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Estratégia Diferenciada

03.03.2025 às 12:00


Olá, meu querido leitor, minha querida leitora! Sim, sei que é Carnaval, mas não dá para esquecer um dos temas que mais tem afligido boa parte da população: o aumento no preço dos alimentos! Considerando ser esta uma despesa essencial (não, não dá para empurrar para o mês seguinte), boa parte do orçamento familiar fica comprometido, e nas famílias de menor renda – onde o peso da alimentação é maior – a carestia avança sem freios.

Pois foi pensando nisso que decidi sobre o tema do artigo de hoje, onde procuro mostrar uma estratégia para driblar (ou pelo menos tentar!) o dragão da inflação. Vou um pouco além dos tradicionais – e necessários – conselhos, tais como pesquisar preços, substituir produtos ou reduzir quantidades, e decerto o plano dará um pouco mais de trabalho, mas o resultado eventualmente compensará o esforço. Vamos lá apresentar a ideia!

Há algum tempo, no início de minha carreira, desenvolvi uma pesquisa sobre os preços de uma lista de aproximadamente 150 produtos de consumo diário, incluindo, além dos alimentos, os principais itens de limpeza. Visitava   quatro grandes supermercados e de prancheta na mão, coletava os preços, que depois eram transferidos para uma planilha. O valor total das compras não era muito diferente entre os quatro estabelecimentos, porém, se considerássemos comprar os produtos nos estabelecimentos com as melhores ofertas, o total da fatura chegava, em algumas semanas, a ser 30% mais barato do que a compra concentrada em um único local... interessante, não? Como implementar? Segue o passo a passo, onde exemplifico com três amigos e três supermercados!

(1) Reúna os três amigos ou vizinhos (com quem você se dê bem!!) e monte a lista dos produtos que consomem. (2) Cada um dos três irá pesquisar os preços desta lista em um estabelecimento distinto. Vale notar que esta tarefa é hoje bastante simplificada em relação ao passado, pois os aplicativos e conteúdos digitais, em geral, permitem a pesquisa sem a necessidade do deslocamento físico ao local. (3) Com os preços coletados, totalize o valor da compra em cada estabelecimento. (4) Identifique a seguir, para cada item, onde é mais barato comprar e some o valor total da compra quando distribuída entre os três locais. (5) Verifique se a economia feita compensa o trabalho ainda a ser feito nos próximos itens. (6) Caso compense, monte três novas listas (uma para cada estabelecimento) que deverão conter apenas os produtos mais baratos encontrados no item (4). (7) Para cada produto, liste as quantidades que cada um de vocês irá comprar. (8) Hora das compras: cada um irá a um supermercado com a respectiva lista para adquirir os produtos. (9) Reúnam-se novamente, dividam os produtos e acertem as diferenças financeiras. (10) Confraternizem!

Um grande abraço e até a próxima semana!

Postado por Inteligência Financeira

Casais Financeiramente Educados

26.02.2025 às 12:00

Rumo à independência financeira, de nada adiantará o casal ter os três quesitos do artigo passado (paciência, força de vontade e imaginação), se faltar o principal combustível de seu projeto: dinheiro! Sim, será preciso fazer sobrar dinheiro a cada mês para que consigam chegar lá! E não consigo ver nenhuma outra forma que não passe: (1) pelo aumento de sua renda; (2) pela diminuição de sua despesa ou (3) pela combinação dos dois itens anteriores.

Salvo nas situações em que somente um trabalhe (neste caso vale a pena avaliar se o ganho extra para trabalhar fora não irá acarretar despesas maiores do que a renda gerada, o que por exemplo poderia ocorrer se houvesse a necessidade da contratação de ajudantes para cuidar das crianças), aumentar a renda nem sempre é simples, pois depende de decisões fora do controle do casal (por exemplo, o aumento do salário pode depender de uma promoção para o caso de um empregado, ou ainda, no aumento do número de clientes para profissionais liberais); assim, concluo que criar a sobra a partir da diminuição das despesas tem maiores chances de sucesso. Falemos sobre isso!

Anotem em um papel todos os gastos dos últimos dois meses, sem se esquecerem de nada, incluindo aí juros, taxas bancárias, impostos, etc. Classifiquem estes gastos em: (1) Financeiros: os que vocês pagam aos bancos, cartões, etc.; (2) Desperdícios: os que vocês podem eliminar sem sentir falta (por exemplo: o clube que não frequentam ou a revista que não leem); (3) Supérfluos: os associados a pequenos prazeres, mas que, diante de um objetivo maior (sua poupança), poderão ser eliminados (por exemplo: o cafezinho, o cigarro); (4) Essenciais: aqueles sem os quais vocês não vivem: aluguel, luz, gás, telefone, a escola das crianças, o plano de saúde, o lazer.

Um plano de poupança bem sucedido, deve eliminar os gastos pela ordem acima: cortem primeiro os financeiros, depois os desperdícios e supérfluos e, somente em último caso os essenciais.

E o que aconselhar àqueles que, afogados em dívidas, não conseguem sequer chegar ao estágio de cortar alguma despesa: por exemplo, os casais cuja renda esteja toda comprometida no pagamento dos juros de cheques especiais e de cartões de crédito? Bem, é um caso mais complicado pois a dívida só faz crescer, já que seus ganhos apenas cobrem gastos financeiros, obrigando-os assim a novas dívidas para cobrirem os demais gastos.

