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Colombina e sua dívida

05.02.2024 às 11:20


Colombina é uma foliã que, após dois anos de desequilíbrio entre o que ganha e o que gasta – algo próximo dos R$ 1.000 mensais – resolveu contrariar a música, decidindo não mais dançar o iê iê iê. Também pudera: como citei no meu artigo da semana passada, após quatro renegociações do saldo vermelho de seu cheque especial, ela tem hoje uma dívida de R$ 50.115, dos quais apenas R$ 24 mil foram usados em suas despesas. E o problema perdura... Como resolver?

Vocês, meus queridos leitores, minhas queridas leitoras, sempre atentos, já devem ter percebido que nossa amiga tem, na realidade, dois problemas distintos para resolver: (1) a dívida hoje acumulada: como pagar? (2) o desequilíbrio em suas contas: como se reequilibrar? Apesar de distintos, engana-se quem achar que os problemas possam ser resolvidos separadamente, já que um realimenta o outro e vice-versa.

Arriscaria mesmo a dizer ter sido este o erro da foliã há alguns carnavais passados. Ao detectar suas encrencas financeiras quando estas ainda tinham dimensões razoáveis (no oitavo mês após o início do desequilíbrio, sua dívida total era de apenas R$ 11.205, no cheque), Colombina acreditou que seria possível tratar apenas dos sintomas (a febre da dívida) sem contudo ir a fundo nas causas da sua infecção (gastar mais do que ganha).

Assim, se por um lado a sua decisão de transformar o saldo devedor do cheque em um empréstimo de 36 parcelas fixas de R$ 592 foi correta – os juros do empréstimo são menores do que os cobrados no especial –, por outro revelou-se incompleta pois, ao não alterar seu padrão de ganhos-e-gastos, acabou por aumentar seu desequilíbrio para R$ 1.592 mensais. Resultado: o prazo original de oito meses que Colombina levou até precisar renegociar o saldo devedor do seu cheque pela primeira vez reduziu-se para seis meses até necessitar uma segunda renegociação e para cinco meses, nas renegociações seguintes (ao todo quatro), lembram?

Para tudo há uma solução, e isso não é diferente para o caso que aqui relato, baseado em personagem real que assessorei. Por incrível que pareça, a parte mais fácil da resolução é fazer contas, planejar cenários. O difícil mesmo é convencer Colombinas – e Pierrots – a tomarem uma atitude. Mas vejamos as soluções propostas!

Em casos assim, a primeira coisa a fazer é eliminar toda a atual dívida, tanto a do cheque especial quanto a dos carnês. No caso em questão isto significava liquidar os R$ 50.515, conforme proposta do banco. Para isso vale sacar saldos de aplicações financeiras, vender bens de consumo duráveis – o carro, a moto, o título do clube ou qualquer outro ativo que possa ser transformado em dinheiro. Colombina topou liquidar o saldo de sua Caderneta e trocar o carro caro por outro mais barato (e de segunda mão!), zerando assim um passado financeiro nefasto.

Reestruturada a atual dívida, passemos à parte mais difícil, o reequilíbrio orçamentário. Desde que a solução não envolva novos empréstimos, os que vivem situação similar precisarão eliminar os desajustes entre receitas e despesas. Ao longo dos seis meses que se seguiram à quitação de sua dívida junto ao banco, Colombina fez das tripas coração, cortando tudo o que podia para eliminar os R$1.000 de diferença entre seus ganhos e gastos: eliminou desperdícios e supérfluos, saiu menos, andou mais de ônibus, passou a ser mais firme em negar demandas crescentes dos filhos. Foi duro, eu sei, mas teria sido pior se tivesse optado por manter seu padrão de consumo inalterado, revivendo assim o que, após dois anos, levou-a a eliminar o saldo da Caderneta e trocar de carro... o que seria desta vez, vender seu imóvel?

Claro que viver desta forma não traz alegria a ninguém, e nossa personagem não é exceção. Para voltar a ter (ou até mesmo superar) o seu padrão de vida anterior, será necessário aumentar a sua renda, o que Colombina tem diligentemente procurado aceitando pequenos trabalhos temporários fora de seu expediente normal, que tal?

Um grande abraço, ótimo Carnaval e até a próxima semana!

Postado por Inteligência Financeira

Colombina onde vai você...?

Desatenção e comodidade fazem a festa dos bancos no feriadão

29.01.2024 às 07:20


Na marchinha de Carnaval, ela ia dançar o iê iê iê (como chamavam o rock brasileiro nos anos 60), e parece que ainda continua a dançar, talvez com outros ritmos. Alegria para a foliã, suponho! Alegria para bancos, tenho certeza, pois mesmo diante dos feriados bancários, cobrarão juros pelo uso do cheque especial daqueles que entrarem na farra com saldo negativo (de sexta antes do feriadão à quarta de cinzas, serão cinco dias de juros)! Quem mandou estarem desatentos?

Desatenção e comodidade fazem a festa. Há bancos cobrando até 11,11% mensais de juros pelo serviço (confira ranking completo ), o que transforma qualquer desequilíbrio temporário no orçamento em problema de proporções catastróficas. Simulo aqui um caso baseado em situação real que ajudei a resolver.

