamento social e curta duração. A Covid-19, reforçada pelas novas cepas, cada vez mais resistentes e letais, tem de ser enfrentada pelo bom comportamento aqui relatado e por campanhas vitoriosas de vacinação em massa. O Brasil vacina com a lentidão de um jabuti, quando a postura correta seria correr como os campeões de Fórmula 1.
As gestantes e puérperas (mulheres que tiveram filhos há até 45 dias)
registra uma taxa de letalidade de 7,2%, mais que o dobro da atual taxa
de letalidade do país, que é de 2,8%. O dado faz parte do último Boletim
do Observatório Covid-19, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), divulgado
no início deste mês de junho.
Segundo o boletim, um estudo sobre a
pandemia nas Américas, publicado em maio pela Organização Pan-Americana
da Saúde (Opas), verificou que, entre janeiro e abril deste ano, houve
um aumento relevante de casos em gestantes e puérperas, e de óbitos
maternos por covid-19 em 12 países.
Os especialistas alertam ainda
que as gestantes podem evoluir para formas graves da covid-19, com
descompensação respiratória, em especial, aquelas que estão em torno de
32 ou 33 semanas de gestação. Em muitos casos, segundo os cientistas, há
necessidade de antecipar o parto.
Esse quadro aumenta a preocupação
em relação à disponibilidade de leitos de UTI adulto para essas
mulheres e de leitos de UTI neonatal para os recém-nascidos, que podem
ser prematuros. Os pesquisadores alertam que ambos precisam de cuidados
especializados e imediatos. A partir de meados de 2020, começaram a ser
publicados artigos sobre a morte de gestantes e puérperas por covid-19
no Brasil, alertando para a necessidade de preparação e organização de
toda a rede de atenção em saúde.
De acordo como Observatório
Obstétrico Brasileiro Covid-19, os óbitos maternos em 2021 superaram o
número notificado em 2020. No ano de 2020, foram 544 óbitos em gestantes
e puérperas por covid-19 no país, com média semanal de 12,1 óbitos,
considerando que a pandemia se estendeu por 45 semanas epidemiológicas
nesse ano. Até 26 de maio de 2021, transcorridas 20 semanas
epidemiológicas, foram registrados 911 óbitos, com média semanal de 47,9
óbitos.
*Publicado como editorial na edição 48 da revista Painel Alagoas
Mateus Sant'Ana - Advogado
A arte de empreender fascina muitas pessoas pelo mundo. Aliado ao fenômeno da globalização, estreitou as fronteiras geográficas permitindo a rápida troca de informação através da rede mundial de computadores, a Internet. Diante disso, novos mercados e oportunidades surgem como, por exemplo, a inovação da tecnologia e a conectividade que se tornaram extremamente relevante não só para o empreendedor, como para a sociedade. Um grande exemplo é repensar os problemas das cidades.
O
conceito de Cidades Inteligentes (smartcities) objetiva aumentar a
participação cidadão através da tecnologia fazendo com que o cidadão
esteja cada vez mais próximo das ações governamentais.
Neste
contexto, surge o empreendedor social que é o empreendedor que opta em
montar um negócio em que a responsabilidade social é o principal
objetivo. São negócios lucrativos que resolvem problemas sociais por
meio da venda de produtos ou serviços.
Um híbrido de
intervenção governamental e puro empreendedorismo de negócios, o
empreendimento social é capaz de tratar problemas cujo âmbito é estreito
demais para instigar o ativismo legislativo ou para atrair capital
privado.
O empreendedorismo social já é uma realidade no Brasil e
no mundo; e os diferentes modelos de negócios desenvolvidos por
empreendedores estão quebrando muitos paradigmas e contribuindo para
transformar realidades. Um dos maiores desafios para o empreendedorismo
social no Brasil, e em qualquer outro país em desenvolvimento, é a
captação de recursos. Por isso, a primeira preocupação é com a alocação
que se faz primeiramente pela disseminação das ideias e objetivos das
ações sociais a serem empreendidas.
As vendas do comércio varejista tiveram queda de 0,6% em março, na comparação com fevereiro, apontam os dados divulgados nesta sexta-feira (7) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No acumulado em 12 meses, porém, o comércio registra alta de 0,7%. Na comparação com março do ano passado, houve alta foi de 2,4%.
Com
o resultado, o setor encerrou o primeiro trimestre do ano no vermelho.
Na comparação com o 4º trimestre de 2020, a queda foi de 4,3% - foi o
segundo trimestre seguido em queda.
Já na comparação com o primeiro trimestre do ano passado, o recuo foi de 0,6%.
O
comércio foi o segundo grande setor da economia a fechar o 1º trimestre
do ano com perdas. A indústria encerrou o período com queda de 0,4%. Em
termos de patamar de vendas, o resultado de março deixou o setor
varejista 6,5% abaixo do recorde, que foi alcançado em outubro de 2020.
O
resultado de março também levou o setor de comércio a ficar abaixo do
patamar pré-pandemia, depois de ter recuperado as perdas em fevereiro. O
volume de vendas em março ficou 0,3% abaixo do observado em fevereiro
de 2020.