Bem, se este é o caso de vocês, não se desesperem: há soluções (todas dolorosas, não vou mentir) mas que poderão livrá-los deste martírio. E, saindo desta, no mínimo vocês terão conseguido superar um tremendo obstáculo, fortalecendo sua relação (calma, não vamos discutir a relação!) Anotem:

(1) Eliminem já os cartões; (2) Revisem os saldos das atuais dívidas, renegociando junto aos credores uma redução dos valores (acreditem nisso porque bancos e administradoras preferem recompor dívidas do que acioná-los judicialmente); (3) Recalculados os valores, tentem transformá-los em prestações fixas, que caibam no orçamento, através de empréstimos pessoais na própria rede bancária, usualmente oferecidos a taxas mais civilizadas; (4) Pensem na possibilidade da venda de algum bem (um carro, por exemplo); (5) Não entrem em novas dívidas, segurando o consumo nesta fase crítica; (6) Adiem toda e qualquer compra que puderem: lembrem-se que sua prioridade é eliminar sua dívida!  

Um grande abraço e até a próxima semana!

Postado por Inteligência Financeira

Projeto Conjunto

17.02.2025 às 10:40


Penso que o maior objetivo financeiro que um casal possa atingir seja o da independência financeira, onde, mesmo optando por não parar de trabalhar, suas despesas fiquem inteiramente cobertas pelo rendimento obtido pela aplicação de suas economias. É a ideia de fazer o dinheiro trabalhar pelo casal, e não o casal trabalhar pelo dinheiro. Chegar a este estágio não é impossível, mas irá exigir planejamento e disciplina.

Para exemplificar, suponha que João e Maria tenham uma despesa mensal de R$8.000. Um fundo de baixo risco (referenciado DI), com um histórico de rentabilidade em torno de 104% do CDI, rendeu 25,95% nos últimos 24 meses, (encerrados em 13/02/2025), taxa que cai para 22,06% após o desconto dos impostos (alíquota de 15%), e correspondente a 12,71% em termos reais, isto é, além da inflação quando medida pelo IPCA (8,29% acumulados no período), equivalente a 0,50% ao mês. Admitindo que esta taxa se mantenha neste patamar, o casal precisaria ter R$ 1.600.000 aplicados para atingir sua independência financeira (encontre este valor dividindo 8.000 por 0,005).

Quanto tempo João e Maria irão precisar para atingir esta meta, irá depender de sua capacidade de poupança, de quanto já têm hoje guardado e da rentabilidade média que irão obter em suas aplicações daqui em diante. Por exemplo, partindo do zero e aplicando a 0,50%am, precisarão guardar R$1.593 mensais por 30 anos ou R$3.463 por 20 anos para chegarem lá, valores que cairão para R$394 e R$2.030 se partirem de R$200.000 já acumulados. Por outro lado, se conseguirem aplicar a 0,70% ao mês (neste caso incorrendo em um pouco mais de risco) e admitindo começarem do zero, precisarão guardar R$989 mensais por 30 anos ou R$2.584 por 20 anos.

Lições importantes (e simples!): (1) quanto maior for a economia mensal, mais rápido se atinge o objetivo: o sacrifício de hoje é o conforto de amanhã; (2) quanto maior a rentabilidade, menor é o sacrifício mensal: pesquisar produtos financeiros e correr riscos tem o seu valor; (3) quanto maior a atual poupança, também menor é o sacrifício mensal: vender um bem supérfluo (por exemplo um segundo carro) também tem o seu valor.

Lógico que tudo fica muito bonito quando colocamos no papel, nosso fiel amigo que sempre aceita tudo. Mas, e na prática, quais as dicas para conseguirmos transformar o planejamento em realidade?  Aqui vão elas...

(1) Paciência: Supondo que a estratégia escolhida tenha sido poupar R$1.593 mensais a 0,50% ao mês, por 30 anos, após o primeiro ano nesta tarefa, terão acumulado R$19.648, R$19.114 referentes às parcelas que depositaram e apenas R$534 de juros (2,72% do total guardado). Parece pouco, mas, se forem pacientes, esta situação irá se alterar: em 10 anos terão acumulado R$261.028, dos quais R$69.891 (ou 26,78% do total)  gerados pelos juros. Finalmente, se perseguirem este objetivo, em aproximadamente 21 anos (na realidade 253 meses), a situação irá se reverter, e os juros recebidos superarão os valores depositados mensalmente. Ou seja, o dinheiro passará a trabalhar para a dupla, que tal?

(2) Força de Vontade: várias tentações surgirão ao longo do caminho: carro e roupas novas, viagens, e muitos outros sonhos, nem sempre prioritários. E, à medida que o saldo de suas aplicações crescer, maiores serão estes apelos... Tendo força de vontade, conseguirão se manter fiéis ao seu plano, deixando para estes excessos apenas o que sobrar além de suas economias mensais.

(3) Imaginação: enquanto não atingirem sua meta, por que não utilizá-la quando o assunto for dinheiro? Para o lazer por exemplo, ir à praia, ou ler um livro, sairá bem mais em conta do que almoçar fora, não é mesmo?