Nossa personagem, a Colombina, sempre foi equilibrada, mas nos últimos dois anos, veio apresentando déficits mensais em seu orçamento, já que ganha R$ 5 mil, mas gasta R$ 6 mil. Logo quando o problema surgiu, não prestou a devida atenção, até mesmo porque, julgava-o passageiro. Além disso, o longo relacionamento bancário lhe garantia um cheque especial, com juros de 8,5% ao mês. Nos cinco primeiros meses, ainda houve momentos em que sua conta apresentava saldo positivo, mas a partir do sexto não deu mais: ficava sempre no vermelho. Resultado: após dois anos nesta situação, nossa amiga deve hoje R$ 50.115 ao banco...

Mas – leitores e leitoras atentos vêm decerto me lembrar – Colombina não ficaria no vermelho por tanto tempo sem um acordo bancário. OK, acatando a sugestão, transformei o saldo negativo de R$ 11.205 (8º mês) em 36 mensais de R$ 592 (empréstimo a 4% ao mês). É o que aconteceu quando ela foi ao banco para renegociar sua dívida do cheque especial. Apesar de ter tomado uma atitude correta, trocando uma dívida cara (a 8,5% ao mês) por uma mais barata (a 4% ao mês), a foliã se esqueceu de um detalhe importante: por não mudar seu padrão de despesas, seus desembolsos mensais aumentaram, passando a ser de R$ 6.592, correspondentes aos R$ 6.000 de seus gastos usuais acrescidos da prestação do empréstimo bancário.

Com o persistente desequilíbrio entre suas receitas e seus desembolsos, ao final do 14º mês, sua conta corrente apresentava saldo negativo de R$ 12.488, levando-a a fazer uma nova renegociação com o banco. Nesta ocasião, além da conta corrente em vermelho, o saldo devedor de seu empréstimo era de R$ 10.247, e o prestativo gerente juntou os dois valores em um único novo empréstimo, no valor R$ 22.736 em 36 parcelas de R$ 1.202,45, calculadas à taxa de 4 % ao mês. Não é preciso ser um gênio da lâmpada (fantasiado ou não!) para perceber que, ao não atacar o desequilíbrio de suas contas, Colombina apenas empurrou o problema para a frente.

De fato, o processo descrito nos parágrafos anteriores se repetiu ao final do 19º e do 24º mês. Resultado: ao todo quatro renegociações e uma dívida total de R$ 50.115, dos quais apenas R$ 24 mil foram destinados para uso próprio em suas despesas.

Acerta quem acha que fui fantasioso (espírito carnavalesco, talvez!) ao contar a estória acima; a realidade é pior: para chegar ao seu último acordo, a Colombina de carne, osso e CPF, ainda foi obrigada a levar seguro e capitalização para casa. Convenhamos, assim não há iê iê iê que dê jeito, não é mesmo? Mas há soluções, acompanhem o próximo artigo!

Um grande abraço e até a próxima semana!

Postado por Inteligência Financeira

Poupando com o IPVA... será?

22.01.2024 às 07:20


Leitores e leitoras que me acompanham, viram no artigo anterior as minhas dicas de como lidar com o IPTU, que em Maceió, pelas condições de pagamento, embutem uma taxa de 3,81% ao mês para o parcelamento do imposto oferecido pela prefeitura. A conclusão neste caso foi que, diante de uma taxa alta como esta, a maior vantagem seria aproveitar o desconto oferecido pela prefeitura e liquidar o IPTU à vista, pelo menos para aqueles que tivessem os recursos necessários para isto... e para os mais disciplinados, aplicar periodicamente o valor das parcelas em algum instrumento de renda fixa.

No artigo de hoje, faço o mesmo exercício para o IPVA. Sendo um imposto estadual, datas de vencimento, opções de parcelamento e descontos dados pelo pagamento à vista variam de estado para estado; em alguns casos os vencimentos estão bem próximos, em outros não. De qualquer forma, minha primeira recomendação para você, meu caro leitor, minha cara leitora, é que consulte o site de seu estado, onde as instruções e opções para pagamento estão todas disponíveis. E não deixe de pagar o imposto, evitando assim encrencas quase certas!

No caso específico de Alagoas, você poderá quitá-lo em seis parcelas mensais, mas, optando pela cota única (à vista, portanto!), receberá um desconto de 5% sobre a soma das seis parcelas. Conforme pesquisa feita no site da Secretaria de Estado de Fazenda de Alagoas (veja o link ao final do artigo), é possível ainda obter descontos para os que participem do Programa Nota Fiscal Cidadã, o que entretanto não será abordado por aqui. Fica então a pergunta: vale a pena aceitar o desconto oferecido pelo Estado? Analisemos...

O prazo para pagamento da cota única com desconto é 31/01/2024, mas chamou-me a atenção para as condições de parcelamento, que variam de acordo com o final da placa. Por exemplo, para os finais 1 e 2, a primeira parcela vence em 28/02/2024 (as restantes ao final de cada mês subsequente), para os finais 3 e 4, a primeira vence em 28/03/2024 (as restantes ao final de cada mês subsequente) e assim sucessivamente, até os finais 9 e 0, quando a primeira vence em 28/06/2024.

Considerando que o prazo para pagamento em cota única é idêntico para todos os finais, a consequência deste escalonamento é que as taxas cobradas pelo Estado para financiar o imposto variam em função do final da placa... Pode isso, Arnaldo? Colocando em números: os proprietários de veículos com placas 1 e 2, pagarão 1,49% ao mês pelo financiamento, os com final 3 e 4, 1,15% ao mês, os com final 5 e 6, 0,94% ao mês, os com final 7 e 8, 0,79% ao mês e os com final 9 e 0, 0,69% ao mês...