Das oito atividades, somente duas registraram
patamar superior ao pré-pandemia: artigos farmacêuticos (12,7%) e hiper e
supermercados (3,9%). As quedas mais intensas ficaram com os segmentos
de tecidos e vestuários (-50,1%) e livros, jornais e revistas (-50,2%).
De
acordo com o IBGE, das oito atividades do comércio investigadas na
pesquisa mensal, sete tiveram queda no volume de vendas na passagem de
fevereiro para março. A única com crescimento foi a hipermercados,
supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, que teve alta de
3,3%.
O principal impacto negativo para o resultado geral partiu do
setor de móveis e eletrodomésticos, que teve queda de 22% em março.
Segundo o gerente da pesquisa, Cristiano Santos, essa atividade foi
muito influenciada pelo comportamento dos consumidores durante a
pandemia.
Pedro Oliveira - Jornalista
O prefeito JHC começa a ter seu mandato crescente a nível nacional quando passa a integrar colegiados importantes que reúnem representantes da administração de todo o país. Acaba de ser aclamado como vice-presidente temático regional de turismo, da Frente Nacional de prefeitos.
A entidade reúne prefeitos das capitais e grandes cidades e tem um papel institucional relevante, liderando o debate de temas de interesse das administrações e voltados para o desenvolvimento socioeconômico dos seus filiados e dos municípios como um todo.
A Diretoria Executiva da Frente Nacional de Prefeitos trabalha para zelar pelo princípio constitucional da autonomia municipal, visando garantir a participação plena e imprescindível dos municípios no pacto federativo, podendo adotar no âmbito dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, medidas coletivas em sua defesa.
A Diretoria Executiva também atua para promover a participação ativa dos entes locais nas questões urbanas e na interlocução ampla e democrática com os três poderes, nas esferas estadual e federal, e com a sociedade civil organizada.
Ao ser empossado o prefeito de Maceió ressaltou: “É uma honra poder contribuir com esta Frente tão importante no debate das causas municipalistas, principalmente em um momento como esse, em que o País e o mundo enfrentam os efeitos da pandemia e vamos precisar estar ainda mais unidos para buscar os melhores caminhos e soluções para enfrentar o problema”.
Não tenho dúvidas de que o prefeito JHC vai chegar à presidência da Frente Nacional de prefeitos no futuro, repetindo a trajetória de seu vice, Ronaldo Lessa que foi considerado um dos mais atuantes presidentes da entidade, modernizando e liderando importantes temas do municipalismo brasileiro. Em sua gestão Lessa realizou encontros regionais em várias capitais, promovendo maior integração entre os prefeitos.
Sou testemunha ocular dos fatos, uma vez que ocupava a função de secretário geral da entidade, atendendo a um honroso convite do prefeito à época. Rodamos o país com as reuniões da Frente Nacional de Prefeitos.
Em um ano de pandemia, muitas empresas consolidaram o home office como modelo de trabalho no país. Pesquisa da Workana, plataforma que conecta freelancers a empresas da América Latina, mostra que, mesmo quando a pandemia acabar, a intenção de 84,2% dos líderes entrevistados é continuar com o trabalho remoto.
Para isso, eles acreditam que o
equilíbrio entre a vida profissional e pessoal é um aspecto a ser
priorizado, e isso inclui a flexibilidade de horários.
Essa
modalidade de trabalho, aponta o levantamento, levará a um trabalho mais
orientado a objetivos e metas do que ao cumprimento de jornadas de
trabalho fixas. Os líderes de empresas também destacam que outro fator
no qual deverão trabalhar é a melhoria da tecnologia e conectividade dos
funcionários que trabalham remoto.
O levantamento,
feito com 2.810 profissionais CLT, freelancers e líderes de empresas na
América Latina, sendo 42% somente do Brasil, aponta os principais
desafios considerados na rotina do trabalho à distância. Além do
equilíbrio entre vida pessoal e profissional e do trabalho com base em
resultados e objetivos, a comunicação mais transparente e saúde mental
são alguns dos desafios apontados na pesquisa.
De acordo
com a pesquisa da Workana, 35,2% dos CLTs acreditam que, no futuro, o
trabalho será mais flexível, e o sucesso será medido pelo resultado
oferecido, e não pelas horas trabalhadas. Número bem parecido com o dos
líderes de empresas, 38,6%, que também apostam que essa flexibilidade
pode gerar um bom retorno.
De olho nessa tendência, é
fundamental que os gestores orientem seus colaboradores pensando nos
objetivos que eles têm a alcançar, e não apenas nas horas que precisam
cumprir.
Até porque, mesmo atuando à distância, 42,6%
dos colaboradores CLT consideraram sua produtividade excelente, 39,3%
muito boa, 14,8% boa - contra apenas 3,3% que acharam regular ou ruim -,
e 63,2% dos gestores disseram ter notado que os funcionários tiveram a
mesma performance de quando estavam no escritório, ou aumentaram a
produtividade com essa certa liberdade que o home office traz.
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