Um grande abraço e até a próxima semana!

Postado por Inteligência Financeira

Discutindo a Relação

10.02.2025 às 09:00

Convivo diariamente com histórias de casais que, apesar de aparentarem harmonia e amadurecimento nos principais aspectos da vida a dois, vivem uma permanente batalha quando o assunto é dinheiro. Parece-me também que o problema afeta os mais variados grupos de casais: com ou sem filhos, ambos ou apenas um empregado, alta ou baixa renda, etc. O fato de a questão não ser privilégio de nenhuma classe específica, me fez pensar sobre o assunto, tema deste e de artigo futuro.

Algumas reflexões iniciais: (1) Se você e seu parceiro(a) já compartilham o mesmo teto, cama e mesa, se discutem sobre o que fazer nas férias e fins de semana, se conversam sobre a educação e escola dos filhos, por que então não compartilhar também as finanças? É hora portanto, de acabar com aquela história de um ficar escondendo do outro quanto ganha ou quanto gasta!

(2) Porque, mesmo com a mulher ocupando um espaço cada vez maior no mercado de trabalho, a maioria dos casais ainda insiste em manter o padrão histórico do marido-provedor e da mulher-dona-de-casa? Acho que já é hora de mudarmos isso também, não é mesmo? Até porque já tem muita mulher ganhando mais do que o marido!

(3) Porque as decisões financeiras sobre quanto, onde e quando investir ficam, na maioria das vezes, na mão dos maridos? Quem foi que disse que as mulheres não têm capacidade financeira? Tenho um monte de alunas cursando Finanças e, afirmo: não ficam a dever a nenhum dos alunos da sala!

Na minha percepção, “estar casado” corresponde a buscar harmonia, compartilhamento e união, objetivos que podem ser estendidos às finanças do casal (noves fora o excelente conteúdo para quem gosta de “discutir a relação”).

Compartilhar neste caso significará administrarem a renda do casal de forma conjunta, não apenas nas questões mais simples e de curto prazo como as compras do mês ou o uso dos cartões de crédito, mas também nas questões mais complexas e de longo prazo, como as metas para a aposentadoria ou quais investimentos fazer. Harmonizar neste caso significará serem capazes de ouvir e dialogar sobre os temas financeiros mais polêmicos como por exemplo investir em ações. Unir neste caso significará reconhecer (e valorizar!) quais qualidades e capacidades cada um tem de melhor... por exemplo, esposas usualmente administram melhor as despesas da casa, enquanto maridos usualmente lidam melhor com o risco em aplicações financeiras.

Bem, falar (ou melhor, escrever!) é fácil, mas infelizmente não é o que vejo acontecer: há casais em que cada um faz a sua própria administração (perdendo-se assim eficiência, organização e tempo, já que muitas tarefas são feitas em duplicidade), casais em que um entrega ao outro o dinheiro para administrar (o que, nos casos de dificuldades financeiras, poderá ser o motivo de uma separação, com o tomador de decisão sendo declarado culpado), casais em que um (geralmente o que ganha mais) exerce o total controle sobre as finanças, deixando o outro totalmente de lado no processo. Percebo que nestes casais falta o diálogo financeiro... Que pena!

Um grande abraço e até a próxima semana!

Postado por Inteligência Financeira

Missão Impossível

03.02.2025 às 16:40


A notícia das últimas semanas que me chamou a atenção foi o aumento das taxas de juros para os financiamentos imobiliários; associada à diminuição de recursos para este tipo de operação, não tenho dúvidas, meu caro leitor, minha cara leitora, que a compra de um imóvel em prestações tornou-se missão impossível... e não adianta chamar o famoso ator da série para tentar resolver o problema, que dureza!

Pesquisando nos sites dos bancos que oferecem este tipo de financiamento, descobri que cobram em média 1,00% ao mês além da variação da TR. Pode-se financiar pelo sistema PRICE (prestações constantes) ou pelo sistema SAC (prestações fixas) e em prazos que variam, podendo chegar até os 420 meses, o que equivale a 35 anos.

Simulemos então um financiamento de R$1.000.000 a ser pago em 240 meses (20 anos). Pelo sistema PRICE, o valor das prestações será de R$11.010,86, que permanecerá neste patamar durante todo o prazo do financiamento (anualmente sofrem uma pequena correção pela TR, que historicamente tem ficado abaixo de 2% ao ano). Pelo Sistema SAC, as prestações serão decrescentes, a primeira valendo R$14.166,67, a segunda R$14.125,00 e assim sucessivamente (caindo R$ 41,67 a cada mês) até a última parcela, que valerá R$ 4.208,33. Também no sistema SAC, os valores são corrigidos anualmente pela TR. É comum ainda a cobrança de seguro e, em alguns bancos, taxa de administração (não incluídos nos valores citados).