Tomando como base a taxa média mensal praticada pelos bancos nas aplicações de renda fixa (hoje em torno de 0,8% ao mês), tecnicamente, aqueles que possuam os recursos para o pagamento do imposto à vista, deveriam optar pelo parcelamento apenas nos casos em que a taxa embutida no parcelamento pelo Estado fosse menor que a taxa de suas aplicações, o que em Alagoas corresponde aos proprietários de veículos de final 9 e 0 (desconsiderei os proprietários de veículos de final 7 e 8, cujo parcelamento a 0,79% ao mês, cobra de juros praticamente o mesmo valor que receberiam na aplicação financeira, a 0,8% ao mês). Para os demais casos, o mais adequado seria a quitação do imposto à vista.

Mas em termos práticos, e utilizando a mesma metodologia abordada para o IPTU (vide artigo anterior) será que as vantagens em aplicar o valor das parcelas do imposto para os proprietários com finais 1 a 6 são tão relevantes assim? Vejamos: para um IPVA cuja soma das parcelas seja de R$ 3.000 (o que corresponde a um veículo com valor de R$ 75.000), para os que tenham veículos de final 1 e 2, pagar o imposto à vista e aplicar as parcelas a cada mês, trará um ganho financeiro de R$ 71,08 (em relação aos que prefiram aplicar o valor do imposto incluído o desconto e optem pelo parcelamento), o que considero irrelevante em termos do valor envolvido (2,49% em relação aos R$ 2.850 à vista). Tal vantagem é ainda menor para os proprietários com finais 3 e 4 (R$ 47,16), e com finais 5 e 6 (R$ 23,05).

Conclusão: Dado que o financiamento do IPVA em Alagoas não custa tão caro assim, talvez seja conveniente declinar do desconto oferecido, aproveitar o parcelamento e guardar os recursos que seriam direcionados ao pagamento à vista para liquidar outros compromissos à vista ou mesmo dívidas que cresça a cada mês. Não se esquecer que ainda vão aparecer: matrícula e materiais escolares, férias e o IPTU da semana passada... todo planejamento é pouco!  

Um grande abraço e até a próxima semana!

Calendário para pagamento do IPVA 

Postado por Inteligência Financeira

Poupando com o IPTU

15.01.2024 às 07:00


Com o início do ano, além dos planos e promessas, chegam também algumas contas adicionais que, apesar de refletirem despesas para todo o ano, são cobradas logo no seu início. Refiro-me principalmente ao carnê do IPTU, ao IPVA e ao material, matrícula e anuidade escolares.

Sendo um imposto municipal, datas de vencimento, opções de parcelamento e descontos dados pelo pagamento à vista variam de prefeitura para prefeitura; em alguns casos os carnês já chegaram, em outros não. De qualquer forma, minha primeira recomendação para você, meu caro leitor, minha cara leitora, é que consulte o site de sua prefeitura, pois quase sempre há a opção de baixar os boletos para pagamento, além de conseguir a informação oficial para a liquidação do imposto. Que fique claro também, que a maior vantagem seria não termos que pagar mais este imposto, mas infelizmente ele é obrigatório e não opte por simplesmente esquecê-lo: é encrenca certa!

No caso específico de Maceió, você poderá quitá-lo em 10 parcelas mensais, mas, optando pela cota única (à vista, portanto!), receberá um desconto de 15% sobre a soma das 10 parcelas. Fica então a pergunta: vale a pena aceitar o desconto oferecido pela Prefeitura?

Raciocine comigo: a taxa cobrada pela Prefeitura para financiar o imposto é de 3,81%ao mês. Percebo duas situações distintas:

(1) Você tem o dinheiro para a cota única: você levará vantagens no financiamento do imposto se conseguir aplicá-lo a taxas superiores a esta (por exemplo, se aplicasse a 5% ao mês, você teria um lucrinho, tomando emprestado da Prefeitura a 3,81% e aplicando a 5%). Infelizmente, na atual conjuntura do mercado, não há aplicações financeiras que ofereçam tal rentabilidade. Também não julgo adequado você se aventurar em bolsa, para tentar obter taxas maiores. Lembre-se, para pagamentos certos, não conte com ganhos incertos. Conclusão: se este é o seu caso, pague o IPTU à vista, atentando para a data de vencimento, que no caso de Maceió é 31 de janeiro.

(2) Você não tem o dinheiro para a cota única: você levará vantagens ao solicitar um empréstimo para quitar o imposto à vista, se conseguir obter uma taxa menor que os 3,81% cobrados pela Prefeitura. Fora o empréstimo com familiares ou amigos (com grande risco de perder a amizade ou brigar em família!), em uma rápida pesquisa no site do Banco Central vi que há opções para crédito pessoal não-consignado a taxas mais baratas, quer em financeiras, quer em grandes bancos. Vejo dois problemas neste caso: o primeiro é conseguir a aprovação do empréstimo em prazo hábil para liquidar o imposto em cota única; o segundo é a cobrança de outras taxas e IOF não incluídos nas taxas oferecidas pelas instituições, o que na prática acaba por aumentar o custo do empréstimo. Tudo isso e mais a grande possibilidade de você acabar se enrolando com a dívida bancária, minha sugestão é que parcele o IPTU, pagando nas datas estipuladas no carnê (evite a multa pelo atraso, é puro desperdício)!

Nesta altura, você deve estar se perguntando: “E qual a vantagem financeira comentada no título do artigo?” Bem, esta engenharia financeira é apenas para os que têm o dinheiro para a cota única. Entenda como fazê-la através da estória a seguir.