Bem, se você ainda não se assustou com os valores, veja isso: (1) os bancos costumam exigir que o mutuário não comprometa mais do que 30% de sua renda com a prestação, o que no PRICE equivalerá a R$ 36.702 e no SAC R$ 47.222; (2) liquidado o financiamento, o mutuário terá pago R$ 2.642.606 no PRICE (ou seja, R$ 1.642.606 de juros), contra R$ 2.205.000 no SAC (ou seja, R$1.205.000 de juros); (3) o saldo devedor cai mais rápido no SAC, mas não consigo enxergar o mutuário animado... após 60 meses (5 anos) pagando religiosamente suas prestações, os que optaram pelo PRICE terão pago R$ 660.651, mas o saldo devedor caso quisessem liquidar o financiamento seria de R$ 917.443; pelo SAC teriam pago R$ 776.250 e ainda precisariam de R$ 750.000 para liquidar o saldo devedor... não sei por qual razão, mas me veio à mente a musiquinha do filme!

Claro que é possível contornar esta situação, quer aumentando-se o valor da entrada e consequentemente diminuindo-se o valor a financiar (o que poderá tornar o sonho da casa própria mais distante para os que não tenham os recursos necessários para este acréscimo), quer aumentando-se o prazo do financiamento. Supondo o SAC em 420 meses, a primeira parcela será de R$ 12.381, com a consequente redução da renda mínima necessária, que passa a ser de R$ 41.269. Mas não se engane com tal estratégia, pois ela é apenas paliativa e esconde o total a ser pago de juros: em 420 meses, o mutuário terá pago R$ 3.105.000 em prestações o que corresponderá a R$ 2.105.000 de juros, que tal? Em resumo, não vejo saída para quem precise de financiamento para a compra de um imóvel. Triste notícia...

Um grande abraço e até a próxima semana!

Postado por Inteligência Financeira

Você e as Taxas (2)

27.01.2025 às 14:40

Leitores e leitoras que me acompanham, viram no artigo anterior as minhas dicas de como lidar com o IPTU, que em Maceió, pelas condições de pagamento, embutem uma taxa de 3,81% ao mês para o parcelamento do imposto oferecido pela prefeitura. A conclusão neste caso foi que, diante de uma taxa alta como esta, a maior vantagem seria aproveitar o desconto oferecido pela prefeitura e liquidar o IPTU à vista, pelo menos para aqueles que tivessem os recursos necessários para isto...

No artigo de hoje, faço o mesmo exercício para o IPVA. Sendo um imposto estadual, datas de vencimento, opções de parcelamento e descontos dados pelo pagamento à vista variam de estado para estado; em alguns casos os vencimentos estão bem próximos, em outros não. De qualquer forma, minha primeira recomendação para você, meu caro leitor, minha cara leitora, é que consulte o site de seu estado, onde as instruções e opções para pagamento estão todas disponíveis. E não deixe de pagar o imposto, evitando assim encrencas quase certas!

No caso específico de Alagoas, você poderá quitá-lo em seis parcelas mensais, mas, optando pela cota única (à vista, portanto!), receberá um desconto de 5% sobre a soma das seis parcelas, conforme pesquisa feita no site da Secretaria de Estado de Fazenda de Alagoas (veja o link ao final do artigo. Fica então a pergunta: vale a pena aceitar o desconto oferecido pelo Estado? Analisemos...

O prazo para pagamento da cota única com desconto é 31/01/2025, mas chamou-me a atenção para as condições de parcelamento, que variam de acordo com o final da placa. Por exemplo, para os finais 1 e 2, a primeira parcela vence em 28/02/2025 (as restantes ao final de cada mês subsequente), para os finais 3 e 4, a primeira vence em 31/03/2025 (as restantes ao final de cada mês subsequente) e assim sucessivamente, até os finais 9 e 0, quando a primeira vence em 30/06/2025.

Considerando que o prazo para pagamento em cota única é idêntico para todos os finais, a consequência deste escalonamento é que as taxas cobradas pelo Estado para financiar o imposto variam em função do final da placa... Pode isso, Arnaldo? Colocando em números: os proprietários de veículos com placas 1 e 2, pagarão 1,49% ao mês pelo financiamento, os com final 3 e 4, 1,15% ao mês, os com final 5 e 6, 0,94% ao mês, os com final 7 e 8, 0,79% ao mês e os com final 9 e 0, 0,69% ao mês...

Tomando como base a taxa média mensal praticada pelos bancos nas aplicações de renda fixa (hoje em torno de 1,0% ao mês), e usando a metodologia vista no artigo anterior, tecnicamente, aqueles que possuam os recursos para o pagamento do imposto à vista, deveriam optar pelo parcelamento apenas nos casos em que a taxa embutida no parcelamento pelo Estado fosse menor que a taxa de suas aplicações, o que em Alagoas corresponde aos proprietários de veículos de final 5 em diante (por exemplo, para os proprietários de veículos de final 0, tomariam emprestado do Estado a 0,69% ao mês para aplicar a 1,00% ao mês). Para os demais casos, o mais adequado seria a quitação do imposto à vista.

Mas em termos práticos, será que as vantagens em aplicar o valor das parcelas do imposto para os proprietários com finais 5 em diante são tão relevantes assim? Vejamos: para um IPVA cuja soma das parcelas seja de R$ 6.000 (o que corresponde a um veículo com valor de R$ 150.000), para os que tenham veículos de final 5 e 6, pagar o imposto à vista e aplicar as parcelas a cada mês, trará um ganho financeiro de R$ 20,27 (em relação aos que prefiram aplicar o valor do imposto incluído o desconto e optem pelo parcelamento), ganhos que aumentam para R$ 81,99 (final 7 e 8) e R$ 144,33 (final 9 e 0).

Conclusão: Dado que o financiamento do IPVA em Alagoas não custa tão caro assim, talvez seja conveniente declinar do desconto oferecido, aproveitar o parcelamento e guardar os recursos que seriam direcionados ao pagamento à vista para liquidar outros compromissos à vista ou mesmo reduzir dívidas que cresçam a cada mês. Não se esquecer que ainda vão aparecer: matrícula e materiais escolares, férias e o IPTU da semana passada... todo planejamento é pouco!  

Um grande abraço e até a próxima semana!

https://www.sefaz.al.gov.br/noticias/item/3720-ipva-2025-sefaz-divulga-calendario-de-pagamento-do-imposto-em-alagoas

Postado por Inteligência Financeira

Você e as taxas

20.01.2025 às 11:20


Muito se fala, se escreve, se discute, e até se briga, quando o assunto é taxa de juros; mas será que você, meu querido leitor, minha querida leitora, é capaz de utilizar esta informação para tomar melhores decisões financeiras? Se o assunto lhe interessa, acompanhe meu raciocínio, onde o exemplo prático que irei conduzir se refere ao IPTU, imposto municipal, cujos carnês na grande maioria das prefeituras pelo Brasil afora chega neste mês.

No caso das despesas em geral, sejam elas o pagamento de impostos ou a compra de produtos ou serviços, o primeiro passo é identificar se existe ou não a cobrança de juros. Em alguns casos esta cobrança vem explícita, isto é, o vendedor informa que para o pagamento a prazo, haverá acréscimo de juros. Entretanto nem sempre isso ocorre, sendo o mais comum os juros virem disfarçados, em ofertas do tipo “6 vezes sem juros”, mas que o olho mais treinado percebe o disfarce ao descobrir que, à vista, haverá desconto. A primeira regra básica, portanto, é: haverá cobrança de juros quando os preços à vista e a prazo forem diferentes.

O próximo passo será descobrir a taxa cobrada; recomendo que seja calculada em bases mensais, conforme indicado ao final do artigo por meio do site do Banco Central do Brasil. A segunda regra básica é comparar a taxa calculada com outros taxas praticadas no mercado.

Vejamos então um exemplo prático, adaptado ao caso específico de Maceió: pesquisando no site da prefeitura, descobri que você poderá quitar o IPTU em 10 parcelas mensais, mas, optando pela cota única (à vista, portanto!), receberá um desconto de 15% sobre a soma das 10 parcelas. Supondo que cada parcela seja de R$ 100, o valor parcelado será de R$ 1.000, e o valor à vista de R$ 850. Pela primeira regra constatamos que a prefeitura está cobrando R$ 150 de juros pelo parcelamento.

Fazendo os cálculos (confira no final do artigo!), concluo que a taxa cobrada é de 3,81% ao mês. Pela segunda regra, será este o valor para comparar com as oportunidades oferecidas no mercado. Há duas situações distintas, para as quais criarei mais duas regrinhas:

(1) Você tem o dinheiro para a cota única: terceira regra básica: opte pelo parcelamento caso consiga aplicar o valor à vista a taxas superiores à taxa cobrada. Em nosso exemplo, isto seria válido se você encontrasse aplicações financeiras que remunerassem acima dos 3,81% ao mês, o que na atual conjuntura do mercado acho impossível encontrar... a renda fixa tem remunerado a taxas de aproximadamente 1% ao mês, logo não faz sentido você aceitar o empréstimo da prefeitura a 3,81% mensais para deixar aplicado a 1%, não é mesmo? Conclusão: aproveite o desconto e liquide o imposto por cota única.

(2) Você não tem o dinheiro para a cota única: quarta regra básica: opte pelo parcelamento caso não consiga encontrar financiamentos a taxas inferiores à taxa cobrada pela prefeitura. Pesquisando no site do Banco Central do Brasil (Estatísticas, Taxas de Juros), constatei que nos empréstimos consignados, as taxas para empréstimo são bem mais atrativas do que as cobradas pela prefeitura. Por exemplo, para o funcionalismo público, o Banco do Brasil cobra 1,87% ao mês, bem mais em conta que os 3,81% da prefeitura. Conclusão: tome R$ 850 emprestados do banco e pague o IPTU à vista. A esta taxa, as parcelas do consignado nas mesmas condições e prazos estipulados pela prefeitura seriam de R$ 92,26.

À primeira vista, pode parecer que as decisões para o caso de Maceió sejam idênticas nos casos das demais prefeituras... Cuidado, pois quase nunca as simplificações são companheiras das boas decisões! Em São Paulo, por exemplo, a prefeitura dá um desconto de 3% pelo pagamento do imposto à vista ou parcela em até 10 vezes. Fazendo as contas, chegamos à taxa de 0,68% mensais, o que nos permite concluir, que pelo menos lá, a melhor decisão é utilizar o parcelamento da prefeitura, tendo ou não os recursos para a quitação do imposto em cota única.

Um grande abraço e até a próxima semana!