O IPTU de João e José (que moram em Maceió!!) é de R$1.000, em 10 parcelas de R$100 ou em cota única no valor de R$850. Vencem sempre no final do mês e, no banco onde têm conta, um fundo de renda fixa remunera a 0,8% ao mês. João decidiu pagar o IPTU a prazo e assim aplicou em 31/01 os R$ 850, correspondentes ao valor da cota única do IPTU. Ele também irá pagar as cotas de R$100 a cada final de mês, começando em 31/01. Em 30/11, sua aplicação financeira exibirá um saldo de R$920,50.

José, por outro lado, pegou os R$850 que tinha guardado e pagou o IPTU em cota única; ao mesmo tempo, em 31/01 depositou no fundo de renda fixa os R$100 referentes à primeira cota, em 28/02 mais R$100 referentes à segunda, e assim sucessivamente, até 31/10, vencimento da última cota. Em 30/11 sua aplicação financeira exibirá um saldo de R$1.045,07, uma diferença a seu favor de R$ 124,57, quando comparado ao saldo de João... nada mal, não? E isso para um IPTU de R$ 1.000, imagine para valores maiores!! E aí, após esta pequena estória, quem você preferirá imitar, João ou José?

Um grande abraço e até a próxima semana!

Observação: Todas as simulações feitas neste artigo basearam-se nos dados para a Prefeitura de Maceió, mas você poderá simular os resultados para outras prefeituras por meio da Calculadora do Cidadão no site do Banco Central (https://www.bcb.gov.br/meubc/calculadoradocidadao). Veja o passo a passo: (1) Para calcular a taxa de juros de sua prefeitura use a opção “Financiamento com prestações fixas”: como geralmente a primeira cota e a cota única vencem na mesma data, o “Número de meses” deverá ser a quantidade de parcelas diminuída de um (nesta simulação 9), o “Valor da prestação” será o valor da parcela do IPTU (nesta simulação usei R$ 100) e o “Valor financiado”, o valor à vista do imposto subtraído da primeira parcela (nesta simulação usei R$ 750). Deixando o campo “Taxa de juros mensal” em branco, pressione “Calcular” para obter a taxa; (2) Para calcular o valor acumulado caso opte por aplicar o valor do imposto à vista (o que foi feito pelo nosso amigo João), use a opção “Valor futuro de capital”, e preencha “Número de meses”, “Taxa de juros mensal” e “Capital atual” (nesta simulação usei 10, 0,8% e R$ 850, respectivamente); deixe “Valor obtido ao final” em branco e pressione “Calcular” para chegar à resposta; (3) Para calcular o valor acumulado caso opte por pagar o imposto à vista e aplicar as parcelas (o que foi feito pelo nosso amigo José), use a opção “Aplicação com depósitos regulares”, e preencha “Número de meses”, “Taxa de juros mensal” e “Valor do depósito regular” (nesta simulação usei 10, 0,8% e R$ 100, respectivamente); deixe “Valor obtido ao final” em branco e pressione “Calcular” para chegar à resposta. 

Postado por Inteligência Financeira

Ano novo, dívida velha

08.01.2024 às 07:00


A festa terminou, os presentes foram entregues – muitos já até trocados – e a conta chegou... Como não poderia deixar de ser, a euforia consumista veio cobrar seu preço e o que poderia ser um início de ano tranqüilo, transformou-se em uma confusão de boletos, faturas em atraso, cheques especiais estourados e um baita stress.

Duas notícias que li na semana me preocuparam... A primeira é que de acordo com a CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) e com o SPC (Serviço de Proteção ao Crédito) , a inadimplência atinge 66,57 milhões de consumidores, possivelmente influenciada pelos juros ainda altos, preços salgados, efeitos da pandemia ainda presentes e, ingrediente que nunca falta: o velho e conhecido o descontrole nas contas (Acesse os dados da pesquisa no primeiro link ao final do artigo).

A segunda é de que a captação da poupança em 2023 (nos dez primeiros meses do ano) foi negativa em quase R$ 100 bilhões , o que significa que saíram mais recursos do que entraram na caderneta, este instrumento tão popular de investimentos (Acesse a reportagem no segundo link ao final do artigo). Bem, como ouvi de muitos amigos que, após terem detonado o cartão nas festas de fim de ano, iriam se preocupar com a fatura somente agora em janeiro, não consegui desvincular os dois acontecimentos: será que essa galera tem saldo para liquidar suas faturas? Ou entrará nos rotativos do cartão e nos limites dos cheques especiais para temporariamente resolver seus descontroles? E você, meu caro leitor, minha cara leitora, também se encontra em tal situação? (Espero que não!)

Entendo que o início de ano endividado seja pior do que o meio de ano, por razões várias: (1) há as férias escolares e com elas uma maior pressão por gastos em viagens, lazer e muitos outros; (2) férias escolares somente para as aulas, pois as matrículas, o material escolar e até mesmo as primeiras mensalidades não tiram férias... e isso para colégios, cursos de idiomas e demais atividades extra-classe; (3) chegam os carnês do IPTU, e mesmo considerando que é possível pagá-los em prestações, perde-se a excelente oportunidade dos descontos pelo pagamento à vista, pagando-se – pelo menos no Rio – mais do que 1,5% ao mês por conta deste novo empréstimo; (4) chegam os prazos do IPVA e aqui também, parcelar o imposto também não me parece boa idéia, com taxas bem superiores à do IPTU; (5) não há a possibilidade – para os que saem de férias agora – de receber metade do décimo-terceiro (de 2024!), um reforço extra no caixa disponível para quem adia as férias para os meses seguintes. Nada muito promissor para quem não foi previdente.