Observação: As simulações feitas neste artigo podem ser refeitas por meio da Calculadora do Cidadão, útil aplicativo disponível no site do Banco Central (https://www.bcb.gov.br/meubc/calculadoradocidadao). Para calcular a taxa de juros de sua prefeitura use a opção “Financiamento com prestações fixas”: como geralmente a primeira cota e a cota única vencem na mesma data, o “Número de meses” deverá ser a quantidade de parcelas diminuída de um (em Maceió ou São Paulo usei 9), o “Valor da prestação” será o valor da parcela do IPTU (usei R$ 100) e o “Valor financiado”, o valor à vista do imposto subtraído da primeira parcela (em Maceió usei R$ 750, em São Paulo R$ 870). Deixando o campo “Taxa de juros mensal” em branco, pressione “Calcular” para obter a taxa. 

Postado por Inteligência Financeira

Pequenos hábitos, grandes sonhos

13.01.2025 às 09:20

Nas minhas palestras, entrevistas ou assessoria sobre finanças pessoais, é sempre muito comum ouvir de meus interlocutores que planejar é fácil pois o papel aceita tudo, mas na vida real é quase impossível fazer sobrar algum ao final de cada mês. Concordo em parte. Realmente, fazer projetos é sempre muito mais fácil do que executá-los, mas daí a achar que é impossível gerar uma sobra mensal, vai uma longa distância. Minha experiência profissional mostra que praticamente todo mundo tem alguma gordura a cortar e que não necessariamente esta gordura significa diminuição efetiva no padrão de vida... Ainda que, reconheço, seja mais fácil eliminar o “sobrepeso orçamentário” daqueles com maior renda.

Bem, meu querido leitor, minha querida leitora, não sei exatamente qual o seu caso, mas se seu desejo é garantir uma folga no orçamento mensal para, a partir desta sobra, você conseguir alçar voos maiores, eu não tenho dúvidas: comece a observar seus gastos que, apesar de reduzidos, sejam rotineiros e, quem sabe, dispensáveis. É, não pense que eu surtei: eliminar um hábito diário – fumar, por exemplo – ao final do mês pode gerar a mesma sobra do que deixar de comprar roupas, eletrodomésticos ou outros itens, já pensou nisso? Pois eu já, e foi com isso em mente que optei pelo tema do artigo de hoje.

Vejamos alguns exemplos, onde obtive os preços dos produtos em rápida pesquisa na Internet: (a) Comecemos pelo cigarro, que citei acima: ao custo de R$ 10, quem fuma um maço por dia, gasta R$ 300 mensais ou R$ 3.600 anuais, mais que suficiente para se adquirir um notebook de excelente marca. (b) Fumante geralmente gosta de um bom expresso, não é mesmo? Ao preço médio de R$ 8 por xícara, há quem tome pelo menos três por dia: no meio da manhã, após o almoço, no meio da tarde. Reduzir o consumo para dois diários equivalerá a uma economia de R$ 240 mensais ou R$ 2.880 anuais, quantia ainda suficiente para se adquirir o notebook ou, mudando de produto, seis calças jeans em lojas badaladas, que tal? (c) Refrigerantes, balinhas, salgadinhos e outros pequenos prazeres também se enquadram nesta situação: preços unitários reduzidos, mas que viram uma montanha de dinheiro quando repetidos.

Além do que se ingere, vale olhar também o consumo de informação, tão essencial para quem quer se sobressair no mercado de trabalho. Será que você usa tudo aquilo que paga? Vejamos mais dois exemplos: (d) Hoje faço a assinatura de dois jornais diários lidos religiosamente... Todos os dias! Mas nem sempre foi assim; por questões de tempo, já houve épocas em que uma das assinaturas se empilhava no corredor de minha casa, para desgosto da esposa e das crianças. Fazendo as contas, a preços de hoje equivaleria a mais R$ 4 diários, R$ 120 mensais ou R$ 1.440 anuais, suficientes para adquirir uma máquina de lavar ou outros eletrodomésticos necessários ao dia a dia.  (e) Coleções também são itens para os quais você deve abrir o olho. Nos primeiros exemplares tudo é festa, mas conforme o tempo avança, periga sequer serem retirados do celofane, caracterizando-se, portanto, como puro desperdício, agravados pelo fato de que, apesar de baratas, serem recursivas. Já cometi várias vezes este erro e, limitando-me a apenas um caso, cito uma que fiz de livros semanais por R$ 18 cada, e que ao todo me custou (a coleção completa) R$ 900. Dos 50 exemplares consegui ler apenas 17, ainda que tenha feito a promessa de ler os 33 restantes no futuro.

Claro que a decisão de cortar este ou aquele gasto é inteiramente pessoal e ninguém – nem eu tampouco! – me aventuraria a me meter em assunto tão espinhoso, cada um que cuide do seu, ora, ora! Mas, tudo na vida depende das escolhas que fazemos e, como mostrei neste artigo, se seu orçamento tem limites (o meu tem!), fica difícil fazer tudo aquilo que se deseja. Subestimar pequenos gastos repetitivos pode ser uma saída para esticar mais o seu salário, concorda?

Bem, e se você ainda tem alguma dúvida, veja mais essa: pegando o exemplo do cafezinho, imagine se, ao invés de usar a economia feita comprando coisas, você se dispusesse a aplicá-la mensalmente em um fundo que rendesse 100% do CDI (O CDI nos últimos 12 meses acumulou 10,83%, o que diante de uma inflação de 4,83% - quando medida pelo IPCA – corresponde a uma taxa real de juros de 5,72%, aproximadamente)...  Tomando por base apenas a taxa real de juros (além da inflação), após um ano, suas aplicações mensais de R$ 240 teriam acumulado R$ 2.954 ao invés dos R$ 2.880 que citei, valor que sobe para R$ 222.317 após 30 anos, e isso tudo com o poder de compra de hoje, pois a taxa utilizada nas contas é “além da inflação”. Dinheiro suficiente para comprar um carrão, e tudo isso a partir do cafezinho extra! Não é fantástico?

Até a próxima semana e um grande abraço!

Postado por Inteligência Financeira

Votos para 2025

06.01.2025 às 11:34


Ano novo, vida nova! Muitas resoluções e esperanças no ar, mas de concreto mesmo, o que vi até agora, foram bonitas queimas de fogos nas praias, Brasil afora. E vale registrar: pelo que pude constatar, tudo funcionou muito bem, sem acidentes ou violência, pessoas felizes se confraternizando. Sinal de que quando se quer, se chega lá: parabéns aos organizadores das festas! 

Espero que vocês, meus queridos leitores, minhas queridas leitoras, também tenham comemorado satisfeitos a entrada do ano, e que esta não seja a única comemoração a fazer ao longo de 2025, pois pelo que li, as opiniões de analistas e gestores oscilam entre otimistas – recomendando cautela – e as pessimistas – alegando que o ano já começa perdido, em função dos grandes desafios que nos esperam: déficit público e inflação em alta – o que alimenta a ciranda dos juros altos – dólar nas alturas – o que encarece produtos importados ou que tenham componentes importados ou ainda, que tenham seus preços definidos nos mercados internacionais – petróleo, por exemplo... E a tudo isso, somemos as incertezas vindas do exterior: crescimento modesto da China, aumento do protecionismo de nações desenvolvidas, para ficarmos nos assuntos que mais têm saído na imprensa.

Pelo exposto, entendo que 2025 será um ano de redobrada atenção quanto aos investimentos, e seguem os meus votos, úteis, acredito, em qualquer cenário!

1 Eficiência: sob o ponto de vista financeiro, quando duas ou mais aplicações apresentam o mesmo nível de risco, a aplicação eficiente será aquela que render mais ou, alternativamente, quando duas ou mais aplicações apresentam o mesmo nível de risco, a eficiente será aquela com o menor risco. Opte sempre pelas aplicações eficientes! No caso dos investimentos em renda fixa ou DI, por exemplo, a opção Tesouro Direto, na maioria dos casos, é mais eficiente do que fundos de investimento que cobrem taxas de administração elevadas;

2 Paciência: exceto nos casos de heranças, prêmios ou golpes (em casamentos, fraudes ou outros), juntar patrimônio demora, e requer um trabalho persistente de poupança, que no longo prazo costuma trazer excelentes resultados. Por exemplo, com uma taxa real de juros (já expurgada do efeito da inflação) de quase 8% ao ano (vide títulos públicos com correção pelo IPCA), seu capital investido hoje dobrará a cada 10 anos, que tal?

3 Equilíbrio: excesso de otimismo faz com que não enxerguemos avisos óbvios, tornando-nos vulneráveis ao desastre. Por outro lado, excesso de pessimismo – ou conservadorismo – talvez nos deixe de fora de boas oportunidades. O melhor caminho será sempre o equilíbrio nos investimentos, isto é, a boa e tradicional diversificação.

4 Humildade: em mercados de risco, pouquíssimos conseguem, no longo prazo, obter resultados consistentemente superiores à sua média. Assim, ao invés de gastar seu tempo bolando estratégias únicas de ganho, seja mais humilde: estude-o, colecione informações, aprenda técnicas de como operar. E, caso sobre alguma energia para contar vantagens, conte-nos, mas somente após ter realizado seus lucros!

Um grande abraço e até a próxima semana!

Postado por Inteligência Financeira

Essa medalha é minha!

30.12.2024 às 11:40


Terminados os festejos natalinos, noto com certa relutância que o ponteiro da balança insiste em se posicionar à direita de onde estava semana passada. Também pudera, pois pelo menos no meu caso, as comemorações não se limitaram apenas àquelas junto à família, pois houve outros inúmeros eventos. E quanto a você, meu querido leitor, minha querida leitora, como passou o seu Natal? Já encarou uma corrida hoje ou os quilinhos extras ganhos nesta semana de festejos serão perdidos mesmo é na academia?

Pois é, como moro em uma cidade litorânea, não me canso de observar a quantidade de pessoas se exercitando nos calçadões, jogando futevôlei ou dando umas braçadas mar adentro... O que me faz refletir sobre a perseverança de todos aqueles que conseguem fazer disso um saudável hábito diário. Pode ser até que minha amostragem esteja equivocada, mas a sensação que tenho ao observar esta verdadeira academia a céu aberto é a de que todo mundo malha!