Assim, para o longo prazo, sugiro que você redobre a sua atenção e procure evitar que isso se repita no próximo ano: após ter acertado suas dívidas tenha como meta constituir uma reserva exclusivamente destinada ao fim de 2024... o que, reconheço, demandará muita persistência!

E para o curto prazo, o tradicional receituário para casos de febre financeira aguda: (1) calcule as taxas mensais de cada dívida; (2) dê prioridade para liquidar aquelas que evoluem mais rápido (as que cobram as maiores taxas); (3) use os saldos de suas aplicações (se você as tiver) para reduzir o total devedor; (4) negocie na rede bancária opções de empréstimo com taxas mais civilizadas do que as que hoje você paga. (5) E por último, CALMA!

Um grande abraço e até a próxima semana!

Postado por Inteligência Financeira

Em 2024, saúde!

02.01.2024 às 07:00


E então meu querido leitor, minha querida leitora, como passou as festas do final do ano? Já encarou uma corrida hoje ou os quilinhos extras ganhos nesta semana de festejos serão perdidos mesmo é na academia? Morando em uma cidade com praias, não me canso de observar a quantidade de pessoas se exercitando nos calçadões, o que me fez refletir sobre a perseverança dos que conseguem fazer disso um hábito diário. Ainda que minha percepção esteja equivocada, a sensação que tenho é a de que todo mundo malha! Geração saúde, percentual dos fumantes em declínio, enfim um ótimo sinal.

Aí me vem a questão: será que se cuida tanto da saúde financeira como se cuida da saúde do corpo? Gostaria que sim, e percebo que avançamos muito neste sentido, o assunto educação financeira ficando cada vez mais presente nas conversas, na mídia e nas publicações em geral. Mas ainda vejo muitos se enrolando, botando os pés pelas mãos, e gastando além da própria capacidade de pagamento, empurrando assim o seu prazer à vista para financiamentos a prazo... com taxas nem sempre razoáveis. O grande paradoxo é que afoitos para consumir mais, acabam por consumir menos já que parte de sua renda será utilizada para o pagamento de juros, veja que roubada!!!

Como fazer para não se meter nesta enrascada é o tema do artigo de hoje, pois quero que mais e mais pessoas consigam seguir um saudável 2024. Planejar gastos sempre sairá mais barato do que ficar à espera das contas que chegam, nem sempre no momento adequado. Arrisco a dizer que o primeiro sintoma de que algo não vai bem é quando o pagamento de uma conta essencial – a de luz, por exemplo, para evitar o corte! – ativa o limite do cheque especial.

E, para operacionalizar o planejamento, não vejo melhor forma do que estabelecer metas a atingir ao longo do ano: com tal motivação em um horizonte próximo fica mais fácil fazer a radiografia de suas próprias contas para saber o que pode ser melhorado, não é mesmo? Voltando ao paralelo que tracei com a saúde do corpo, você acha que os que hoje conseguem terminar uma maratona, não traçaram suas próprias metas e se planejaram para chegar lá?

Assim, um roteiro simples a seguir é você fixar uma meta de poupança para 2024 a ser conseguida por meio da combinação do aumento de receitas com a diminuição de gastos, ainda que, conforme já tenha abordado neste espaço, a redução de despesas, por estar sob nosso controle, acabe sendo mais simples do que o aumento das receitas, que dependem de terceiros (patrões, clientes, pacientes, por exemplo). No artigo “Onde cortar” trouxe uma sugestão de como “passar a tesoura” de forma menos dolorosa!

Será esta poupança que permitirá você liquidar dívidas, aumentar patrimônio, adquirindo ativos que gerem mais receitas para você, ou mesmo realizar um sonho de consumo mais caro. Tremendo ciclo positivo, concorda? Sem dívidas, sem gastos com juros, com mais renda disponível...

Mas para que sua boa intenção não fique pelo meio do caminho, trago um passo-a-passo simples para ajudá-lo, ajudá-la, com esta tarefa: (1) Estabeleça um sonho que você queira ver realizado neste ano e verifique quanto ele custará. Exemplificando, suponha que o seu sonho custe R$ 6.000; (2) Estabeleça um prazo para alcançá-lo... suponha 12 meses; (3) Sua meta mensal será obtida dividindo o valor do sonho (item 1) pelo prazo estabelecido no item 2; em nosso exemplo, isso significará uma poupança mensal de R$ 500; (4) Verifique se sua meta mensal é possível de ser atingida. Esta meta deve ser desafiante, mas não irrealista: verificar o seu padrão de consumo pode ajudar a ter os pés no chão; (5) Envolva quem te cerca: família é importante e não apenas por apoio, mas por que precisará contribuir com seu esforço também; (6) Crie pontos de verificação em bases regulares: a cada trimestre, por exemplo, você deverá ter atingido mais 25% de seu objetivo total. No exemplo apresentado, ao final de março você deverá ter acumulado R$ 1.500, ao final de junho R$ 3.000, e assim sucessivamente; (7) Reprograme gastos diante de objetivos não cumpridos, mas nunca deixe de comemorar quando perceber que chegou lá: nesta corrida, imagine que a medalha de final de prova é sua, que tal?

Um grande abraço, um excelente 2024 e até a próxima semana!

Postado por Inteligência Financeira

Cautela e canja de galinha...

26.12.2023 às 10:20


Com o fim de ano se aproximando, não poderia deixar de brindar com meus queridos leitores e leitoras o primeiro Natal que passaremos juntos aqui neste espaço; e ganha uma rabanada (o doce) quem adivinhou o tema que irei tratar na coluna de hoje: consumo no Natal.

Confesso que tenho andado meio perplexo com os rumos que os preços têm tomado neste final de ano, certamente pressionados pelo valor do dólar, em torno de R$ 4,87, o que decerto impacta o preço dos importados.  Mas o que dizer de produtos aqui fabricados: será que todos os componentes de seus custos estão assim tão desavergonhadamente afetados pelo dólar? Com a variação do IPCA em torno dos 4% (o que coloca a inflação dentro da meta), ainda não consigo ver justificativa para o panetone, por exemplo, estar 20% mais caro que no ano passado. Aumento que parece ter sido seguido pelo preço do vestuário... Em um rápido rolê em um shopping carioca, em algumas lojas cheguei a ver bermudas de algodão custando mais do que R$ 600, camisas de linho acima dos R$1.000, e sandálias femininas por aproximadamente R$ 2.000, quase o preço de uma Smart TV de 50 polegadas... Pode isso, Arnaldo?

Entendo os que, assim como eu, tenham reação similar a determinados exageros, procurando assim preservar bolsos bastante maltratados ao longo de todo o ano que praticamente chega ao fim. Seguem cinco dicas adicionais:

(1) Orçamento: listar gastos com a festa e com os presentes parece-me prática salutar, a ser mantida a qualquer custo, concorda? Peça básica em qualquer planejamento financeiro pessoal, o orçamento permitirá que você se planeje e verifique quanto, como e de que forma irá gastar o que orçou. Com ele você poderá, por exemplo, traçar seus limites máximos de gastos antes de comprometer sua saúde financeira, ou ainda, descobrir que para fazer uma boa ceia, talvez precise diminuir a quantidade de presentes a distribuir!

(2) Criatividade: Com o dólar e preços em alta, ser criativo poderá efetivamente fazer a diferença e aqueles com dotes artísticos, culinários ou simplesmente jeito para trabalhos manuais saem na frente já que conseguirão montar/bolar presentes interessantes e personalizados a custos bem mais baratos, que tal?

(3) Pesquisa de preços: Outro dos hábitos salutares que nunca saem de moda;  encartes e sites de busca na Internet às vezes apontam diferenças de mais de 50% entre as lojas, o que lhe trará economia considerável tanto na aquisição de produtos mais caros – um computador, por exemplo – quanto na aquisição de produtos mais baratos que irão ser adquiridos em quantidade – as bebidas da festa, por exemplo.

(4) Amigos ocultos: Considerando que o espírito original natalino envolve confraternização, religiosidade, amigos, família e convivência, dentre outros, por que focar tanto no consumo? A popular brincadeira de amigo oculto permite a comemoração e a convivência sem se perder em longas filas, lojas cheias e demais aporrinhações desta época. Sem contar que, forçosamente a lista dos presenteados com os seus recursos tende a ser bem menor, não é mesmo?

(5) Financiamentos: Com o dinheiro na mão, o consumidor deve encontrar ofertas bastante atrativas e, sendo este o seu caso, eu recomendo que as aproveite. Os financiamentos poderão ajudar a complementar a festa, mas recomendo cautela em sua utilização pois ainda não temos um sinal claro do que esperar para o ano de 2024, apesar do otimismo... Enfim, como reza o ditado, cautela e canja de galinha não fazem mal a ninguém!

Um grande abraço e até a próxima semana! 

Postado por Inteligência Financeira

Jogo dos 7 erros para o bom uso do 13º salário

Nesse jogo ganha quem aproveitar pelo menos uma das dicas listadas

18.12.2023 às 07:00


Há tempos o jornal publicava um jogo, cujo objetivo era encontrar os sete erros na reprodução de um desenho... Pois é, meu querido leitor, minha querida leitora, sou dessa época, e, pela recordação que tive de um divertido passatempo, preparei aqui o meu joguinho-dos-sete-erros particular, voltado ao bom uso do décimo-terceiro, que chega nas contas dos que ainda não o receberam, agora neste mês. Mas atenção às regras: no meu jogo ganha quem aproveitar pelo menos uma das dicas listadas a seguir. Vai encarar?

(1) Liquidar parte de suas atuais dívidas: Após um ano especialmente complicado na economia – juros ainda elevados, efeitos das inúmeras crises passadas (pandemia, guerras, salários achatados, dentre outros) – muitos fizeram compromissos e hoje gastam parte de seus orçamentos em juros e encargos. E se você percebeu como funciona a dinâmica dos juros compostos (abordado no meu artigo “Fazendo planos”), decerto tem consciência de que o crescimento exponencial dos saldos acumulados vale tanto para o bem (quando associados a uma poupança) quanto para o mal (quando associados a uma dívida). Logo, usar o salário extra para estancar esta sangria parece-me adequado, não é mesmo?

(2) Recompor o fundo de emergência: Pelos mesmos motivos citados anteriormente, outros consumiram suas reservas de emergência ao longo do ano (abordarei este importante conceito – o fundo de emergência – em um futuro artigo). Hora, portanto, de usar parte da renda extra e reequilibrar a reserva, que tal?