O que me leva a uma segunda reflexão: será que tratamos da saúde do bolso com o mesmo empenho com que tratamos a saúde do corpo? Noto que avançamos muito neste sentido, o assunto educação financeira ficando cada vez mais presente nas conversas, na mídia e nas publicações em geral. Mas ainda vejo muitos se enrolando, botando os pés pelas mãos, e gastando além da própria capacidade de pagamento, deixando contas em atraso, não honrando seus compromissos financeiros e desta forma, ficando sujeitos a restrições ao crédito, importante ferramenta que poderia ajudá-los na realização de projetos de longo prazo, tais como a compra da casa própria, a troca do automóvel ou a viagem dos sonhos, dentre tantos outros.

Como fazer para evitar tal enrascada é o tema do artigo de hoje, pois torço para que mais e mais pessoas consigam seguir um saudável 2025, física e financeiramente falando! Entendo que planejar despesas sempre sairá mais barato do que ficar à espera das contas que chegam, nem sempre no momento adequado. Arrisco mesmo a dizer que o primeiro sintoma de que algo não vai bem é quando o pagamento de uma conta essencial – a de luz, por exemplo, para evitar o corte! – possa empurrá-lo para uma possível inadimplência, na luz ou em outra conta qualquer.

Assim, para operacionalizar o planejamento, não vejo melhor forma do que estabelecer metas a atingir ao longo do ano: com tal motivação em um horizonte próximo fica mais fácil fazer a radiografia de suas próprias contas para saber o que pode ser melhorado, concorda? Voltando ao paralelo que tracei com a saúde do corpo, você acha que os que hoje conseguem terminar uma maratona, não traçaram suas próprias metas e se planejaram para chegar lá?

Minha sugestão é que você fixe uma meta de poupança para 2025 a ser conseguida por meio da combinação do aumento de suas receitas com a diminuição de seus gastos. Será a partir desta poupança que você conseguirá honrar suas dívidas e financiamentos, aumentar seu patrimônio adquirindo ativos que gerem receitas adicionais para você (um imóvel a ser alugado ou um produto financeiro que lhe renda juros, por exemplo), ou mesmo realizar um sonho de consumo mais caro, conforme citei em parágrafo anterior.

Mas atenção para que sua boa intenção não fique pelo meio do caminho! Mantendo a analogia com o corredor de maratona, trago algumas dicas: (1) Assim como um iniciante não deve fazer em seu primeiro treino 21km, você também não deve estabelecer metas irrealistas, ainda que desafiantes. Verificar o seu padrão de receitas e despesas no passado mais recente é um bom indicador, que irá ajudá-lo a por os pés no chão; (2) Assim como a rotina de um atleta envolve algum sacrifício daqueles que o acompanham (o fim de semana antes do treino pode ficar comprometido, por exemplo), a trajetória para o equilíbrio em seu orçamento precisará envolver aqueles que o cercam: família e amigos são importantes não apenas pelo apoio, mas por participarem na redução de gastos (família), ou por compreenderem que você nem sempre poderá acompanhá-los em toda a programação (amigos); (3) Assim como o corredor tem os seus pontos de verificação a cada período – conseguir correr 5km em até 12 semanas, 10km nas 12 semanas seguintes – você também deverá criar seus pontos de verificação em bases regulares: a cada trimestre, por exemplo, você deverá ter atingido mais 25% de seu objetivo total; (4) Assim como o corredor é obrigado a rever sua estratégia de treinos por conta de uma semana extenuante no trabalho ou de uma contusão, você precisará ser flexível para reprogramar suas metas diante de surpresas, como o reparo na casa não programado ou a cota extra do material escolar não prevista, por exemplo. O que não o impede de compensá-las nos períodos seguintes, não é mesmo? (5) E para finalizar, aproveite um fim de semana e vá assistir com a família a uma dessas corridas de rua, tão populares nos últimos tempos. Tenho certeza de que se você vier a se posicionar na reta de chegada, verá muita comemoração...  Pois essa é a dica: em sua corrida financeira pessoal não deixe de comemorar todas as vezes que perceber ter chegado lá: imagine que a medalha de final de prova é sua, que tal?

Um grande abraço e até o próximo ano!

Postado por Inteligência Financeira


Inteligência Financeira por Roberto Zentgraf

Graduado em Engenharia Civil (UFRJ), teve experiência profissional construída marcadamente na área financeira, iniciada na Controladoria do Grupo Exxon Foi professor no Grupo Ibmec lecionando disciplinas da área financeira (Matemática Financeira, Estatística, Finanças Corporativas, Gestão de Portfolios, dentre outras)

Paralelamente a estas atribuições, passou a assinar uma coluna semanal sobre Finanças Pessoais no jornal O Globo, tendo a oportunidade de esclarecer as principais dúvidas dos leitores sobre orçamento pessoal, dívidas, aposentadoria, financiamento imobiliário e investimentos. O sucesso atingido pela coluna proporcionou inúmeras participações em palestras, comentários na mídia escrita e televisiva, além da publicação de outros sete livros tratando o tema.

Após obter a certificação de planejador financeiro (CFP® Certified Financial Planner) associou-se à BR Advisors, grupo especializado em soluções financeiras.


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