(3) Fazer aporte em um PGBL: Quem contribui para planos de previdência complementar, dependendo das condições, pode aplicar até 12% de sua renda bruta no PGBL, contando assim com uma redução no imposto de renda a acertar em 2024 (planos de previdência complementar serão também abordados em futuro artigo). Considerando que o salário adicional corresponde a 7,69% de sua renda, usá-lo para este fim, pode ser uma boa, concorda?

(4) Não gastá-lo todo na festa de Natal: Torrar 7,69% de toda a sua renda anual em uma única noite (aí incluídos ceia, presentes, etc.)? Ah, fala sério, não vou nem comentar...

(5) Usar de muita parcimônia na contratação de novos financiamentos: Muitos se animam com a percepção de uma conta bancária mais recheada neste fim de ano, e assim, animam-se a assumir financiamentos de médio e/ou longo prazo... Aqui vale um alerta, pois a conta só fica gorda neste mês de dezembro... Muita atenção!

(6) Reservar parte do benefício para as contas de início de ano: Matrículas e material escolar, IPTU, IPVA e férias, por serem despesas que estarão concentradas no início de 2024, acabam esquecidas neste final de 2023. E você, já fez um planejamento mínimo de como irá liquidá-las no futuro próximo?

(7) Aproveitar para uma bela relaxada: Por essa você não esperava, tenho quase certeza, acertei? Mas é isso mesmo que escrevi! Final de ano merece confraternização, comemoração em família, reconciliação com velhos amigos há muito não vistos. E ainda que você aproveite qualquer uma das dicas precedentes, faça-me o favor: seja legal consigo próprio. Porque afinal de contas, o que se leva dessa vida é a vida que se leva, não é mesmo?

Um grande abraço, um Feliz Natal e até a próxima semana!

Postado por Inteligência Financeira

Onde cortar?

Se você chegou a ler o artigo da semana passada, percebeu o que um dinheirinho guardado todo mês, quando aplicado, pode realizar sonhos

11.12.2023 às 07:00

Onde cortar?

Olá, meu querido leitor, minha querida leitora!

Se você chegou a ler o artigo da semana passada, certamente percebeu o que um dinheirinho guardado todo mês, quando aplicado, pode realizar de sonhos, desde que se tenha a paciência para vê-lo crescer. Com efeito, a dupla juros-tempo é capaz de transformar pequenas quantias em valores consideráveis: com R$ 100 aplicados religiosamente todos os meses (a 0,80%am), após 30 anos, pode-se chegar a R$ 209.302... E veja: R$ 100 mensais correspondem a um pouco mais do que R$ 3,00, ao dia, o que, convenhamos, não irá tirar a alegria de viver de ninguém, não é mesmo?

Animado com o conceito, nesta altura você pode estar se perguntando como fazer caso queira aumentar o valor a guardar a cada mês... já se imaginou guardando R$ 500 mensais e após 30 anos ter mais do que R$ 1 milhão acumulados (= R$ 209.302 x 5)?

Não há mágica, e a resposta é simples: para isso acontecer, será preciso que suas receitas (tudo o que você recebe como salário, comissões, aluguéis de imóveis, dentre outros) superem as suas despesas, gerando assim uma sobra periódica. Agora reflita: o que é mais fácil você conseguir, aumentar seus ganhos ou reduzir suas despesas? Acertou se optou pela segunda alternativa, já que as despesas são itens sob seu controle, enquanto as receitas não, pois irão depender de fatores fora de sua influência... Será que seu patrão concorda com um aumento de salário, por exemplo?

Tendo chegado à conclusão de que reduzir despesas é a solução, observo, entretanto, que, mesmo fortemente motivados, muitos desistem no meio do caminho, mais por falta de estratégia do que por ausência de disciplina. E é aí que entra a minha sugestão, que a partir de agora chamarei (pomposamente!) de Plano Estratégico de Cortes (PEC).

Um PEC bem sucedido começa com você listando (e classificando) todos os gastos que teve nos últimos três meses, de forma a evitar distorções devido à sazonalidade. Faça um esforço para não se esquecer de nada, incluindo aí juros, taxas bancárias, impostos, etc. Encontre seu gasto mensal para cada item dividindo os totais encontrados por três.

O passo seguinte é classificar estes gastos em: (1) Financeiros: aqueles que você paga aos bancos, financeiras, cartões, dentre outros; (2) Desperdícios: aqueles que você pode eliminar e não sentirá falta, como por exemplo o clube que você não frequenta, ou o ar-condicionado que nunca é desligado; (3) Supérfluos: aqueles associados a pequenos prazeres, mas que, diante de um objetivo maior (o seu futuro milhão), poderão ser eliminados. Por exemplo: o cafezinho, o cigarro,  a ida de carro diariamente para o trabalho, as compras de roupas em excesso; (4) Essenciais: aqueles sem os quais você não vive: o aluguel, as contas de luz, gás, telefone, a escola das crianças, o plano de saúde, o lazer, o plano de previdência.

Com tudo isto pronto, agora é obedecer à regra de ouro na hora de aplicar a tesoura nas despesas: corte os gastos onde doer menos... A ideia, conforme citada no início do artigo, é não tirar a sua alegria de viver, combinado? O que corresponderá a seguir a ordem da classificação citada no parágrafo anterior. Inicie pelos gastos financeiros (por que deixar de ir ao cinema para pagar juros bancários?) e, quando terminado, passe para a categoria seguinte, os desperdícios (por que deixar de almoçar fora com a família para deixar o ar-condicionado funcionando em um quarto vazio?). Observe que os gastos para estes dois grupos (financeiros e desperdícios) não trazem qualquer qualidade de vida, razão pela qual devem ser eliminados rapidamente, concorda?

Já as tesouradas finais significarão algum sacrifício, seja por reduzirem aqueles pequenos prazeres (os supérfluos), seja por reduzirem o que considero gastos essenciais. Tente primeiro reduzir os supérfluos e, somente após tê-los ajustado, caso ainda necessário, parta para os essenciais. Torço para que você nunca precise chegar a tanto!  

Um grande abraço e até a próxima semana!

Postado por Inteligência Financeira

Fazendo Planos

Inauguro a coluna fazendo uma provocação: o que você faria se ganhasse um prêmio da loteria?

04.12.2023 às 07:00
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Olá, meu querido leitor, minha querida leitora!

A partir de hoje nos encontraremos semanalmente neste espaço onde, valendo-me dos conhecimentos financeiros que acumulei, e da minha atuação como professor, consultor e colunista, abordarei, de forma simples e sem complicações, questões relevantes do nosso dia a dia, e que afetam o bolso, por muitas vezes nos tirando o sono. O orçamento familiar, a educação financeira dos filhos, dicas de como gastar menos, os cuidados na hora de aplicar ou de pedir empréstimos estarão entre os temas que iremos “conversar”... sim, pois espero que você participe, enviando-me suas dúvidas e sugestões!

E dezembro é um ótimo mês para iniciarmos este projeto pois inúmeros acontecimentos com forte impacto financeiro ocorrem neste mês: décimo-terceiro salário, festas de fim de ano, férias, pré-matrículas escolares dentre outros. Dezembro também é o mês em que muitos estabelecem suas resoluções para o ano que entra, tipo parar de fumar, emagrecer, guardar dinheiro, frequentar a academia, fazer uma pós-graduação. Religiosamente, no último dia do ano, listo meus sonhos e planos; e você,  também faz isso?

Bem, e já que falamos de sonhos, inauguro a coluna fazendo uma provocação: o que você faria se ganhasse um prêmio da loteria? (ano passado a Megasena da virada sorteou mais de R$ 500 milhões, que tal?) Certamente o que não falta são planos para gastar esse dinheiro – comprar uma casa, trocar de carro, viajar – mas quantos de nós fazemos planos para juntar dinheiro sem contar com a sorte?

Como diz o ditado, de grão em grão a galinha enche o papo, e assim, é preciso que a cada mês você guarde um dinheirinho para aplicar. Pode ser em uma poupança, pode ser em fundo disponível no banco onde você tem conta. Além disso, e o mais importante: é preciso também paciência, para que o tempo (e os juros) façam o seu dinheiro crescer. É como se você estivesse preparando um bolo... tem que colocá-lo no forno, esperar que ele cresça, deixá-lo esfriar, e somente aí tirar a primeira fatia, compreendeu?

Se você acha que isto é impossível, veja na tabela abaixo, quanto você terá acumulado a partir de diferentes economias mensais:

Economia por mês

Em 10 anos

Em 20 anos

Em 30 anos

R$ 100

R$ 20.181,92

R$ 72.690,03

R$ 209.302,45

R$ 300

R$ 60.545,76

R$ 218.070,08

R$ 627.907,36

Na tabela anterior, as simulações foram feitas considerando a taxa de 0,8% ao mês, o que corresponde à rentabilidade média dos fundos de renda fixa oferecidos pela rede bancária ao longo de 2023. Os cálculos poderão ser feitos a partir do site do Banco Central (link no final do artigo).

Agora veja que interessante: tomando como base a aplicação de R$ 100 mensais, ao final de 10 anos, dos R$ 20.181,92 acumulados, R$ 12.000 teriam vindo do seu trabalho/esforço (=R$100/mês x 12 meses/ano x 10 anos), enquanto os R$ 8.181,92 restantes teriam vindo dos juros ou, o que costumo dizer, do trabalho do seu dinheiro. Mas se você tiver paciência (olha ela aqui de novo!) ao final de 30 anos, dos R$ 209.302,45 acumulados, R$ 36.000 teriam vindo do seu trabalho, enquanto a diferença de R$ 173.302,45 teria vindo do trabalho do seu dinheiro, que tal? Não é algo a se pensar para colocar em sua listinha de resoluções para 2024? Fazer do seu dinheiro o seu parceiro?

Um grande abraço e até a próxima semana!

Calculadora do cidadão 


Postado por Inteligência Financeira


Inteligência Financeira por Roberto Zentgraf

Graduado em Engenharia Civil (UFRJ), teve experiência profissional construída marcadamente na área financeira, iniciada na Controladoria do Grupo Exxon Foi professor no Grupo Ibmec lecionando disciplinas da área financeira (Matemática Financeira, Estatística, Finanças Corporativas, Gestão de Portfolios, dentre outras)

Paralelamente a estas atribuições, passou a assinar uma coluna semanal sobre Finanças Pessoais no jornal O Globo, tendo a oportunidade de esclarecer as principais dúvidas dos leitores sobre orçamento pessoal, dívidas, aposentadoria, financiamento imobiliário e investimentos. O sucesso atingido pela coluna proporcionou inúmeras participações em palestras, comentários na mídia escrita e televisiva, além da publicação de outros sete livros tratando o tema.

Após obter a certificação de planejador financeiro (CFP® Certified Financial Planner) associou-se à BR Advisors, grupo especializado em soluções financeiras.


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